Capítulo 2

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Remus Lupin era um homem desesperado por amor. Desesperado o suficiente para se amarrar a Severus Snape pelo resto da vida se achasse que poderia obter esse amor dele.

De certa forma, Lupin o enojava muito mais do que Potter e Black, e não por causa do lobo dentro dele. Rastejando de barriga atrás deles, disposto a ignorar seu comportamento cruel na esperança de obter uma palavra gentil ou um toque suave deles. Ele lembrava Severus de sua própria mãe e toda vez que tentava conversar com Severus, ele tinha que evitar que a repulsa aparecesse em seu rosto.

Estava claro que Lupin tinha algum senso de moralidade. Ele sempre tinha essa expressão de cão abandonado sempre que Potter e Black o intimidavam, e agora que Potter havia recuado completamente, Lupin estava muito feliz em varrer tudo para debaixo do tapete, para acalmar sua própria consciência culpada sendo sempre tão solícito para Severus. Severus, em seu novo papel de espião quebrado e oprimido, deixou-o chegar perto. Assim como Potter, ele foi atraído pela "vulnerabilidade" de Severus, a diferença é que Potter fez isso para alimentar seu próprio ego, enquanto Lupin fez isso em um desejo desesperado de se sentir necessário.

"Você é tão diferente de como eu me lembrava," Lupin disse calmamente, quando os dois estavam sozinhos na cozinha do esconderijo, quase todo mundo já tendo saído.

Severus bufou um pouco e realmente contou a verdade a Lupin. "Eu achava que era a pessoa mais inteligente da escola. Mais esperto que Dumbledore até. Mas não sou inteligente o suficiente para reconhecer as mentiras do Lorde das Trevas quando eles estão me encarando, não é? É uma experiência muito humilhante. Bem, estou pagando por isso agora."

Ele não podia ser muito patético, como fez com Potter. Se fizesse isso, Lupin não tocaria nele. Aquela maldita moralidade que só aparecia quando era conveniente forçaria Lupin a manter as mãos fechadas. Não gostaria de tirar vantagem do pobre e traumatizado Sonserino. Então, Severus teve que aprender a manter uma conversa real com o homem e fazer com que não parecesse que ele queria abrir sua garganta com uma faca de manteiga.

"Você é inteligente," Lupin insistiu, tentando ser reconfortante. "E corajoso. Você não vê nenhum outro entre os seguidores de Você-Sabe-Quem fazendo o que você está fazendo, não é?"

Severus olhou para baixo e encolheu um pouco os ombros, injetando um pouco de auto-aversão em seus maneirismos, e Lupin sabia tudo sobre auto-aversão, não é?

Severus quase quebrou sua fachada quando Lupin disse: "Eu queria te dizer... sinto muito. Sinto muito por tudo o que aconteceu entre nós. Me torce pensar que posso ter ajudado você a se juntar a Você-Sabe-Quem."

Ele queria arrancar a porra dos olhos. Em vez disso, Severus mordeu a língua com tanta força que a sentiu sangrar e disse : "Eu também não fui exatamente legal com você."

Lupin se aproximou e Severus lutou contra a vontade de dar um passo para trás. O lobo estava realmente tão desesperado por companhia que dormiria com ele? Se o homem estava tão mal, então Black ou Potter deveriam ter tido a decência de pelo menos dar-lhe uma punheta. Quem ele estava enganando? Lupin provavelmente se apaixonaria e iria querer casar com eles no momento em que tocassem seu pau. Eles estavam quase se tocando e se Lupin confundisse a cor de suas bochechas com um rubor em vez da pura raiva que corria em suas veias, então tanto melhor. "Eu quero..." Lupin parecia completamente infeliz. "Quero tentar novamente. Eu quero-"

Severus o observou desapaixonadamente. Ele não aguentava mais. Em vez de esperar que Lupin desse o primeiro passo – o que aparentemente seria nunca – Severus deu um beijo rápido em seus lábios, antes de se afastar, dando desculpas como: "Me desculpe, eu não quis dizer– Você sempre foi legal, não como Potter ou Black, e mesmo que eu quisesse, eu nunca poderia odiar você..."

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