the beginning

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Cidade de Seul, 20h34

O silêncio estava impregnado na sala de jantar, todos faziam suas refeições no seu próprio ritmo, quietos.

Era de noite quando toda a família Kim estava sobre a mesa, não dizendo uma única palavra sequer.

— Seu segurança me mandou mensagem hoje, Seokjin. — O pai de Jin quebrou o clima quieto. — Se demitiu, mais um para o buraco.

Sua mãe encarou o dito acima com uma expressão incrédula, mantendo os olhos fixos no rosto de seu filho que mantinha uma expressão indiferente em sua face.

— De novo, Seokjin? — A voz aguda de sua mãe proferiu tais palavras.

O moreno apenas revirou os olhos e voltou a encarar seu prato.

— Estamos falando com você, garoto. — Seokjae, seu pai, retornou a falar, mostrando sua irritabilidade na fala.

— Não sei pra que isso tudo, é só pararem de contratar alguém. Já tenho 19 anos, posso me virar sozinho. — As palavras de Seokjin carregavam ira e incômodo.

Desde quando seus pais se preocupavam com ele?

— Não, Seokjin. Você é jovem demais para andar sozinho por aí. E se alguém decidir te assaltar? Te sequestrar? — Minyeon dizia, assustada.

Seokjin revirou os olhos novamente, sabia muito bem do "alguém" sobre qual ela se referia.

— Pode parando por aí, eu sei muito bem do que estão falando. — O moreno disse levantando sua voz, juntamente do corpo. Estava pronto para sair dali.

— Abaixe essa voz. — Seokjae ordenou mais irritado. — Não importa quem quer que sua mãe esteja se referindo, você não vai andar sozinho por aí.

Seokjin largou os hashis sobre a mesa reluzente de vidro e saiu andando a passos firmes em direção ao seu quarto, batendo a porta do mesmo com tamanha força.

[...]

Subúrbio de Seul, 20h34

Uma batida firme da porta quebradiça ecoou na pequena casa, seguida de um suspiro pesado.

Madre.. Estou em casa. — Salvatore disse, retirando a jaqueta pesada de seu corpo.

— Salvi! — Pequenos braços rodeiam as pernas do maior, o que o fez sorrir.

— Olá Bini. — Ele se abaixou para pegar a irmã em seus braços, esta que agarrou o pescoço do maior enquanto ele caminhava até a cozinha para entregar a pequena sacola à sua mãe.

— Oh! Salvatore, gracias a Dios. Eu ouvi o barulho da sirene e pensei que tivesse...

— Sido capturado? Não posso deixar vocês duas aqui sozinhas. — Salvatore disse, entregando a sacola para sua mãe. — Foi o que eu consegui.

— É suficiente, mi hijo. — Ela disse enquanto verificava a comida que o loiro havia trazido.

— Salvi, Salvi! Podemos brincar um pouco? — Bianca chamou a atenção do maior, ainda pendurada em seu pescoço.

Por supuesto! Do que iremos brincar?

[...]

Cidade de Seul, 22h47

Seokjin assistia a um filme aleatório que achou no catálogo recomendado, tedioso.

Estava prestes a abaixar suas calças para se entreter de verdade, quando ouviu batidas na porta.
Revirou os olhos em irritabilidade antes de se pronunciar.

— Pode entrar.

Ele pausou o filme antes de ver sua mãe entrar e encostar a porta, garantindo que seu pai não ouviria a conversa.

— Filho... Por que fez de novo? — Ela questiona aflita, encarando as feições bonitas de Seokjin.

Ele optou por ignorá-la e pegar seu celular, o desbloqueando e indo até o Google.

— Me responda, Seokjin. — Minyeon disse com mais firmeza.

— Eu preciso responder?

— Por que está agindo assim?

— Por que vocês estão agindo assim?

— Porque nos preocupamos com você!

— Fala sério... — Ele disse enquanto abaixava o volume e abria uma aba anônima no aparelho.

— Seokjin, olhe para mim. — Minyeon ordena, vendo o dito acima revirar seus olhos e obedecer sua fala. — Nós somos seus pais, nós estamos preocupados com você. Então eu acho melhor você se acostumar com a ideia de que você viverá assim por um bom tempo.

— Quanto tempo? — Ele a encara. — Ah, já sei. Quando os imigrantes forem embora.

A mais velha põe a mão em suas têmporas, tentando manter a paciência.

De fato, Seokjin tinha razão. Seus pais mandaram guarda-costas lhe acompanharem desde quando a crise de refugiados se instalou na Coreia do Sul.
Uma guerra fora iniciada entre México e Estados Unidos, o que fez muitos nativos fugirem para países distantes, sendo a Coreia mais procurada por eles.

— Escute.. — Minyeon volta a falar, estando mais calma. — Amanhã eu e seu pai iremos procurar outro segurança para você, e é melhor você sossegar dessa vez.

Seokjin ouve passos largos e uma batida firme na porta, não prestando atenção no que acontecia fora da tela de seu celular, que mostrava um vídeo explícito.

Noite longa.

[...]

Subúrbio de Seul, 22h47

Madre.. Amanhã irei sair para procurar um emprego. Nosso dinheiro já está acabando. — Salvatore diz baixo para a mulher ao seu lado, sendo cauteloso para não acordar sua irmã que dormia pacificamente em seu colo.

Mi hijo.. Eu quem deveria fazer isso, preciso cuidar de vocês dois. — Rosa lhe diz aflita, colocando sua destra sobre o ombro do rapaz.

— Está tudo bem, você fica aqui. É mais seguro para você e para a Bini. — Salvatore a conforta, colocando sua mão sobre a mão de sua mãe.

Ela lhe olha enquanto sorri pequeno, analisando os olhos puxados do rapaz.
Retirou sua mão que antes repousava sobre o ombro desnudo de Salvatore e a colocou sobre o rosto do mesmo.

— Você é igualzinho ao seu pai, mi hijo. — Disse de maneira suave, relembrando do marido que acabou por partir após uma tentativa de proteger sua família.

Realmente, Salvatore é idêntico ao pai.

— Não só de cara, mas também de alma. — Ele diz enquanto exibia seu detalhe adorável que também havia recebido do pai: Suas covinhas.

Sua mãe deixou uma risada baixa e alegre escapar, encostando sua cabeça sobre o ombro do maior.

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Salvatore || N.JOnde histórias criam vida. Descubra agora