tangerine dreams

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Cidade de Seul, 09h45

O sol já raiava em Seul, as avenidas e ruas já estavam com seu movimento costumeiro e o dia estava claro. Bonito.

Namjoon apreciava a vista da cidade da pequena janela com grades que havia na cela. O loiro não havia conseguido pregar os olhos de noite depois da conversa que teve com Seokjin. Foi rápido seu tempo na cadeia, e, finalmente, seus pensamentos de que ele era incapaz de cumprir seu único papel foram acabados.

O barulho da grade sendo aberta interromperam seus pensamentos altos e ele se virou rapidamente, vendo um policial ruivo segurando um par de algemas com a mão direita enquanto a outra segurava a porta da grade.

Salvatore, você recebeu uma fiança anônima e está em liberdade. Por favor, me acompanhe. — Namjoon não sabia quem era o homem fardado, mas apenas com poucos segundos de conhecimento, ele já afirmou que o nome dele só brilha no coreano de Jin.

Gente apaixonada é tão besta.

Andou a passos lentos até o homem armado e juntou seus pulsos na frente da cintura, se permitindo ser algemado. Enquanto caminhava pelo corredor de cabeça baixa, ouvia xingamentos e insultos vindo de outros detentos por ele ter sido liberado tão rapidamente. Os ignorou, mantendo o pensamento de que iria ver seu príncipe em pouco tempo.

[...]

— Tem certeza de que ele vai gostar disso, filho? — Minyeon questiona, vendo Jin segurar uma pelúcia de coala azul bebê. O pequeno objeto macio também tinh olhos fechados costurados em linha preta e um nariz violeta bem no meio de sua face, alinhado com o pequeno sorriso também em linha preta.

— Tenho sim, mãe! — Jin afirmou. Estavam na mesma loja em que haviam comprado os pertences do moreno antes da viagem, e ele não pôde deixar de notar o olhar vidrado de Namjoon sobre a pelúcia que segurava agora.

— Ele está certo, Min. — Rosa diz. — Conheço os gostos dele, ele vai gostar da pelúcia.

— Viu? Agora nós podemos ir? Eu quero muito ver ele. — O moreno praticamente implorou, dando pequenos pulinhos ainda no lugar.

— Certo, vamos lá então. — Minyeon respondeu sorrindo ao ver a animação do filho.

Foram os quatro no caixa. Bem, com a exceção de Bianca que estava mais interessada em ver o purificador de ar transformar água em fumaça. Crianças...

[...]

Chegaram na porta da delegacia, Namjoon ainda estava sendo carregado pelas algemas. O ruivo desprendeu os pulsos do dito anterior e apenas saiu, sem o dirigir uma única palavra.

Namjoon olhou aos arredores procurando por algo. Ou melhor, alguém. Porém sua busca foi parada por um abraço tão forte que quase o derrubou no chão.

O loiro reconheceria aquele cabelo castanho e cheinho de longe. Era Jin.

Nam. — Disse de maneira sôfrega. Saudade machuca. — Eu senti tanto sua falta...

Namjoon apenas sorriu e emaranhou sua mão direita nas madeixas escuras. Deixou um beijo no topo da cabeça de Seokjin e puxou seu rosto para si.

— Acho que senti mais. — O loiro encostou a ponta de seu nariz no do outro, quase como um beijinho de esquimó. — Cariño.

— Eu só não vou te beijar agora — Jin começou, arrancando um olhar curioso de Namjoon. — Porque não quero estragar a pureza da sua irmã.

O maior riu e fez Jin rir junto, ainda assim roubando um selar singelo dos lábios do moreno.

Salvatore || N.JOnde histórias criam vida. Descubra agora