Dose de coragem

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13. Dose de coragem.


Não havia absolutamente nada com álcool na casa dos Cullen. Claro, eles são vampiros da raça Frios. Não bebem ou comem nada além de sangue.

O que deve ser horrível. Não me imagino sem minhas doses de Burbon, meus doces ou comidas favoritas. Seria uma verdadeira tortura para mim.

Por esse motivo, tive que sair para abastecer meu estoque de bebidas, se iria ficar por aqui por mais alguns dias também iria precisar da minha dose diária de "terapia".

Eu sei, esse não era um hábito nada saudável: afogar as mágoas e frustrações na bebida, mas, depois de tudo o que vivi durante esses séculos, a bebida se tornou a coisa menos prejudicial na minha rotina caótica.

Minha mochila estava carregada com garrafas de Whisky e Burbon quando adentrei a mansão dos Cullen.

É claro que todos os presentes alí sabiam o que tinha dentro dela, afinal, eram todos seres sobrenaturais, com sentidos sobrenaturais.

Não que eles se importassem o que eu faço ou deixo de fazer. Pelo contrário, a maioria deles estava ocupado demais imaginando seu futuro iminente no confronto contra os Volturi para se preocupar com qualquer coisa além disso.

Ignorei o olhar fixo de Alistair sobre mim quando passei pelo vampiro e subi direto para o sótão.

Amara já estava lá quando entrei, analisando algumas folhas que imprimimos do grimorio que Freya nos mandou há alguns dias.

─ Até que enfim você chegou! ─ A morena murmurou, erguendo os olhos para me encarar. ─ O que têm pra mim? ─ Seus olhos brilhavam em expectativa.

Não bebíamos uma gota de álcool desde que chegamos a Forks, e para pessoas como nós, isso era uma verdadeira eternidade.

Abri a mochila, erguendo a garrafa de Whisky que minha melhor amiga tanto amava. Enquanto eu era mais chegada ao Burbon.

─ Eu te amo tanto! ─ Ela se aproximou de braços abertos.

─ Tá falando comigo ou com a garrafa de Whisky? ─ Arqueei uma sombrancelha indagadora para ela, que retribuiu o gesto.

─ É óbvio que estou falando com a garrafa de Whisky. ─ Ela sorriu maliciosa, puxando a garrafa das minhas mãos.

─ Nojenta! ─ Mostrei a língua para ela, que riu da minha atitude nenhum um pouco infantil.

Amara foi até uma mesinha que havia alí, onde se encontravam dois copos e serviu duas doses, me entregando uma logo após.

─ Então você finalmente se rendeu ao charme do lobinho? ─ Ela questionou com um sorriso maldoso, se referindo a noite passada quando o garoto veio me trazer em casa.

O que obviamente não se passou despercebido por ninguém nessa casa. As vezes eu tinha medo de soltar um pun e ser zuada pelo resto da minha vida pelo Emmett.

Rolei os olhos, soltando o ar, antes de dar um gole no líquido do copo.

─ Não exatamente. ─ Murmurei, pensativa. ─ Jacob quer que eu nos dê uma chance para nos conhecermos melhor.

─ Bom, isso não te custa nada, Inari. ─ Amara disse, me encarando com aquela cara de quem sabia exatamente o que eu estava pensando. ─ Mas nada vai te fazer mudar de ideia, certo?

─ Você me conhece tão bem, Amy. ─ Forcei um sorriso para a morena que rolou os olhos, frustrada.

─ Você poderia tentar ver o lado positivo das coisas as vezes, sabia? ─ Retrucou, cruzando os braços sobre os seios.

─ Poderia. ─ Concordei, continuando logo após: ─ E vejo. O único porém nessa história é que eu nunca vou conseguir estar com ele com a dúvida de que: ele se interessaria por mim se esse imprinting não existisse?

─ Inari... ─ Amara me encarou seriamente nos olhos, pondo sua mão livre sobre a minha na tentativa de me passar um certo conforto. ─ Qualquer cara, ou garota, com o mínimo de senso enxerga a mulher incrível que você é. Então, sim, é claro que ele se interessaria por você, mesmo sem esse imprinting idiota.

Fiquei em silêncio por alguns segundos, antes de virar toda a bebida do copo de uma só vez.

─ Só há uma forma de descobrir! ─ Murmurei determinada.

Tudo o que eu precisava era de uma dose de coragem.

BEYOND IMPRINTING, Jacob Black ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora