Esperança

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06

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06. Esperança.


Jacob Black

Quando recebi aquele convite de casamento foi como se o mundo desabasse em cima de mim.

Sim, eu fui um tolo em acreditar que um dia poderia convencer Bella a esquecer aqueles sanguessugas e ter uma vida normal e perfeitamente humana ─ ou quase isso ─ comigo.

Ela me amava, mas não como o amava.

Como ela mesma havia me dito uma vez: se ela tivesse que escolher, era ele, sempre seria ele.

E foi apenas olhando para aquele convite em minhas mãos que eu percebi que não havia esperança para um nós.

Eu fugi como um covarde, e não me orgulho disso, mas talvez fosse aquilo o que eu estava precisando; um tempo à sós comigo mesmo e meus próprios pensamentos.

Longe da matilha.

Longe do meu pai.

Longe da Bella.

Longe de tudo.

No fim, acho que a possibilidade de Bella e eu ficarmos juntos só existiu na minha cabeça.

A raiva e o rancor pareciam querer me consumir e quando a vi naquele estado, grávida de um sanguessuga nojento...

Ela estava morrendo, mas ainda assim, parecia feliz por dar sua vida em troca do seu pequeno monstrinho.

E quando eu os vi como uma verdadeira família, a vi como um deles, tive a certeza de que nós dois era apenas uma fantasia de um adolescente apaixonado por sua amiga de infância.

Bella nunca foi minha.

Mas ainda assim, eu os invejei.

Os invejei por ter um ao outro.

Os invejei por ter uma família grande, feliz e acima de tudo, unida.

Mas certamente não os invejo pelo grande imã de problemas que os persegue.

Contudo os agradeço, pois foi por isso que eu pude conhecê-la.

Foi um choque quando eu a vi.

Era surreal pensar que apenas um olhar poderia mudar o rumo da minha vida para sempre, e eu finalmente não estaria mais sozinho.

Minha primeira reação foi correr para longe dali. O que foi uma reação impensada e idiota.

Quem era ela?

O que estava fazendo na casa dos Cullen?

O que ela era?

Como ela reagiria ao saber do imprinting?

Ela me rejeitaria?
Sinceramente não poderia julgá-la por isso. Somos meros desconhecidos um para o outro.

Admito que mesmo com todas aquelas dúvidas, eu finalmente senti esperança de novo depois do que pareceu ser um longo período de tempo afundado em apenas escuridão.

Na sombra dos Cullen.

Sei que mal a conheço, e estaria mentindo se dissesse que não pensei em amaldiçoar esse imprinting com todas as minhas forças.

Em renegar esses novos sentimentos mesmo que isso pudesse causar a minha própria morte.

Mas qual seria o sentido disso?

Inari Lavelle tinha os olhos mais intensos que já vi na vida.

Foi olhando para eles que percebi que eu não tinha nada a perder, pelo contrário, se os espíritos realmente estivessem certos, ela seria a mulher da minha vida.

Passei muito tempo acreditando que Bella era minha alma gêmea. Para ser bem sincero, de certa forma é reconfortante saber que eu estava errado.

Por isso, não posso deixá-la ir tão facilmente.

─ Eu não vou desisti! ─ Gritei vendo-a se afastar.

Pude ouvi um leve ruído de riso, seguido por um murmurar: boa sorte.

─ Gostei dela.

Me virei assustado ao ouvir a voz de Leah.

─ Leah? O que está fazendo aqui? ─ Questionei me recompondo.

─ Vim perguntar ao Seth se ele se esqueceu de que tem uma casa. ─ Retrucou a loba mal humorada.

Porém logo um sorriso zombeteiro iluminou seu rosto e eu sabia que seria vítima das suas zombarias por um bom tempo.

─ Aquele é o seu imprinting? ─ Ela apontou para a trilha pela qual Inari havia saído. ─ Parece que ela não está nenhum pouco feliz com isso. ─ Debochou.

─ A quanto tempo você estava bisbilhotando?! ─ Questionei, sério. Leah apenas deu de ombros, com um sorriso suspeito. ─ Eu sou seu alfa! Você deveria ter mais respeito!

─ E eu sou sua beta. ─ Retrucou começando a andar, seguindo o mesmo caminho que Inari à minutos atrás. ─ São ossos do ofício!

Bufei, inconformado.

Qual o problema das mulheres em me deixarem falando sozinho?

BEYOND IMPRINTING, Jacob Black ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora