capítulo 28ღ

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̶n̶o̶s̶s̶o̶ ̶ú̶l̶t̶i̶m̶o̶ ̶e̶n̶c̶o̶n̶t̶r̶o̶.

e então eu te vi ali, vindo do outro lado da rua, naquela praça.
fazia um bom tempo que não te via, apesar de morarmos quase na mesma rua um do outro, mas você ainda estava exatamente igual.
mesmo corte de cabelo, camiseta larga, short jeans.
por alguns segundos, tudo o que eu quis foi correr até você e te pedir pra me abraçar com força, com toda a força do mundo, pra que eu fosse capaz de entrar em cada molécula do seu corpo e te fazer lembrar de como era bom me ter ali.
só que eu não fiz.
fiquei parada esperando você vir, até que seus olhos encontraram os meus.

nenhum de nós sabia muito bem o que fazer, mas eu caminhei até você com calma pra poder observar cada traço desse rosto do qual eu senti tanta falta, pra poder engolir aquela imagem que eu nem sabia se ainda veria de novo. enquanto nossos amigos observavam como espectadores.
todos ali ja tinham me visto chorar por você, será que em algum momento você também chorou por mim? também ligou de madrugada pra alguma daquelas pessoas porque a falta que eu fazia estava insuportável? eu não sabia, mas não importava. nada importava.
eu torci tanto por esse encontro, torci tanto pra esbarrar com você em alguma esquina desse bairro.
e agora você estava ali, a centímetros de mim, com o mesmo cheiro daquele seu perfume forte, com o mesmo jeito de olhar com a mesma forma de andar.

oi.

oi.

meus braços se contorcíamos e eu precisei me segurar muito pra não te tocar, pelo menos não naquele momento.
eu so queria sentir sua pele quente e lembrar como é que era ter seu toque em mim, mas não me atrevi a quebrar a distância que existia entre nós.
esperei você dizer algo enquanto nossos olhos se engoliam.
dois desconhecidos que se amaram por um pequeno mas suficiente tempo.
é isso que acontece depois do fim? a intimidade morre? as lembranças acabam?
não tinha ninguém no mundo que me conhecia tanto quanto você e não tinha ninguém no mundo que te conhecia tanto quanto eu. eu pensei.
as manias, os medos, os segredos, as brincadeiras, os sonhos. e agora olha pra nós!
dois estranhos se encarando como se não soubessem tudo de mais lindo e de mais sujo que vive dentro do outro.

tudo bem? você quis saber

e eu quis te falar que não.

quis falar que..esses olhos, ah, meu Deus, esses olhos!
quis te falar que eu ainda não consegui colocar um ponto final em nós, que tem muito de você que ainda vive em mim e que às vezes é insuportável não te ter.
que eu te amava.
que eu te amei.
que eu te amo.
e que não sei o que fazer com esse amor agora. o que você fez com o seu?
mas eu não disse.
eu não disse nada.
nada do que eu ensaiei pra quando esbarrasse com você, nada do que planejei e que você merecia ouvir, nada do que estava engasgado no meu peito so esperando pra quando te encontrasse. nada

to bem e você?

to bem, quer dar uma volta?

por que não podemos ficar aqui? nesta praça.

vamos vai ser rápido.

então tá bom...

e fomos, conversamos sobre reatar nosso relacionamento, nos abraçamos,
nos beijamos.
mas ainda tinha tanta coisa que queria te contar. tinha tanta coisa que eu queria saber. tinha tanta coisa que eu podia te responder antes de ir embora, mas so consegui dizer:

por favor, não some.

eu não vou, você disse.

as mensagens na noite seguinte:

depois disso, você desapareceu,não tive notícias suas durante um bom tempoe agora

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depois disso, você desapareceu,
não tive notícias suas durante um bom tempo
e agora..creio que jamais terei, pelo menos não notícias boas, não que você sente minha falta, nem que queria ter pensado bem antes de..você sabe.
agora as notícias são só sobre você&ela.

e eles viveram.Onde histórias criam vida. Descubra agora