56- SOCORRO

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__ Já falei que a gente não vai , Soraya. Eu tenho uma reunião por vídeo conferência daqui a pouco , e ainda preciso passar no hotel para pegar minhas coisas. __ falou Simone sem paciência. ___ E você precisa estudar para as provas que vai fazer quando voltarmos.

__ Mas é domingo, Simone. __ insisti. __ Não é justo você ficar atolada no trabalho e eu nos estudos.

__ Eu não teria chegado onde cheguei se tivesse me recusado a trabalhar no final de semana. __ me olhou séria. __ Você ainda tem muito o que aprender, Soraya.

Lá vinha ela me chamando de Soraya de novo. Era óbvio que estava puta comigo.

__ E outra coisa... __ continuou. __Agradeça porque o Reitor da sua faculdade é um grande amigo meu e deu um jeito para que você pudesse fazer as provas para não perder os componentes. Saiba que não foi de graça , tive que pagar por isso. __ me encarou furiosa. __ Vou descontar da sua mesada só para você aprender.

Será que Simone estava pensando que eu era uma pirralha mimada para me tratar assim?
Encarei - a e respirei fundo para não partir para cima dela. Simone insistia em me controlar, ela não tinha nada que pagar ao Reitor para que eu pudesse fazer as provas. Se eu perdesse os componentes, era problema meu.
Se eu saí de River City para passar um mês fora , foi porque precisei. Eu não era nenhuma irresponsável.

__ Eu não sou nenhuma moleca para você punir cortando mesada. __ rebati irritada. __ Você não deveria ter ligado para o Reitor e se metido no meu curso. Eu larguei tudo para passar um tempo aqui , porque já não aguentava mais seu ciúme exagerado, sua mania de controlar tudo e por sua falta de consideração por nosso relacionamento. Eu ia pirar se continuasse tudo como estava, então não me julgue por estar tudo dando para mim na faculdade! Não estou com cabeça para pensar em prova agora.

__ Eu só quis ajudar, Soraya!__ disse ela se aproximando. __ Não precisa ficar assim. Eu não estou tratando você como uma moleca , eu só não quero que se prejudique nos estudos.

__ Você é tóxica, Simone!__ disparei. __ Mal reatamos e você já está querendo me controlar.

__ Você me chamou de quê? __ perguntou indignada.

__ TÓXICA! __ gritei.

De repente meu pai bateu na porta do quarto , e entrou logo em seguida sem nem perguntar se podia entrar. Ele estava preocupado.

__ O que está acontecendo, meninas? __ ele perguntou se aproximando de nós. __ Dá pra ouvir a discussão de vocês lá da sala.

__ Não foi nada demais , pai. __ respondi murcha. __ Eu só queria ir tomar banho de cachoeira com vocês , mas a Simone não quer ir.

Simone logo me olhou com desaprovação. Meu pai encarou-a ao perceber como ela me olhava.

__ Não quero que você grite com minha filha , Simone. E nem que a trate mal. __ falou meu pai firme. __ Sei que cometi muitos erros no passado como pai , mas agora quero cuidar da Soraya e não deixarei que ninguém a maltrate.

__ Foi apenas uma discussão de casal , Sr. Castro. __ falou Simone no mesmo tom. __ Não estou maltratando Soraya. Eu amo e só quero o melhor para ela.

___ O melhor para ela com certeza não é ficar em casa estudando em pleno domingo quando poderia estar se divertindo em família.

__ A família da Soraya sou eu , Sr. Castro.

__ Olha, Simone , eu sei que você gosta da Soraya e entendo que tem se esforçado para cuidar dela. Mas ela tem família, e não é justo que a impeça de aproveitar um momento como esse. Por isso , Soraya vai sim passar o dia na cachoeira conosco.

Coelhinha ( Simoraya)Onde histórias criam vida. Descubra agora