Capítulo 7

81 7 2
                                    

Heidi POV

Alguns dias se passaram desde a última vez que vi Tina. Era sábado à noite e combinamos de fazer alguma coisa, insisti que fizéssemos algo em minha casa, mas Tina disse que íamos jantar em sua casa e depois faríamos um passeio.

"Precisa que eu vá te buscar? Parece que começou a chover." Li a mensagem de Tina ainda na tela.

"Não vou te incomodar? Qualquer coisa eu peço um carro de aplicativo."

"Claro que não. Ia ligar o forno, mas vou te buscar. Cinco minutos estou aí."

"Okay, venha com cuidado."

Não demorou muito para Tina mandar uma mensagem avisando que já tinha chegado e estava me esperando. Peguei minhas coisas, fechei a porta e do portão até o carro, dei uma corridinha rápida e entrei.

- Muita chuva? - Tina me perguntou.

- Quase nada. - Ri.

Ela ligou o carro e pouco tempo depois estacionou o carro na garagem de sua casa. Me ajudou com minhas coisas. Tina indicou que eu me sentasse no sofá após eu ter perguntado se ela precisaria de ajuda com algo.

- Tina, tem certeza que não precisa de ajuda?

- Tenho. Só estou ligando o forno para assar a nossa lasanha e vou pegar um vinho pra gente.

Fiquei observando Tina de longe ali na cozinha e prestei atenção na roupa que ela usava: uma calça jeans e uma camiseta bem mais larga que ela que eu não duvidaria muito que poderia caber duas dela ali. Observei a parede com os quadros.

- Pronto. - Ela falou chamando a minha atenção de um jeito bom. Ofereceu-me uma taça e me serviu.

- Tem uma coisa me intrigando olhando para suas fotos.

- O que tem de errado?

- O que foi que aconteceu cinco anos atrás que você não tem nada deste ano?

Tina suspirou, colocou um pouco de vinho em sua taça e sentou em outro sofá de frente para mim.

- Tem certeza que quer saber?

- Sinceridade e honestidade são bons para relacionamentos. Eu aprecio muito isso. Se você não se importar de contar, eu gostaria de saber.

- Bom, no final do ano anterior eu estava competindo em Honolulu e as ondas do Havaí são grandes, e quando eu digo grande não é exagero. - Tina deu um gole em seu vinho. - Como regra, temos que usar um colete salva vidas e um capacete desses do tipo de bombeiro de resgate que são mais leves e por precaução. Quando a onda perfeita se formou e eu esperei o momento para ficar de pé em cima da prancha. Quando eu fiquei de pé na prancha, foi que notei algo estranho. A minha prancha estava com um rachado entre a posição dos meus pés. Eu sabia que a partir dali o pior poderia acontecer. Não deu outra. A prancha se rachou no meio, eu cai na água e a força da onda me levou para onde tinha umas pedras. Tive alguns arranhões na perna e quebrei meu braço. Para mim estava claro que a minha prancha foi sabotada para eu não ganhar naquele ano. Quando falei para o meu treinador conversar com a organização do evento sobre isso, eles falaram que não seria possível alguém ter feito aquilo com a minha prancha. E nisso eu fui punida para não competir naquele ano.

- Que horror Tina. E sua prancha foi mesmo sabotada?

- Sim, depois de terem feito uma perícia nela foi constatado aquilo que eu já tinha certeza.

Bebemos um pouco do vinho em nossa taça. Parecia que Tina estava lendo qual seria a minha próxima jogada.

- Acho bom eu ver como está a nossa lasanha. - Ela foi rapidamente até a cozinha, checou o forno e voltou. - Em vinte minutos o nosso jantar está pronto.

Mais Que VerãoOnde histórias criam vida. Descubra agora