Tina POV
Já tinha um mês que Heidi estava internada no hospital e nada da sua situação mudar. Ela tinha que acordar e só de pensar no fato disso não acontecer meu peito doía. Eu visitava Heidi no hospital depois do meu trabalho. Os pedidos começaram a aumentar e eu passava bastante tempo no quiosque adiantando as pranchas. Sua mãe ficava durante o dia com ela e eu, com nossas amigas resolvemos revezar as noites.
Um dia desses foi a minha vez e nossas amigas estavam por lá e de longe eu avistei alguém que eu tinha reconhecido em uma das fotos que eu tinha. Eu já estava com sangue nos olhos e fechei meu punho com força, caminhei até o sujeito e me controlei para não fazer o pior.
- Foi você que deixou ela nessa situação, não foi? - Ele olhou para mim fingindo não ser com ele. - Presta bem atenção no que eu vou te dizer: fica longe dela. Se alguma coisa acontecer com ela, eu vou saber que foi você e aí eu não respondo pelos meus atos. Sou capaz de usar até o meu réu primário, mas eu acabo com você.
Engfa se aproximou. - Tudo bem aqui Tina? - Ela me perguntou e eu olhei para ela.
- Era para ser você no carro e ela voltaria para mim. - Sua voz rompeu o silêncio e eu me virei com tudo e dei um tapa em seu rosto.
- Voltaria? Ela nunca gostou de você seu idiota! - Gritei. - Agora cai fora daqui antes que eu...
Ele hesitou um pouco pegou suas coisas e foi embora. Sentei-me no banco e fiquei absorta em meus pensamentos. Isso não era possível. Notei alguém sentando do meu lado. Era Charlotte.
- Tina?
- Agora não Charlotte.
A minha vontade era de ir para a minha casa, mas isso estava fora de cogitação. Apenas andei um pouco pelos corredores do hospital para esfriar a minha cabeça. Quando voltei até o quarto de Heidi, nossas amigas já tinham ido. Encontrei com a mãe dela saindo do quarto, ela se despediu de mim e disse que Chillie estava esperando por ela do lado de fora. Entrei no quarto e sentei-me na poltrona. Precisava absorver melhor o que tinha acontecido alguns minutos atrás.
Agora tudo fazia sentido desde que a seguradora me chamou para conversar uns dias atrás e me mostrou que o tubo do freio tinha sido cortado. Conforme Heidi foi freando o tudo cortava mais um pouco até acontecer o que aconteceu. Não tinha sido uma falha mecânica. Sabotaram o carro.
Inclinei meu pescoço para trás para encarar o teto. Eu teria que contar para nossas amigas sobre esse problema para elas ficarem atentas durante o tempo que ficariam acompanhando Heidi. Peguei meu celular e comecei a digitar uma mensagem no grupo.
"Sei que devo uma explicação do que aconteceu um pouco mais cedo aqui no hospital. Vão à minha casa amanhã às 14h que vou lhes explicar o que se passou."
Coloquei meu celular em modo avião e concentrei-me apenas em uma pessoa. Fiquei de pé e lhe dei um beijo na testa.
- Será que você consegue me ouvir? - Perguntei ajeitando o seu cabelo e toquei em sua mão. - Bom, se você estiver me escutando, saiba que estou aqui para te defender de qualquer mal. Eu e nossas amigas estamos nos revezando para ficar aqui com você durante as noites e sua mãe vem durante o dia. - Com a minha mão esquerda fiz um carinho em sua bochecha.
Afastei-me dali e sentei na poltrona. Eu trouxe o notebook e aproveitei para conferir algumas coisas. Enviei alguns e-mails solicitando o orçamento de alguns itens que estava precisando repor em meu estoque e também algumas coisas novas. Desliguei e coloquei o notebook na mochila, aproveitei para jantar o lanche que eu tinha preparado junto com o suco de laranja. A situação em si parecia errada assim que notei que Heidi era alimentada através de um sonda. Resolvi fazer o meu desjejum do lado de fora. Assim que terminei voltei ao quarto e me acomodei novamente na poltrona. Peguei meu celular e comecei a anotar algumas coisas. Nos próximos dois dias eu trabalharia até tarde para adiantar algumas coisas no quiosque. Eu tinha em mente fazer uma transformação ali que me ajudaria de alguma forma.
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Mais Que Verão
عاطفيةSerá que um amor do passado é capaz de renascer e esse romance ser vivido depois de alguns anos?