Capitulo 34' - No Telhado do St.James

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Eu ia responder a sua pergunta, com a única resposta possível, mas assim que abri minha boca para dizer algo, a porta da escada se abriu junto, nos assustando.

O ferro pesado rangeu, nos tirando daquele transe constrangedor. Escondi minha boca atrás da mão, como se fosse possível esconder a prova do crime, enquanto isso, seu Will pegou seu celular e apontou para as escadas, tentando descobrir quem era, mas seu aparelho não clareava tamanha distância.

- Malone? - Seu Chris pergunta confuso - Malone é você?

Will suspira frustrado, antes de abaixar o flash, vendo que o amigo se aproximava.

- Oi, sou eu.

- Ceci? - Seu Chris tinha uma lanterna, que apontava em minha direção - O que vocês dois estão fazendo aqui em cima?

- Vim procurar a Ceci.

- No telhado?

- Eh... a Cecília estava dormindo aqui em cima.

- Dormindo? Onde? No chão?

Assinto, com a cabeça.

- Eu tava olhando o céu, senhor, não percebi quando peguei no sono... - Cerro os olhos, evitando queimar a retina com a luz.

Seu Chris sorri, se abaixando ao meu lado e apagando a lanterna. Seus olhos brilhavam como as estrelas lá no céu. Mesmo tendo um dia horroroso, ele ainda se preocupava comigo, isso me deixava ainda mais apaixonada.

- Todos foram embora, pensei que você tivesse ido também. - Toca minha bochecha em uma carícia e meu coração erra as batidas, só então percebo que o brilho em seus olhos eram lágrimas.

- Ta tudo bem? - Pergunto, retribuindo o toque. Ele me responde com outro sorriso chocho e um balançar de ombro. - Seu Will me contou o que aconteceu...

- Eu não sei o que fazer, Ceci... eu não sei...

- Nós vamos da um jeito, eu prometo! Por que não vai pra casa e descansa um pouco? Amanhã pensamos sobre isso...

Ele troca olhares com seu Will, que arqueia suas sobrancelhas antes de se levantar se supetão.

- Bom, vou deixar vocês sozinhos. Ceci? - Seu olhar desesperado procura por mim, quase implorando por uma resposta silenciosa. - Tchau!

- Tchau! - Respondo seca, desviando os olhos para o nada.

Um pouco desconfortável ele ainda nos observa por alguns segundos, antes de acenar para o seu Chris e sair desengonçado, carregando sua lanterninha do celular até as escadas. As luzes não pareciam que iam voltar tão cedo. Meus pais deviam estar preocupados, mas se não me ligaram ainda, era porque também não havia área telefônica.

- Fica mais um pouco comigo? - Pergunta manhoso. - Eu preciso tanto de você...

- Fico! - Respondo sem hesitar, porque eu sabia que ele realmente precisava e eu não podia rejeita-lo agora, que havia procurado por mim e não por sua noiva, em um momento de tamanha fragilidade. - Vem cá!

Chamo-o para um abraço, com minhas mãos, e sem pensar sobre isso por um único segundo ele obedece, se sentando no chão e repousando seu rosto em meu peito, enquanto passava os braços por minha cintura, completamente vulnerável. Ele estava extremamente triste, e a sua tristeza fazia meu coração doer. Eu não podia contar para ele, agora, sobre o seu Will, ele já tinha problemas demais para lidar.

- Eu estraguei tudo. - Confessa, finalmente chorando. - Eu queria tanto mostrar para os meus pais e para o Daniel que eu podia ser o presidente dessa produtora... mas eu não posso... - Segura um soluço, se apertando contra meu corpo - Eu não posso...

A Estranha Cecília - Chris EvansOnde histórias criam vida. Descubra agora