Cabelos ao vento. Mãos para fora e o som tão alto que ela só pensava se conseguiria escutar algo depois.
Mas não importava, porque, naquele momento, havia coisas mais importantes do que sua audição.
– Onde é esse lugar? - ela gritou para Levy, tentando se livrar dos fios de cabelo que haviam se soltado do penteado.
– O quê?
– Aonde estamos indo? - ela repetiu a pergunta.
– Comer.
– Jones!
– Confie em mim, Flack, e aproveite sua liberdade - e aumentou mais o volume do som.
Daniella olhou para a paisagem. Haviam saído de Manhattan fazia uma hora e meia e estavam quase que no meio de lugar nenhum. No entanto, aquilo não parecia preocupá-la. Não queria pensar em nada, e Levy lhe deu a oportunidade perfeita para aproveitar o momento e não cair na amargura da realidade que estava para viver nos próximos dias, meses e anos.
Os dois viram o dia amanhecer na estrada. Um nascer do sol bonito, com a paisagem do oceano atlântico ao fundo. De seu apartamento conseguia ver uma parte do mar, mas muito mais da natureza do Central Park. Ver a vastidão do oceano lhe trazia esperança de que haviam muitas coisas novas e boas para acontecer. Ela só precisava ter paciência.
Eram quase 6h30 da manhã quando Levy entrou em um terreno, após terem passado por diversas mansões.
– Hamptons? Você quer mostrar o significado de liberdade em Hamptons? - ela abriu a boca, olhando incrédula para Levy, que sorriu.
Ele sabia que ela tinha casa nos Hamptons. Os Flack, inclusive, quem tinha. Uma mansão incrível que havia sido capa da melhor revista de arquitetura e design dos Estados Unidos.
Daniella poderia ter imaginado mil e uma maneiras de sentir a liberdade, mas definitivamente jamais consideraria ir para as gaiolas de ouro de Manhattan. O Hamptons tinha como maior característica, possuir vilas com mansões luxuosas onde os milionários do lado leste dos Estados Unidos mantinham residência. Com um ar campestre, mas uma praia direto para o oceano atlântico, o local possuía um ar de riqueza e serenidade. Tudo o que os ricos mais gostam de mostrar que tem.
Levy abriu um sorriso para ela enquanto fechava a porta do passageiro para impedir qualquer intenção dela voltar para dentro do carro.
– Não dá para se libertar de um problema fugindo dele, Flack - ele olhou para trás. – É muito melhor quando você encontra sua liberdade bem embaixo do nariz deles. Venha, estou faminto.
A mansão que entraram era esplendorosa. Um hall inteiro de mármore branco e veias escuras, estátuas que custam uma fortuna e uma decoração minimalista e impecável. Os dois passaram pela sala de estar, de inverno, de visita e um escritório, até chegarem a uma sala de jantar com uma mesa de 22 lugares. Para a surpresa de Daniella, a mesa estava toda coberta de comida de café da manhã.
– Comida gordurosa? - ela ergueu uma sobrancelha, vendo pães, frios, frutas e bolos espalhados.
– Calma, Flack - ele puxou uma cadeira para ela se sentar. – Seu final de semana acabou de começar.
Daniella ousou, por um momento, pensar no motivo que levou o cara a quem mais desgostava - que não pertencia à sua família –, a agir daquela maneira com ela. Por que ele a levaria até os Hamptons? Por que a estava ajudando?
Sua barriga roncou enquanto se perdia em tais pensamentos. Olhou sem graça para o homem que se sentou ao seu lado; se ele ouviu o som, disfarçou muito bem, porém serviu a ela de suco de laranja e colocou um pão doce em seu prato.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Par Perfeito
Roman d'amourDaniella vive uma vida pacata. Com um trabalho rotineiro, hobby que já não desperta nenhum ânimo e uma família complicada, sua única alegria tem sido o relacionamento com Ashton, o namorado super bem-sucedido. Sua melhor amiga, no entanto, mostra qu...