LUCKLESS | Paul Lahote. pt-br

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CAPÍTULO 8

Andy não ligou por uma semana. Nos primeiros dias, não pensei nada sobre isso. Às vezes não conversávamos por um dia ou dois. Isso era normal. Mas depois do quarto dia, a preocupação começou a atormentar minha mente. Ele odiava minha família? Ele teve uma revelação semelhante à de Jared? Falando em Jared. Eu ainda não tinha falado com ele. Eu tinha me recusado a ir à escola na sexta-feira, muito chateada com Jared para lidar com ele dentro dos limites de um prédio público. Então o fim de semana passou, forcei Paul a me levar para a escola na semana seguinte. O rosto de Jared despertou os mesmos sentimentos de vergonha e tristeza, assim como a lembrança de suas palavras. Na noite de quinta-feira seguinte, exatamente uma semana depois de apresentar Andy a Jared e minha mãe, decidi ligar para ele novamente. Eu tentei contatá-lo na terça-feira. E várias vezes na quarta-feira. Toda vez, seu telefone ia direto para o correio de voz.

Eu estava nervosa e ansiosa, preocupada com meu namorado. Não ajudou que eu raramente dormisse. Os sonhos atormentavam minhas noites com terror e tristeza. Era mais fácil ficar acordada. Dei um pulo quando o telefone em minha mão começou a tocar. Quando ouvi sua voz calmante responder, meu coração pulou de excitação e alívio.

"O que?" A aspereza em sua voz quebrou minha felicidade crescente. Por que ele estava chateado?

"Oh. Hum, ei. Eu estava me perguntando o que aconteceu..."

"Eu não quero conversar agora, Kathryn." Suas palavras me chocaram. Elas estavam frias, criando uma cunha de gelo em meu coração. Eu nunca o tinha ouvido falar assim antes.

"O quê? Por quê? Eu fiz alguma coisa?" Mordi o lábio, preocupada.

"Não. Só não quero falar com você."

"Oh. Ok. Ligo para você amanhã então? Talvez possamos sair?" Minha voz aumentou, um pouco esperançosa.

"Não, Kat. Não quero falar com você agora. Não quero falar com você nunca." Sua voz ficou embargada por um momento. Quando ele voltou a falar, sua frieza havia retornado. "E eu não quero ver você. Já estou de volta à Carolina do Sul. Divirta-se com sua festa. Adeus, Kathryn." E então ele desligou. Eu não conseguia me forçar a afastar o telefone do ouvido. Eu só queria ouvir um trecho de sua voz novamente. Isso não poderia estar acontecendo. Não para mim. certo? Isso foi algum tipo de piada. Andy e seus amigos estavam brincando comigo. Eles tinham que estar.

Entorpecidos, meus dedos tentaram chamá-lo novamente. Como antes, a ligação foi direto para o correio de voz. Não sei quantas vezes tentei ligar para ele antes que mãos quentes levassem o telefone embora. Vagamente, como se estivesse a quilômetros de profundidade, ouvi a voz de Jared falando comigo. Relutantemente, deixei que ele me levasse para fora da cozinha e para o sofá. Minha mente estava entorpecida, incapaz de compreender a profundidade do que havia acontecido.

Pela primeira vez na minha vida, me enrolei em Jared. Fechei os olhos e enterrei minha cabeça em seu lado. Fiquei assim por muito tempo, sem entender. Ocasionalmente, ele dizia alguma coisa, mas as palavras eram estranhas e distorcidas em meus ouvidos. No que pareceram horas depois, finalmente abri os olhos. A sala estava escura e meus olhos desorientados levaram um segundo para se ajustarem. Eu ainda estava segurando Jared como se ele fosse um colete salva-vidas. Eu podia ouvir sua respiração profunda e seu leve ronco, me dizendo que ele estava dormindo. Demorou alguns segundos para a memória do que tinha acontecido me atingir E quando isso aconteceu, bateu no meu corpo como um caminhão indo a cento e trinta quilômetros por hora.

A dor veio e nem eu consegui conter os soluços violentos que atormentavam meu peito. Tentei controlá-los fechando a boca, mas a falta de ar só os piorou. Jared acordou assustado, seu corpo enrijecendo. Quando ele percebeu que o barulho vinha de mim, seus braços apertaram meu corpo. Suas palavras da semana anterior me cortaram, mas a sensação não era nada comparada a essa dor. Eu não poderia estar brava com ele agora. Eu precisava dele para me manter com os pés no chão.