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CAPÍTULO 9

As repetidas idas à cozinha resultaram em um consumo tão grande de álcool que comecei a cambalear e tropeçar em caixas invisíveis. O rum espirrou no meu estômago com uma mistura de vodca e tequila. Eu me senti enjoado. Mas não me contive como antes. Minha regra anterior era 'Pare de beber quando ficar enjoado, vomitar é nojento e faz você ficar mal'. Claro, isso nem sempre me impediu. Eu ainda tive várias ocasiões em que vomitei nos arbustos a caminho de casa ou no banheiro. A maioria foi quando eu já tinha saído da festa. Eu sabia que, nesse ritmo, vomitar seria inevitável. Não fazia sentido interromper o fluxo constante de bebidas. Tatum já havia tentado me arrastar várias doses antes, mas eu a afastei rudemente. Eu não estava com vontade de parar. Eu só precisava esquecer. Esqueça ele e como foi estúpido. A única maneira de fazer isso era bebendo. Tatum não entendeu isso? Talvez ela tivesse feito isso se eu tivesse contado a verdade.

No momento em que senti os sinais reveladores do vômito, Tatum já havia me encontrado novamente. Acho que não parecia bem. Eu havia perdido minha camisa em algum lugar durante a noite, embora não conseguisse me lembrar como. Meu sutiã esportivo estava à mostra para todos verem. Ela agarrou meu braço com força e me arrastou, com uma xícara de Smirnoff e tudo, para fora da sala. A multidão do lado de fora diminuiu, em sua maioria apenas festeiros que precisavam de ar fresco e uma pausa do mosh pit lá dentro.

Tatum me empurrou para o mato bem a tempo. Ela fez alguma tentativa de agarrar meu cabelo para trás. Quando finalmente voltei à superfície, sentindo-me um pouco melhor, encontrei-a segurando o copo de plástico vermelho longe de mim. Eu estreitei meus olhos para ela. Minha garganta queimou quando soltei um aviso.

"Me de a bebida. Agora." Tatum balançou um dedo para mim. A morena menor realmente parecia brava comigo. Isso foi uma surpresa. Normalmente ela ficava apenas desapontada, mas ainda tolerava.

"Não. Chega de álcool até que você explique o que está acontecendo com você. E eu nem tenho certeza se você deveria beber mais. Você bebeu muito esta noite." Rosnei para ela, me lançando ao acaso para pegar a vodca. Ela puxou-o para fora do meu alcance. Deixei- me recuar com um suspiro de derrota. Minhas palavras saíram um pouco arrastadas quando admiti minha derrota

"Você é difícil. Eu... bem, Andy. Nós terminamos. Feliz? Posso pegar minha bebida de volta?" Cruzei os braços e olhei para a garota sentada à minha frente. Sua expressão suavizou- se.

"Você não pode beber isso, Kat."

"Eu posso e vou. Se você não me deixa mais beber, então pelo menos vamos a algum lugar e fazer crossfade." Fiz beicinho, esticando meu lábio inferior.

"De jeito nenhum. Sem mais bebidas, sem maconha. Vamos para casa."

"Uma bebida e eu vou embora. Eu prometo." Tatum suspirou, derrotada.

"Tudo bem. Apenas uma! Vou observar você como um falcão, senhorita!"

Tatum era péssima em me acompanhar. Mesmo quando estava bêbado e extremamente desajeitada, conseguia me afastar no meio da multidão. Quando ela me encontrou de novo, eu finalmente estava segurando a garrafa de Bacardi no chão. Eu balancei sonhadoramente ao som da música eletrônica, meus olhos bem fechados. Eu tinha que mantê- los fechados ou vomitaria imediatamente no chão.

Eu não registrei o que ela estava dizendo até que uma palavra percorreu meu zumbido de consciência vacilante. "Eu liguei para Jared."

Meus olhos se abriram. Grande erro. As luzes girando pela sala levaram meu estômago com elas. Fechei-os novamente, tentando engolir o líquido que subia.

"O que?" Minha voz estava rouca. "Por que?" A resposta de Tatum foi estridente e irritada.

"Porque estou preocupada com você, sua idiota! Você sabe que bebeu demais por causa de um cara estúpido! Esta não é você, Kat!" Eu fiz uma careta quando ela trouxe a memória de volta.

LUCKLESS | Paul Lahote.  pt-brOnde histórias criam vida. Descubra agora