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CAPÍTULO 32

Achei que tudo estava se preparando para ser perfeito. Paul e eu finalmente deixamos nosso passado de lado, as crianças estavam crescendo e prosperando. Eu nunca estive mais feliz.

Geralmente, quando eu estava com Paul, os sonhos não aconteciam. Mas desta vez foi diferente. O sonho era assustadoramente aterrorizante. Eu nunca tinha experimentado um pesadelo tão ruim. Isso abalou tanto meu estado de sono que me sentei. Fiz a única coisa que consegui pensar. Levantei-me, tropeçando para encontrar um pedaço de papel para escrever o que conseguia lembrar. Minha mão tremia enquanto tentava rabiscar. Frio. Terror. Eu estava assustada. Na floresta. Correndo. Para minha vida? Talvez. Não pense. Apenas corra. Mas eles são rápidos. Eles vão me pegar. Não importa. Preciso afastá- los dos meus filhos. Dor na minha perna. Sangue. Este é o meu fim? Flashes de olhos vermelhos. Terror. Gritos.

Deixei cair o lápis. O barulho da madeira batendo no chão da cozinha me fez pular. Ouvi passos se aproximando, mas pareciam debaixo d'água e distantes. Paul apareceu na minha linha de visão. Ele imediatamente registrou o medo em meu rosto. Ele deixou cair os joelhos onde eu estava sentado, chegando ao nível dos meus olhos.

"Ei. O que há de errado? Kat? Fale comigo." Suas palavras eram distorcidas e estranhas. Eu apenas empurrei a folha de papel para ele.

"Eu tive um sonho. Um sonho ruim." Finalmente consegui gaguejar. "Eu acho que foram... foram eles." Meu dedo viajou até onde eu sublinhava "olhos vermelhos" repetidas vezes. "Por favor, Paul. Diga a Sam. Estou com medo." Eu comecei a chorar. Meus filhos estavam em perigo. Eu sabia que isso iria acontecer. Os sonhos sempre se realizaram.

Paul passou os braços em volta de mim. Eu podia sentir o quão tensos seus ombros estavam. "Nós vamos manter você seguro. Eu vou manter você e as crianças seguras. Eu prometo. Nada de ruim vai acontecer." Ele me segurou até que o medo começou a desaparecer. Minhas mãos finalmente pararam de tremer. Quando ele me soltou, eu chorei. Ele parecia arrependido.

"Eu preciso falar com Sam."

"Você não pode simplesmente se transformar lá fora?" Ele balançou sua cabeça. "Ele não está em patrulha." Eu fiz uma careta.

"Você não pode... uivar ou algo assim?" Ele parecia tenso.

"Se você quiser que eu acorde todo mundo em um raio de oito quilômetros, claro."

"Por favor, não vá embora. Ainda não. Espere até amanhecer, pelo menos." Ele assentiu, voltando para o meu lado. Sem perguntar, ele me pegou. Eu me enterrei em seu peito, o ritmo de seus passos já me embalando de volta ao sono. Presumi que já tivesse saído antes de chegarmos ao quarto, pois não conseguia me lembrar de Paul me colocando de volta na cama.

A próxima coisa que percebi foi que estava acordando novamente. Desta vez, por minha própria vontade. Paul não estava ao meu lado. Uma vibração de medo fez meu peito apertar. Ele já tinha saído? Eu esperava que ele não demorasse muito. Verificando a hora, amaldiçoei. Já passava das onze. Nunca dormi tão tarde. A programação estaria errada. Deslizo da cama, correndo para o berçário. Diminuí a velocidade quando vi um bilhete colado na porta.

Levei as crianças para a casa da sua mãe. Seguro com Jared. Me ligue quando você acordar. - Paul

Segui as instruções, discando o número de Paul no meu celular. A linha tocou duas vezes antes de ele atender.

"Ei! Você está acordado?"

"Sim. Onde você está?" Eu não pude evitar o tremor em minha voz.

"Na casa do Sam. Ele quer falar com você. Posso te pegar daqui a pouco?"

LUCKLESS | Paul Lahote.  pt-brOnde histórias criam vida. Descubra agora