LUCKLESS | Paul Lahote. pt-br

10

CAPÍTULO 10

Não sei o que Jared achou da minha explosão. Eu virei as costas para ele e entrei na floresta. Ignorei suas palavras, suas súplicas. Ele não era nada para mim agora. Ele não importava. Ele não era mais meu irmão. Eu não poderia continuar matando aula. Eu havia perdido a semana inteira após todos os incidentes. No começo eu fiquei com o Tatum.

Então Paul me ligou e me avisou que Jared tinha ido morar com Sam por enquanto. Então agora eu podia viver livremente com mamãe, perambulando pela casa sem medo de vê-lo. Como antes, Paul me levou de carro para a escola. Eu não gostava do quanto confiava em Paul, mas ele era o único "amigo" com quem eu me tinha intimidade. Surpreendentemente, ele renegou Jared quase no mesmo nível que eu. Uma estranha camaradagem nasceu disso. Não sei por que Paul se voltou tão contra seu antigo melhor amigo, mas fiquei grato por seu apoio.

Os almoços eram zonas de guerra. A disputa tácita entre meu irmão e eu de alguma forma havia viajado. Provavelmente através de Kim. Qualquer drama e os alunos aceitaram imediatamente. Especialmente quando se tratava do simpático Jared Cameron e do fracasso de sua irmã. Eu sabia que não era querida por todos na pequena escola tribal. Isso era de se esperar. Eu não era a pessoa mais amigável ou gentil.

Durante os dias em que almoçávamos juntos, o refeitório se transformava em lados invisíveis. Aqueles que favoreciam Jared e aqueles que me favoreciam, não que alguém soubesse o que realmente aconteceu ou por que eu me voltei contra meu irmão gêmeo. Meu lado diminuiu em comparação ao de Jared. Principalmente estudantes dispersos que não sabiam o que estava acontecendo, e a maioria dos festeiros frequentes que conheci ao longo dos anos. E Paul, claro. Era como ter um grande guarda-costas protegendo meus seis. Não que eu precisasse disso. Eu tinha me saído bem sem ele antes. Mas agora éramos dois para lançar olhares mortais para qualquer um que nos olhasse de forma errada. A atitude de Paul mudou drasticamente. Ele me lembrou o velho Paul, aquele que se metia em brigas e era sombrio e taciturno. Eu definitivamente gostei mais desse lado dele.

Não tenho certeza se alguém, mesmo Jared e Paul, sabia o quanto eu estava chateada o tempo todo. Eles e o resto da escola descobriram isso logo. Deus, foi uma pequena ação tão estúpida que me irritou. Num momento eu estava pedindo meu almoço pacificamente, no outro estava no chão. Dois garotos idiotas, ambos veteranos, estavam brincando e se empurrando. Um empurrou o outro com tanta força que me deixou esparramada. Não pensei no que estava fazendo ou se era certo. Eu apenas segui meu instinto. Fui atrás do que estava mais próximo de mim, que também estava no chão. O primeiro soco que dei foi forte. Ele se conectou com o lado de seu rosto.

Quando me esforcei para ficar de pé, o segundo garoto já estava vindo em minha direção. Ele acertou um tiro no meu rosto antes de eu atacar. O golpe que ele acertou arrastou-se pelo meu rosto, uma pulseira de metal prendendo-se na minha bochecha. Senti os sulcos finos arranhando minha pele e tirando sangue. A picada me irritou ainda mais. Eu não hesitei. Eu me joguei nele, derrubando-o no chão. Minhas mãos lutaram para encontrar um apoio na frente de sua camisa antes de começar a socar. Cada golpe machucava meus dedos, cobrindo-os com o meu próprio sangue e o dele. Antes que eu pudesse dar outra tacada, braços fortes envolveram minha cintura. Eu me virei freneticamente, tentando acertar o interruptor. Mas meus punhos cerrados encontraram-se com músculos duros como pedra. Continuei a bater na figura até me levar para fora. Quando ele me colocou de pé, eu ataquei. Ele me segurou com facilidade. Finalmente cedi, começando a me acalmar.

"Que diabos, Paul?! Por que você não me deixou acabar com ele?" Minhas narinas estavam dilatadas, meus olhos selvagens. Eu podia sentir a intensidade com que meu coração batia. Paul apenas olhou para mim, confuso. O sorriso estúpido em seu rosto fez meu sangue ferver novamente.