Capítulo 2

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JENNIE

Jisoo tomou um gole de cerveja.

— Você está paranoica. Ela nem imagina. Vi a cara dela quando você disse o sobrenome da Hee, e a única coisa que elanotou foi como você é bonita.

Balancei a cabeça.

— Não. Ela fez uma cara estranha. Eu vi.

— Quanto tempo passou conversando com ela?

— Não sei. Quinze minutos, talvez? Ela me convidou para dançar depois que a gente se conheceu no bar.

— Ela é do tipo que fica com vergonha de perguntar se tiver alguma dúvida?

Pensei um pouco. Ela não parecia ser assim. Lalisa não fazia o gênero tímida.

— Não, mas…

Jisoo apoiou as mãos sobre meus ombros.

— Respira fundo.

— Jisoo, é melhor a gente ir embora.

O mestre de cerimônias pediu para todo mundo se sentar, porque o jantar seria servido.

Jisoo puxou a cadeira para mim.

— Vamos comer, pelo menos. Se ainda quiser ir depois do jantar, nós vamos. Mas estou dizendo que é só paranoia. Ela não faz nem ideia.

Minha intuição dizia para eu sair naquele momento, mas, quando olhei em volta, notei que éramos as únicas em pé e já
tinha gente nos encarando.

Suspirei.

— Tudo bem. Jantamos, depois vamos embora.

Jisoo sorriu.

Eu falava baixinho, ciente da presença de outros convidados à mesa, pessoas que ignorávamos de um jeito bem grosseiro.

— Onde você estava, aliás?

— Conversando com Rosé .

— A amiga da Lalisa?

— Amiga? Não sabia. Ela é filha de uma policial.

Revirei os olhos.

— É claro. A ideia era ficarmos juntas, sabia?

— Você não parecia solitária. Você sabe que não gosto quando tem em sua vida alguma mulher mais bonita que eu.

Suspirei.

— Linda, né?

Jisoo bebeu a cerveja.

— Eu pegaria.

Nós duas rimos.

— Acha mesmo que ela não percebeu nada? Você não disse isso só porque quer ficar mais, não é?

— Não, está tudo bem.

De algum jeito, relaxei um pouco durante o jantar. Talvez fosse mais por causa do garçom, que continuava enchendo
meu copo sem pedir autorização, que por achar que Jisoo estava certa. Não que eu tivesse deixado de pensar que Lalisa sabia que éramos impostoras, mas os martínis não
permitiam que eu me importasse com isso.
Depois que tiraram os pratos, Jisoo me convidou para dançar, e eu pensei: por que não? Eu poderia estar tendo uma
noite bem pior que essa, dançando com duas bonitonas. Fomos para a pista de dança ao som de uma música pop famosa; na
seguinte, mais lenta, Jisoo me abraçou.
Na metade da canção, estávamos rindo sozinhas quando uma mulher encostou no ombro de meu par.

— Posso interromper?

Lalisa.

Meu coração disparou. Eu não sabia se era a perspectiva de voltar aos braços daquela mulher linda ou a ideia de que
podia ter sido descoberta.

A Cinderela - Jenlisa (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora