Capítulo 22

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JENNIE

Nunca acordo tão tarde.

Devolvi o celular à mesinha de cabeceira sem fazer barulho e lembrei os vários motivos para eu ter dormido até quase meio-dia. Quantas vezes Lisa e eu transamos? Três? Quatro? Fazia anos que eu não fazia sexo mais de uma vez em um período de vinte e quatro horas. Mesmo no início da relação com Min, foram poucas as vezes que repetimos a dose… e nunca passamos de duas vezes.

Sorri ao me lembrar da noite anterior… e do começo da manhã. Lisa era insaciável. Na verdade, nós duas éramos. Transamos com ela por cima, comigo por cima, de conchinha… Mas minha posição preferida foi a de hoje cedo, quando ficamos deitadas de lado conversando. Nunca vou esquecer a conexão que tivemos enquanto ela entrava e saía de mim e nos encarávamos.

Pode ter sido a coisa mais íntima que já experimentei. Pensar nisso agora era suficiente para me tirar o fôlego.
Ainda sorrindo com a lembrança, decidi acordar a dorminhoca com a boca. Virei esperando encontrar Lisa ao lado, mas a cama estava vazia. Ergui o corpo sobre o cotovelo e chamei:

— Lis?

Nenhuma resposta. E, agora que estava acordada, precisava ir ao banheiro.
Quando me levantei, meu corpo doeu. Mas eu aceitaria algumas dores em troca de horas de prazer a qualquer momento.

Saí do banheiro e conferi o celular para ver se ela tinha mandado alguma mensagem. Quando dei a volta na cama, notei que tinha alguma coisa em cima do travesseiro
dela. Uma caixa branca com uma fita vermelha e um bilhete em um papelzinho amarelo.

“Tinha uma reunião virtual às onze e meia. Não quis acordar você. Volto assim que acabar. Não coloque roupa.
L
Obs.: Vamos começar a escrever.”

Começar a escrever? Que diabo significava isso? Eu não sabia, mas continuei sorrindo até desamarrar a fita e abrir a caixa. Dentro havia um lindo caderno com capa de
couro. Levei um minuto para perceber o significado de tudo, então, quando entendi, meus olhos ficaram marejados.

Vamos começar a escrever. Ontem à noite, durante o jantar, contei a ela que era difícil ser feliz porque as coisas não aconteceram como eu as havia imaginado e que precisava
superar o passado e escrever uma nova história.

Primeiro a mais intensa experiência sexual que já tive; agora um lindo presente. Eu podia facilmente me acostumar com isso.

Na meia hora seguinte, praticamente flutuei enquanto tomava uma ducha e me arrumava para o novo dia. Quando comecei a me maquiar, ouvi a porta da suíte.

— Lis?

— Jen?

— Estou me arrumando.

Ela entrou carregando duas sacolas. Mostrou uma delas e disse para meu reflexo no espelho:

— Café da manhã. — Depois mostrou a outra. — E almoço. Eu não sabia o que você ia preferir.

— Se tiver café em uma das duas, você vai ser minha nova namorada.

Ela abriu uma sacola e pegou um copo térmico.

— Acho que Rosé já era. Vou conversar com ela e avisar.

Sorri quando virei e peguei o café.

— Muito obrigada pelo caderno. É lindo e tem um valor sentimental enorme para mim.

Ela moveu a cabeça para cima e para baixo. Depois pegou outro copo e tirou a tampa.

— Eles também tinham diários. Mas eu não sei se você escreve ou se só gosta de xeretar o diário alheio.

A Cinderela - Jenlisa (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora