Caçador

131 17 24
                                    

Destrói-se tudo em torno de si, mas  a  si próprio e aos desejos (nós temos um corpo) não se consegue destruir

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Destrói-se tudo em torno de si, mas  a  si próprio e aos desejos (nós temos um corpo) não se consegue destruir. A bela e a fera, Clarice Lispector.

🍎

Essa não é uma história com um final feliz, destruir expectativas faz parte da minha personalidade. Me refiro aquela personalidade de ser totalmente contra manifestações de felicidade perto de mim. Se não estou feliz, desejo que todos estejam infelizes também. Vejamos bem, há quem diga que viver em um castelo é viver um sonho de princesa, mas isso apenas faz algum sentido se você for a princesa.

Então...

Olhava à distância JooHyun, ela sorria enquanto contava suas expectativas para a nova universidade. Seu pai, o rei, como sempre escutava-a com toda sua atenção, como se ela lhe fosse a única coisa que importava naquele momento, o que de fato não era mentira. A princesa era sua única filha, o pouco da rainha que ainda lhe restava, não é de se admirar seu amor pela filha.

Minha mãe, a antiga dama de companhia da rainha, parecia estar interessada no assunto, acrescentava alguns dos seus conhecimentos sobre a universidade que frequentava com a rainha quando eram jovens e suspirava nostálgica com as lembranças. Eu estava presente na mesa de jantar, mas não participava daquele ambiente. Como dama de companhia da princesa, eu era quase que obrigada a participar de todos os eventos ou locais que a herdeira estivesse presente, assim como minha mãe um dia foi com a falecida rainha.

Era ridículo viver na sombra de alguém, com seu próprio brilho sendo ofuscado por um título. Eu pensava desta forma em relação a Joohyun; não possuímos laços, nem de sangue tampouco de amizade, apenas nos suportamos desde que nascemos. Joohyun tentava uma aproximação, tentava ser uma amiga legal — ou pelo menos fingia que era —, mas não éramos exatamente próximas, a princesa e eu  ficávamos juntas apenas pelo títulos e para manter uma memória que a tempos foi perdida. Não somos as mesmas quando crianças e sequer tínhamos a liberdade para decidir se queríamos ser amigas ou não. Somos forçadas a manter laços devido às nossas gerações, é ridículo.

— Também está animada, Seulgi? — declama o rei, retirando-me dos meus devaneios.

— Claramente! Seulgi estava me contando sobre os clubes que gostaria de participar, Vossa Alteza. — Corta minha mãe, com um sorriso programado em minha direção. — Não é mesmo, querida?

— Hum… sim, claro, é… adoraria ser presidente do grêmio e estou com bastante expectativas.

Não era totalmente uma mentira, porém, era exagero minha "animação" para a universidade, em meus ideais de vida perfeita, estudar não estava na lista. Era uma perda de tempo, uma vez que meu futuro estava sendo planejado por um título e mesmo se eu quisesse outra profissão, não poderia segui-la.

The Most Beauty Onde histórias criam vida. Descubra agora