FORAGIDO II

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Já está quase terminando minhas férias e não passei um dia sem deixar de pensar no que aconteceu há algumas semanas, exatamente no meu último dia de trabalho, antes das férias

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Já está quase terminando minhas férias e não passei um dia sem deixar de pensar no que aconteceu há algumas semanas, exatamente no meu último dia de trabalho, antes das férias. Toda aquela tensão pela qual passei e que com certeza não sairá da minha cabeça. Impossível!

Embora a maior parte do tempo tenha quase me borrado de medo, por achar que morreria assim que o homem fosse embora, os últimos minutos foram simplesmente os melhores da minha vida. Nunca havia sido tocada como aquele foragido me tocou. E agora durmo e acordo pensando se de repente o verei outra vez. Acho que não!

Tudo que me restou dele foi a roupa que deixou e que, depois de muito inalar seu perfume, pois me viciei no aroma masculino que tinha, mandei para uma lavanderia, paguei quase cem euros para poderem lavar de forma que não estragasse o tecido fino e caro que tinha. Até mesmo a cueca do homem guardei em minha gaveta, juntamente com minhas calcinhas. 

Se eu queria reencontrá-lo? Obviamente que sim! 
Se tinha coragem de ir procurá-lo? Com certeza não! 

Havia alguma coisa naquele homem deveras misterioso que gritava perigo e me mandava ficar longe. E nem digo pela arma que trazia consigo, falo mesmo pela arrogância que exalava, o olhar impassível, como se fosse o todo poderoso.

Toda sua postura segura me deixava na defensiva. Quando o homem de preto entrou em minha casa, entregando-lhe um terno limpo para vestir, vi a braveza de alguém que estava irritado com alguma coisa. Nem ousei perguntar o porquê.

Algumas das coisas das quais falou, na hora não fizeram sentido, como o fato de ter pedido o terno, sem que eu tivesse ouvido pedir. Agora eu tenho consciência do que realmente estava falando, posto que descobri que antes de pedir meu celular emprestado, Marcus já o havia usado, pois no histórico havia uma chamada feita, para um número que estava fora da minha lista de contatos.

O que me deixa intrigada é pensar em como ele desbloqueou meu aparelho, sem a minha digital. Um verdadeiro mistério! Quando retornei a ligação, deu que o número para o qual eu ligava não existia. Frustração foi o que senti. 

— Thay, vai ficar nessa até quando? — Petrus pergunta, enquanto se senta na minha cadeira, onde estamos tomando café juntos. Como pegou o turno da manhã na empresa, saiu mais cedo e veio me ver. — O último sábado de suas férias e vai ficar aqui cheirando a roupa de um cara que nem existe. 

— É claro que existe. — Exorto-o. —  De onde acha que teria tirado esse terno? Nem vem me dizer que comprei ou aluguei, pois é caro demais para fazer isso e não teria utilidade para mim. — Completo e ele revira os olhos. 

— Eu só estou dizendo que você bebeu alguns drinks e pode ter passado da conta. Quem sabe foi um sonho? 

— E como explica a porra do terno, Petrus? — Pergunto já sem paciência e ele dá um gole no café em sua xícara. 

— Ah, sei lá! Só acho que não deve ficar em casa, pensando num cara que chegou te assaltando, fez cárcere privado de você, falou mal da sua casa, da sua comida e ainda te violentou. 

LENDO CONTOSOnde histórias criam vida. Descubra agora