#shortfic
Nicola foi aprovada para um curso de verão com uma artista renomada e terá que passar uma temporada na Itália.
Harry, o melhor amigo do seu irmão mais velho, concorda em deixá-la morar com ele. Então tudo está prestes a mudar.
Nicola semp...
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Harry
DIRIGI EM SILÊNCIO POR AQUELA CIDADE QUE EU CONHECIA TÃO BEM E ONDE TINHA vivido tantas coisas. Fui tomado pelas lembranças. Em todas estava Oliver, o melhor amigo que eu poderia ter desejado, que nunca se importava com minhas loucuras ou minhas idiotices, que simplesmente as ignorava ou não dava importância.
E lá estava eu. Com a irmã dele no banco do passageiro, tentando reprimir o desejo que eu tinha por ela, tentando ignorar como eu me sentia quando estava ao lado dela.
Não conseguia parar de me perguntar como era possível que eu não tivesse reparado nela antes. Ela. Na mulher que ela havia se tornado. Ou talvez... talvez eu tenha optado por não vê-la.
— Por que antes você pintava e agora não pinta mais, Harry? Enquanto estava na faculdade...
— Você ainda não adivinhou? — fiquei tenso.
— Não, eu não entendo. Você... você tinha talento.
— E nada mais. Esse era o problema. Ainda é.
— Me explica, por favor — suplicou. Eu me inclinei para ela.
— Me desculpa, acho que não consigo te explicar isso —Resmungou contrariada e eu fiquei com vontade de rir.
Quando chegamos a um bar nem pensei, apenas continuei agindo como se ela fosse uma garota qualquer e não Nicola. Sentamos em uns bancos em frente ao balcão. Pedi só uma cerveja, porque ia dirigir depois, e disse a ela que podia pedir o que quisesse. Ela escolheu um drinque com morango e um toque de limão.
As luzes da pista eram discretas e as LEDs azuis do balcão não chegavam a iluminar bem as pessoas que estavam dançando. Tomei um gole de cerveja e lambi os lábios. Olhei para Nicola até que ela começou a corar.
— O que foi? — perguntou, envergonhada.
— Estava pensando...
— Em quê? Surpreenda-me.
— Em você. Em mim. Em nossas diferenças.
— Eu acho que a gente tem mais em comum do que você pensa — sussurrou Nicola.
— Pode ser. Mas entendemos o mundo de formas diferentes. Você olha para um céu com nuvens e vê uma tempestade. Eu olho para um céu com nuvens e vejo um céu aberto.
