Alerta de cenas explicas e linguagem imprópria.
(...)
Amanheceu com o corpo sendo arrastado para a janela para fechar as cortinas, a luz do sol invadiu seu quarto com a mesma sincronia que o despertador tocava.
Eram cinco da manhã.
João tomou um banho, vestiu uma camisa social e uma calça de alfaiataria qualquer procurando por um sapato que combinasse. Seu único objetivo era continuar sem pensar.
Concluiu que era horrível em fazer preparativos, odiava a tal quebra de expectativas. Seria sua primeira reunião com a gravadora. Dirigiu até o local e realizou mais um de seus medos. pontuou todos os prós e contra, colocou suas verdades na mesa. Mais um sonho arquivado, mais um sonho sem passe.Recebeu mensagens de Pedro perguntando como havia corrido por lá, e o outro não imaginava o foco de tudo.
“Para nós, tudo se relaciona, por isso preferimos um cantor solteiro que não esteja tão exposto. Vende mais, causa expectativa e dúvida”
“queremos o João romania, mas precisamos de um João sem amarras”
Pedro para ele não era uma amarra, e ouvir aquilo o fez notar onde estava e quem ele seria. O moreno sempre dizia que ele era um cara admirável por ter o feito amar por inteiro, mas que exemplo ele seria para todos os seus ouvintes se não mostrasse de fato a pessoa que eles querem amar? Não dessa vez. Ele não seria uma farsa, mas perder oportunidades dói e te despista de seu real caminho.
Seu abraço o aconchegou por completo, as mãos de Pedro acariciava sua cintura. Ele sentia o cheiro que só seu caipira tinha. Ora doce, mas não enjoativo. Era suave, mas não fraco. Era marcante, mas não negativamente. Era natural, como tudo que ele exalava.
– você não tá com uma carinha boa, o que foi? – Pedro saiu do abraço levantando aquela questão.
– a música não vai rolar de gravar, sei lá, não gostaram do meu som – ele mentiu, coçando a nuca.
– mas você não disse que eles te acharam pelo som? aí João, o que aconteceu lá dentro? Mexeram com você? – o outro jogava tudo que poderia ser, já parecendo estar na defensiva.
– tá, sem mentiras – Romania logo se lembrou da promessa que fez, sussurrou e olhou nos olhos do castanho. – queriam um cara que fosse solteiro, eu não posso falar de você, de nós.
– caralho, mas amor…se quiser manter a gente em segredo, tá tudo bem, eu acho que dá pra me acostumar.
– não Pedro, eu saí de casa por causa de preconceito. – João suspirou e entrou no automóvel enquanto descontava sua raiva no painel do carro.
– é o seu sonho, se for preciso, eu te deixo livre pra viver ele.
– Pedro, tá ficando louco? Eu não vou trocar uma prisão pela outra! – aumentou o tom, não como gritasse, mas sua voz continha raiva.
– só não quero que você estrague seu futuro, não quero ser uma pedra no seu sapato. – o tom de voz do outro era praticamente inaudível.
– gravadora eu acho outra, eu posso até arrumar um emprego CLT ou virar um entregador de folheto, mas, não vou abrir mão do meu amor por você pra ter uma droga de um título onde eu vou me olhar no espelho e não ver quem eu sou! – soltou de uma vez, sentimentos seu corpo suavizar.
– hey, calma. Me desculpa, mesmo. – Pedro olhou de lado para o cacheado. – nesse caso eu vou comprar um amarelinho pra você então –
– o que é um amarelinho? – o outro deu partida, com olhar de dúvida.
– João Vitor, não! – o moreno ria. – okay o senhor não sabe o que é um amarelinho.
– eu tô com muita vontade de ir pra casa e transar por umas três vezes seguidas com você – soltou sem escrúpulos.
– tá é? e porque? – Pedro levou sua mão até a perna do mais novo, e quando ele parou pra sinalização do semáforo, o moreno adentrou sua calça.
– raiva daquela proposta idiot- porra Pedro – mordeu os lábios e deu um tapa na mão do outro, Pedro sorriu de um jeito absurdamente canalha
– para na próxima rua – o moreno pediu aproximando seu rosto do de João.
– próxima rua, okay – suspirou fundo e quando o verde foi sinalizado, João acelerou.
Ele não obedeceu o moreno, passou da próxima rua, mas o outro percebeu que estavam fazendo um caminho diferente. Romania tinha algo no olhar, e aquele João era tão atraente que Pedro não aguentava mais esperar. Ele só conseguia pensar nas diferentes formas de tocar seus cabelos e pegá-los até que seus fios se alinhassem a seus dedos de uma forma que não sairiam mais.
– bem vindo de volta caipira – o outro estacionou, e mal tirou o cinto sentiu seu corpo sendo puxado. No colo de Pedro, sentiu a necessidade que o outro estava, ele prensou João na porta travada do carro e beijou seu pescoço como se não ou esse amanhã.
Suas mãos desceram para o botão da calça, ele tirou com Tanta rapidez, aquele dom era desconhecido.
– espera um pouco – João pediu fazendo o outro parar e o encarar.
Ele estava com os olhos tão escuros e brilhantes, sua pupila refletia o eclipse e seus dedos dobravam em sua cintura com tanta força, parecia o prender pra não fugir. Romania deu play na música, tal qual “dance to this” de Troye Sivan.
– me aperta de verdade, por favor! – João implorava com o olhar e sentiu novamente o outro o puxar para seu colo. Agora o banco do carro estava inclinado e tinha mais espaço. João se livrou da camisa do outro e a jogou em um lugar qualquer, ele sentiu os dedos pelo seu peitoral descerem até a barra de sua calça.
Logo a música não era o único som presente no carro, enquanto o moreno apertava a cintura do outro sentia seu corpo subir e descer para ele. Contato visual, eles sempre mantinham isso, João era rápido e Pedro tentava abafar seus barulhos com beijos demorados, puxando seus lábios e apertando sua cintura tão forte como o cacheado havia pedido. João segurava o colar do outro com seus lábios enquanto o olhava de cima, ele colocou suas testas. As costas de Tófani estavam marcadas e ardentes, se movia de baixo enquanto o cacheado tentava continuar olhando nos olhos, mas eles se fecharam e seu corpo vibrou por inteiro se sentindo completo. Pedro não demorou a fechar seus olhos e soltar sua cintura. Assistiu os cabelos suados do mais velho baterem no banco do carro.
– você com raiva é incrível, volte a me odiar – o maior dizia baixo, fazendo o outro rir.
Batidas no vidro do carro o assustaram, e não era um ser qualquer. Aquele tinha um distintivo.
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Lábios de vinho: glória e dor ( pejão)
Fantasíaapós enfrentar tudo por seu grande amor, João agora precisa lidar com as consequências, o que ele fará diante a tantas confusões internas?