Dureza

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Antes de começar: amarelinho, o que diabos é? Vocês perguntaram

É um jornal onde você procura por emprego aqui na capital paulistana.

Boa leitura

(...)

O barulho das árvores balançando com o vento havia sumido, Tófani diminuiu a música e apertou seus olhos. Vestiu-se rapidamente enquanto João o imitou. 

Pedro suspirou nervoso enquanto abria a porta, João nem sequer se movia. 

– sujeito, João Romania, certo? Tira esse óculos de sol, e saia do veículo. – o homem era autoritário e nem se dava o trabalho de notar a presença de Pedro ali. 

– não vou sair, eu pago multa, não tenho problema com dinheiro – o cacheado levantou os óculos até a cabeça, encarando nos olhos o homem com o distintivo. 

– João, tá doido não fala assim ele é autoridade, não pode falar assim com gente da polícia– Tófani dizia baixinho, enquanto o outro deu de ombros. 

– ué, eu não tenho medo de polícia não tô devendo nada – sussurrou contra o moreno. 

– amor, ele tem uma arma pelo amor de Deus presta atenção. 

– e eu tenho meus advogados, se esse cara – o cacheado apontou. – fizer algo, eu denuncio ele e eu quero ver quem é que vai dançar. 

– muito bem, o senhor está preso por desacato a autoridade, e crime de ato obsceno. – ele respirou enquanto chamava sua parceira de trabalho. 

– O que? Mas isso é ridículo, eu não vou pra cadeia – ele cruzou os braços. 

Quando o cacheado cantava que dormia na faculdade de direito, Pedro não imaginava que era no sentido literal da coisa.

– João, faz o que eles tão falando por amor a sua própria vida – Pedro implorava com os olhos, João cedeu ao contato visual e se entregou as algemas da policial. 

Eles acabam por liberar Pedro, que tinha tanto medo que não conseguia se mover.
A única solução que veio em mente, ele ouviria horrores mas a sua necessidade falava mais alto. 

– alô, Pedro? Porra depois que começou a namorar esqueceu que tem sua amiga né, eu não era sua eterna namorada? Falso – ele ouviu os insultos da amiga em tom de brincadeira, nem conseguiu sorrir. 

– o João tá preso e eu não sei o que eu faço – ele soltou com a voz trêmula antes de começar a soluçar. 

– preso? que história é essa? Se for brincadeira eu vou te matar. 

– não, a gente tava se pegando no carro, no condomínio da antiga casa dele. Eu sei, ideia idiota já que a entrada era proibida, mas na hora parecia ser divertido – suspirou enquanto organizava as palavras.

 – a polícia passou ali, o João começou a responder e levaram ele, eles iam me levar mas acabou que me liberaram até agora não entendi o motivo, mas então ele agora tá na delegacia. 

– Caralho, o que o João tem na cabeça pra discutir com policial? – Malu estava incrédula, Pedro podia imaginar suas expressões. 

– ele não sabia o que tava fazendo, você sabe, ele tem aquela coisa de se defender enquanto ofende, numa dessas ele se fudeu. – passou a mão no rosto. – me ajuda, eu não sei como tirar ele de lá, você faz direito.

– fica tranquilo, já sei o que fazer pra tirar ele. 

– você sabe mesmo? Tipo hoje mesmo? Não quero ele dormindo lá naquele lugar horrível, por favor.  – suplicava com tanta conversão que Malu não podia ser diferente.

Lábios de vinho: glória e dor ( pejão) Onde histórias criam vida. Descubra agora