Acho que quando ficamos inquietos com algo dentro de nós mesmos, acabamos por viver cada segundo com o objetivo de cessar aquilo que nos perturba.
Park Jimin era sim ingênuo, limitado do mundo, mas talvez seja exatamente por isso que ele sempre procurava saber mais e mais do que não poderia. Mesmo que acreditasse em seus avós, mesmo que soubesse que a sensação de dúvida era abominada pelos mais velhos, mesmo que já tivesse um futuro traçado. O sabor de não saber o que existia nas entrelinhas era agonizante.
Viver no mundo dos livros e dos filmes, o fez questionar-se de muitas coisas. Jimin sempre foi alguém quieto, consequentemente era um bom observador, isso o fez ter o hábito de notar cada mínimo detalhe dos livros e dos filmes que consumia, que eram as únicas coisas diferentes que ele poderia conhecer além do que era dito pelos seus avós e dos poucos relatos de Kim Taehyung.
Por isso, ele sempre notou que um personagem nunca era o mesmo no final da história. Um personagem nunca acabava a trajetória sendo o mesmo que iniciou, aquilo o deixava fascinado.
Existiam mesmo coisas tão intensas que te tornariam uma outra pessoa em um período tão curto de tempo? Existia mesmo essa coisa do viver é crescer?
Aquilo era realmente de grande fascínio para Jimin, pois ele sempre foi o mesmo garoto desde que se entendia por gente até agora. Ele sempre teve os mesmos pensamentos, os mesmos gostos, as mesmas responsabilidades e as mesmas preocupações. É claro que agora ele tinha mais maturidade para lidar com certas coisas, mas de resto, sempre foi tudo igual.
Ele foi criado para seguir a normalidade e a perfeição, foi criado para seguir um plano de vida.
A vida realmente ensinava e te criava mais do que a própria família como os livros pareciam mostrar? O mundo realmente te amadurecia e te faria ver e pensar coisas diferentes?
Não.
Claro que não.
Aquilo tudo era ficção e um lado seu acreditava fielmente naquilo.
Porém, o outro lado com sede de descobertas novas, fez com que Park Jimin fosse para a biblioteca no mesmo horário todos os dias apenas para ver aquele desconhecido do outro dia. Observava o tatuado lendo seus livros e estudando no intervalo, depois, escutando música nos fones bluetooth e em seguida desenhando em um caderno de capa marrom.
Não era como se Jimin fosse um maluco perseguidor – pelo menos ele rezava aos céus para que não fosse – mas ele nunca foi bom de lidar com pessoas. Como já mencionado aqui diversas vezes, não era como se Jimin tivesse convívio social realmente ativo como qualquer outra pessoa. Não gostavam dele e Jimin também não fazia questão que gostassem.
Então, talvez fosse um pouco óbvio o motivo do garoto não conseguir simplesmente chegar e conversar com outras pessoas. Ele odiava pedir ajuda, odiava o fato de se sentir insuficiente e inútil diante de algo simples e isso fez com que ele usasse as táticas que ele sempre usou quando era só um pirralho. Quando ele queria descobrir algo que alguém não lhe contava, Jimin investigava por si só. Muitas vezes ele já havia ficado curioso com assuntos fúteis que sua avó não lhe contava, mas os assuntos nunca são fúteis o suficiente para crianças de 6 anos. Isso fazia com que Jimin ficasse escondido pela casa esperando que sua avó comentasse sobre o tal assunto para que assim ele descobrisse do que se tratava.
Ele sempre repetia essa atitude já que nunca teve coragem suficiente de simplesmente questionar. Era errado questionar, mas Jimin era curioso demais.
No entanto, pelos fatos do Park odiar pedir ajuda e ser péssimo em se comunicar com as pessoas, isso fez com que ele voltasse a fazer o que mais fazia quando era criança.
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For Deserving.
Fanfiction[EM ANDAMENTO] [NÃO ACEITO ADAPTAÇÕES DESSA OBRA.] Crescer sem saber quem é se torna difícil para todos que conhecem outras pessoas com personalidades fortes e determinadas. Como previsto nessa fase da vida, a sensação de deslocação percorreu por P...