"– Um dia, vi o sol se pôr por quarenta e três vezes!
E um pouco mais tarde acrescentou:
– Sabe...a gente gosta do pôr do sol quando está muito triste.
– Você estava tão triste assim no dia dos
quarenta e três?
Mas o pequeno príncipe não respondeu."O pequeno príncipe.
Park Jimin fechou o livro e fitou a janela, vendo o sol mesclado entre um laranja forte e um azul acinzentado, um aviso prévio de que mais uma noite fria se aproximava e mais um dia terminava.
O garoto dos cabelos loiros sempre ficou encabulado com a forma que se identificava com o pequeno príncipe, tanto que agora, via o sol se pôr após um dia ruim.
Suspirou, exausto demais para pensar sobre a prova que tinha ido mal no ano passado e a bronca que sua avó lhe deu. Sempre era assim, abaixo de 9 o garoto tomava uma bronca e ficava de castigo, sem celular, sem tv, sem sair do próprio quarto e comendo bem pouco.
Seus avós eram dessa forma, eles diziam que se um quesito na vida de alguém saísse de perfeição, significava que todos os outros desandavam, portanto eles precisariam cuidar de tudo de novo.
Simplificando esses comportamentos estranhos, se Park Jimin estava desandando em questão acadêmica, ele estava saindo dos eixos, até em questão de peso.Na cabeça de seus avós, ser gordo é ser imperfeito.
O loiro se levantou do parapeito da janela e seguiu até seu espelho de chão. Parou em frente e levantou seu suéter de trico branco, se olhando no reflexo do móvel.
– Não estou gordo, não é? - Ditou o adolescente no quarto vazio, questionando a si mesmo sem ao menos saber a resposta.
Enquanto uma mão ainda segurava a barra da vestimenta, a outra escorregou por sua barriga e apertou superficialmente a pele branquinha, para verificar se existia ali alguma gordura em excesso.
Não existia, Park sabia, mas se seus avós estavam dizendo, eles tinham razão, sempre tinham.
Dando de ombros, o menino seguiu para o banheiro e se abaixou de frente para um pequeno armário onde existiam toalhas, a maioria de cor clara. Pegou uma, pendurou em um gancho e logo passou a tirar as peças de seu corpo. Primeiro retirou seu suéter, sua calça de moletom cinza junto a boxer branca que ele usava e em seguida a meia preta de estrelinhas.
Deixou as roupas no cesto e seguiu para dentro do box, ficando na ponta dos pés para tentar mudar a temperatura da água do chuveiro, o que foi uma tentativa falha já que depois o garoto pegou o rodo que estava dentro do banheiro e bateu a ponta do cabo na alavanca, mudando para "inverno."
O garoto sempre preferiu tomar seus banhos por volta das seis ou seis e meia da tarde, porque dormia cedo e também porque a temperatura de Taebaek naquela época do ano chegava a ficar entorno de 7° a -4°, principalmente a noite.
Apesar de ser uma cidade bem pequena na qual a maioria da movimentação eram de turistas, Jimin adorava aquela cidade. Adorava o inverno, o frio e os banhos quentes, apesar de se sentir sozinho as vezes.
O garoto saiu do banho com a toalha em volta do quadril e parou em frente ao espelho, onde pegou seus itens de higiene bucal. Escovou os dentes, penteou e secou os cabelos, posteriormente saindo do banheiro.
Foi até o seu pequeno guarda-roupas branco. O Park adorava todos os móveis em junção de cores claras, na verdade prezava até que suas roupas tivessem os mesmos tons. O loirinho ficava bem com aquelas cores. Após abrir uma das portas do móvel, o menino optou por vestir uma blusa clara de manga longa e pegou um de suas dezenas de suéter's. Esse ia até o meio de suas coxas, tinha botões caramelos na frente e uma costura com vários tons de marrons e um tom de branco. Pegou uma calça de moletom preta, um par de meias azuis peludinhas com estampas de ovelhas e vestiu suas pantufas do Stitch.
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For Deserving.
Fiksi Penggemar[EM ANDAMENTO] [NÃO ACEITO ADAPTAÇÕES DESSA OBRA.] Crescer sem saber quem é se torna difícil para todos que conhecem outras pessoas com personalidades fortes e determinadas. Como previsto nessa fase da vida, a sensação de deslocação percorreu por P...