Your Lips - Amor Doce Ambre (Em Revisão)

Olhos verdes

  Há uns meses eu nunca imaginaria que estaria na mesma cama que outra mulher, nunca imaginaria que beijar ela deixaria meu dia melhor. Nunca diria que estaria apaixonada por essa mulher.

— No que você está pensando? — Ela acaricia meu cabelo.

— Em você.

  Ela me beija, seu beijo é calmo e gentil, assim como seu abraço. O que sinto por ela é a mesma coisa que sinto quando estou na praia, ou andando de bicicleta. Sensações que eu não consigo explicar o por que amo sentir, eu apenas sinto, de alguma forma sinto que a Ambre me sente também, o que sinto por ela e muito mais que atração, é amor.

— Lynn, a gente podia fazer um piquenique hoje né, tá um sábado lindo e  ensolarado, temos que aproveitar antes que o inverno chegue.

— Boa ideia!! Hoje eu tenho a tarde livre, e você?

— Eu não tenho, mas matar uma aulinha não faz mal.

— Uhum, que garota rebelde.

— O que eu não faço pra ver minha mulher.

  Ela me puxa pela cintura, e dessa vez teu beijo não é gentil, é quente, me dá vontade de arrancar meu vestido fora, mas não posso.

— Para de me provocar Ambre.

— Nunca, eu vou ao mercado comprar umas pro piquenique, te encontro no parque às 13hs?

— Sim, eu devo sair da aula do senhor  Zaidi às 12:30, chego rapidinho.

— Tudo bem, até mais tarde, boa aula viu, e vê se não fica pensando muito em mim.

  Ambre vai embora, arrumo minhas coisas, ajeito meu cabelo, faço uma trança, hoje estou vestindo um vestido azul florido.
  Saio de casa, são 9:30, minha aula começa às 10:00, eu tô só um pouco atrasada, mas graças aos céus o senhor Zaidi não se importa com atrasos. Consigo pegar o ônibus a tempo, passo a viagem ouvindo uma playlist chamada “femme rage”, e bem boa, tem umas músicas super boas da Mitski, preciso ouvir mais essa mulher.
  Quando finalmente chego no campos, esbarro com Chani.

— Lynn! Lembro que não sou a única atrasada.

— Fui pega no flagra, dormi mais do que deveria.

— Alguém teve te mantendo ocupada durante a noite?

A encaro, surpresa, nunca mencionei sobre Ambre com ela, como ela sabe?

— Como você..

— As cartas nunca mentem Lynn, eu fui novamente aquela cartomante, eu sei que você não acredita, mas você está indo pelo caminho certo, eles vão aceitar, mas algo “ruim” vai acontecer, então tome cuidado.

— Do que você tá falando?

— Eu não disse nada, foram as cartas Lynn, as cartas.

  Seguimos nossa caminho em silêncio, fico muito perplexa pra conversar. A Chani normalmente não me assusta tanto quanto hoje, oque será de ruim que vai acontecer?
  Felizmente chego na aula a tempo, distraio minha mente ao máximo pra não pensar nas palavras de Chani.

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  A aula passa lentamente, gosto do senhor Zaidi, mas que preguiça dessa aula, não via a hora de finalmente ir para o piquenique e ver a Ambre. Acho meio chato ela comprar todo o piquenique sozinha, passo em um mercadinho e compro chocolates.
  Chegando no parque, vejo Ambre sentada no chão, a onde tinha uma toalha de mesa forrada no chão, em cima da toalha havia sanduíches, suco, doces.
Aceno para ela, que rapidamente acena e sorri de volta.

— Oii, os sanduíches estão lindos!

— Não é só você que tem talento na cozinha amor. — Rio da sua piadinha besta.

Há duas noites, resolvi fazer um jantar especial para Ambre, eu amo estar na cozinha, cozinhar me acalma muitas vezes. Porém, eu estava muito distraída e acabei queimando a refeição, desde então a Ambre tem me zuado com isso.

— Foi só uma vez! — Digo, me sentando ao seu lado.

— Sim, foi sim. — Ela me dá um beijo de consolo.

  Passamos as próximas duas horas conversando, a Ambre foi chamada pra trabalhar na vogue francesa, ela me contou o quão está empolgada para esse trabalho, já que é o dos sonhos dela. Mas eu só conseguia prestar atenção no quão fofa ela fica quando fala de algo que gosta, seu lindos olhos verdes brilham como estrelas cadentes.

— Terra Lynn?

— Desculpa, eu viajei um pouco.

— Estava admirando a minha beleza?

— Isso mesmo! Você não vai comer? Seus sanduíches estão tão gostosos, mas você mal tocou neles.

  Ambre fica sem graça com minha fala, o que eu não entendo, já percebi a um tempo que ela não come muito bem. O que me preocupa muita.

— Ambre, você quer conversar sobre..— Ela me interrompe na mesma hora.

— Não! — O silêncio se espelha entre nós duas, fico muito constrangida.

— Desculpa..

— Lynn, oque a gente tem é muito bom, não vou falar sobre.

  Fico quieta, meio perplexa por ela ter gritado comigo, será que a coisa ruim que a Chani falou que iria acontecer é isso?
  Ambre tentar falar alguma coisa, porém, meu celular toca, é a minha mãe.

— Licença, tenho que atender.

  Me levanto e me afasto, confesso que sinto um leve aperto no meu coração, estou chateada com essa situação. Respiro fundo e finjo que estou bem para falar com a minha mãe.

— Oii mãe! Como você tá?

— Oii Lynn, quanto tempo filha, eu estou ótima, eu,  seu pai e sua tia estamos voltando do cruzeiro, queria que você tivesse vindo!

— Acho que quase 3 meses no mar me faria mal mãe — Digo rindo.

— Ia nada! Mas hein, o natal tá chegando, vem passar com a gente! Sua tia arranjou um namorado salva-vidas, ele é um querido, você precisa conhecer!!

— Oque? Salva-vidas? — Sinceramente, não me surpreende muito, ainda mais vindo da minha tia. — Mas vou passar com vocês sim! Tenho uma coisa importante pra contar para vocês.

— Uiui novidades, tá com um novo namoradinho né?

— Tipo isso, agora eu tenho que desligar, a gente pode se falar mais tarde?

— Claro que pode!! Beijos filha, te amo.

— Também te amo!

  Ok, é nesse natal que tudo vai mudar, pra pior ou melhor, eu vou contar sobre a minha sexualidade, sobre a Ambre, não quero me esconder e nem esconder ela.
Volto para o piquenique, e decidi conversar com ela sobre aquilo.

— Olha, eu sei que você não me deve nada, porque a gente não namora. Mas eu pensei que além disso que nós temos, pensei que tinha a nossa amizade, você não precisa me contar tudo, porém, me tratar assim..

— Desculpa Lynn, eu não devia ter gritado, é que tá acontecendo umas coisas, eu não quero te encher com isso, só quero esquecer disso por enquanto.

— Você pode contar comigo pra tudo Ambre. — Acaricio seu rosto. — Não precisa ter medo, confia em mim.

Encostamos  testa com testa, pensativas, sem dizer nada, apenas nos olhando olho no olho, por longos minutos.

— Deve ser meio cedo pra dizer isso, mas acho que gosto mais de você do que devia.. eu..

  Antes que Ambre possa terminar de falar, meu celular toca novamente, cortando totalmente o clima, dessa é o Hyun, pedindo para eu cobrir ele amanhã, eu aceito, mas em troco peço pra ele me cobrir no natal.
  Ambre não termina o que iria dizer, mesmo se eu perguntasse, ela não responderia, percebo que por causa da ligação ela ficou muito constrangida, então resolvo deixar de lá.
  Cada uma vai pro seu lado, essa situação só me faz perceber que mesmo eu gostando dela eu não conheço direito, sinto que ela não me dá abertura para isso, não vou cobrar para ela, não quero deixá-la desconfortável, quando ela finalmente quiser se abrir, eu vou estar aqui.
  Volto para casa, pensando sobre como irei contar para meus pais essa “novidade”, espero que tudo dê certo.

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Eu sei, eu sei, sumi de novo, e já vou pedindo mil desculpas, eu estudo em federal, meio que todo meu tempo vai pra escola e o resto dele eu tô dormindo pq fico muito cansada, mas eu tô quase de férias (me desejem sorte da recuperação de matemática) a fic jaja acaba, eu já sei sobre td que vai acontecer, já falta passar pra “folha”. Enfim, espero que tenham gostado amores🫶🏻