prólogo

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ⁱˢʷʰᵈᵉᵉʳ

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ⁱˢʷʰᵈᵉᵉʳ

Era noite de lua cheia. O vento estava agressivo e uivava alto. Batia levemente nos fios castanhos escuros e compridos de uma garota que ali estava. Em cima do mais alto andar de um grande prédio de Seul. Seus olhos estavam fechados e parecia apenas sentir a brisa gelada atingir sua pele.

Ela não expressava nenhum sentimento, mas, suas bochechas molhadas e sua posição na borda da construção claramente entregavam seu plano.

Suicídio.

Seu nome não era muito conhecido, até mesmo seu rosto. Pareciam se lembrar dela apenas para zombar de seu estilo e até mesmo suas amizades. Antigas amizades.

Sim, estava chorando. Não aguentava mais guardar todo aquele peso para si mesma. Sua mãe mal se importava com sua própria filha, não tinha amigos, muito menos um namorado, seu pai morreu. Estava solitária pelo mundo, um mundo cruel onde todos a desprezavam por ser quem é. Na opinião das pessoas de seu colégio, ela não podia ser considerada um ser humano pelo jeito que a tratavam.

Que tratavam eles.

Ninguém daria a mínima se ela tirasse sua vida naquele mesmo instante, o máximo era a escola ficar em luto por obrigação e respeito a "família", mas isso não conta, não é verdadeiro, não é real.

Essa garota espera por algo real. Espera por algo verdadeiro e puro. Algo honesto.

— Me perdoe, Heechul.

Sua voz estava fraca. Baixa como um sussurro, mas sincera como uma melodia.

Deu mais um passo à frente, agora quase ficando tonta ao olhar para baixo e ver a rua com carros e pessoas, com certeza em situações melhores do que a dela. Respirou fundo, era possível observar seu nervosismo.

Isso não durou muito tempo. Ela não esperava que alguém viria salvá-la, como um príncipe salva sua princesa. Esse alguém era alto, bonito, com um bom físico, e que não demorou e muito menos hesitou em puxar seu corpo para si. Talvez forte demais pelo desespero e sua surpresa. Os dois se chocaram e ela acabou no chão, com duas mãos em seus ombros.

— Por Deus, você está bem? – a voz masculina perguntou checando seu rosto, como se estivesse quase ofegante – O que estava pensando? Meu Deus, eu não quero nem imaginar o que você estava fazendo aqui.

Ele levantou, logo oferecendo sua mão para ajudá-la a se erguer e ficar em pé. Foi a primeira vez que a garota virou seu olhar para ele. Quando os pares de olhos se encontraram, os dois viram algo. 

Não acho que seja a luz do luar.

𝗦ilent Class | Lee Heeseung Onde histórias criam vida. Descubra agora