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Park Nayeon

Os sonhos com Heechul voltaram.

Eu gostaria que eles acabassem de uma vez, pois eu deveria tê-lo esquecido. Ainda consigo sentir suas mãos tocando as minhas e de repente o parquinho infantil se transformar em um gramado florido.

Sem tempo para viver na fantasia, meu despertador continuou a tocar, mas parecia cada vez mais agressivo. Coisa da minha cabeça, acredito. Fiz um ato contra minha vontade, levantei da minha cama e desliguei o alarme.

Não falo com Jungwon desde a última sexta-feira e creio que não falarei com eles hoje. Quero ler algum livro na biblioteca hoje.

Não fiz nada neste fim de semana. Quando digo nada significa que apenas estive em meu quarto, afundada em minha cama com meu celular em mãos.

Bom, e é isso que eu planejava fazer hoje, se não tivesse algo mais especial para fazer.

Eu não acredito que vou a um restaurante com Lee Heeseung. Como eu poderia ter aceitado?

Fui ao banheiro apressadamente. Devo confessar que acabei lembrando disso apenas agora. A silenciosa chuva que bateu timidamente em minha janela me lembrou dele.

Heeseung é alguém que eu não consigo me comunicar normalmente.

Toda vez que nossos olhares se encontram, acabo sentindo me perdida. A sensação de olhar para Lee me faz voltar a aquele dia, e eu não gosto de me lembrar daquele dia.

Ao mesmo tempo em que me sinto confortável a sua companhia, também fico desconfortável. Ficar a sós com alguém não é um hábito normal para mim faz meses, principalmente com uma pessoa como Heeseung.

Eu não sei seu objetivo e tenho medo de me aprofundar nessa nossa relação.

Porque, querendo ou não, eu sei que logo tudo isso vai se acabar e vamos nos separar.

Eu não quero virar sua amiga sabendo que me abandonará logo depois.

Não vejo porquê dar tudo de mim em algo assim.

Saí do banho, vesti o uniforme. No espelho não parecia ruim, em questão de tempo, meu olhar que complicava tudo, acho. Talvez minha mente consiga distorcer boa parte de minha vida e a transformar em algo maior do que parece ser.

A saia que descia até os joelhos não é uma coisa que eu goste muito. Não me agrada nem um pouco saber que boa parte de minhas pernas são reveladas todos os dias.

Meu corpo não é feio, muito menos estou acima do peso, só é algo que me incomoda. Nem tudo é um mar de rosas e se eu pudesse, gostaria que minhas pernas fossem um pouco mais finas e definidas.

Suspirei. Estou perdendo muito tempo me observando no espelho. Gostaria de cortar meu cabelo, já que o mesmo ultrapassou meus ombros a algumas semanas atrás.

Binah, minha mãe, já havia saído ao trabalho. Passava a maior parte dos seus dias fora. Por mim, às vezes acho que poderia passar o dia todo.

A mochila que estava em meu braço direito também foi colocada ao esquerdo, assim iniciei a pequena caminhada até Decelis.

Agora não chovia mais, era apenas um sinal de que um frio maior estava chegando. Nos fins de ano isso é comum.

Em pouco tempo, eu chego a escola, até porque não é tão longe. Também porque, acabei fazendo amizade com meus pensamentos, fazendo os segundos passarem mais depressa ao pensar.

Ao adentrar o local, o alto som de conversas e passos entra em meus ouvidos brutalmente. Hoje é uma segunda feira, as fofocas se atualizaram graças ao fim de semana. Rotina costumeira para nós.

𝗦ilent Class | Lee Heeseung Onde histórias criam vida. Descubra agora