10 | mas parece que desta vez tinham-na pegado de jeito

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Minyoung saiu do dormitório de Jaehyun, tentando não explodir de raiva pelo que tinha acontecido. Ela não estava acreditando até ao momento no que ele disse. Tudo bem que ele tenha ganho um ponto sobre atração e gostar não ser a mesma coisa, mas só por ele ter falado "quem não sente atração?" deixou-a com a resposta na hora. Seu — ex — namorado sente atração por Beatriz Wong; a detestável Beatriz Wong.

Jaehyun continuou dentro do seu dormitório, pegando o celular e procurando em seus contactos o número de Wong, mas não o achou. Pensou se tinha apagado, pois tinha a sensação que o tinha. Talvez tenha sido Minyoung, mas ele não iria sequer tocar mais no assunto. Procurou as mensagens com ela, mas também não achou. É. De facto, alguém lhe apagou o contacto e as mensagens, e esse alguém foi sua ex namorada, sem dúvida alguma.

Saiu do seu dormitório às pressas. Entretanto seria o toque de recolher, então ele teria que se despachar. Poderia simplesmente lhe mandar uma mensagem se ainda tivesse o contacto, mas iria fazer o que não planeava sequer fazer mais naquela noite; vê-la pessoalmente e lhe contar o que acabara de fazer.

Bateu na porta três vezes. Nada. Bateu novamente. Nada. Bateu com mais força. Finalmente ela abriu. Se encontrava de toalha na cabeça e um pijama listrado rosa e branco, deveras fofo.

— Caralho, eu disse para esperar. Estava no banho. — Olhou o Jung, arregalados os olhos. — Pera... Eu pensei que era o Chenle. OK, eu realmente sou burra por ter achado ser ele sendo que ele consegue entrar.

— Terminei com ela. — Foi direto.

— E quem disse que eu quero saber.

— E ela sabe que eu tenho atração por você.

— Foda-se?

— Só vim te dizer isso mesmo. Para a próxima, nasce menos gostosa, me sentirei culpado todas as vezes que terminar um namoro por causa do meu gatilho. — Wong apenas lhe fechou a porta do dormitório na cara, simplesmente ignorando tudo o que tinha ouvido e voltado aos seus afazeres.

Jaehyun sentiu como se tivesse levado o maior fora na sua vida, porém, pela primeira vez, pouco se importou, virando costas e seguindo para seu dormitório. Mas algo o fez recuar e quase bater na porta dela novamente, mas um certo chinês apareceu, lhe salvando a vida quanto a mais um possível fora dela e desta vez nem a porta teria aberta.

— Preciso da sua ajuda urgente. Formatei meu celular de urgência e perdi contactos. Tenho-os apontados numa agenda, mas, infelizmente, não apontei o da Wong e preciso por conta do dorama.

— Aponta aí e não enche mais meu saco. — E então Chenle lhe disse assim que abriu o telefone, anotando o numero, guardando-o.

— Obrigada. — Chenle apenas ignorou o agradecimento e entrou direto no dormitório de Wong, gritando por ela bem na porta.

Jaehyun fez um gestinho de festejo, mas logo se apercebeu onde estava e o que tinha acabado de fazer. Completamente desnecessário e vergonhoso e sorte a dele que a movimentação estava praticamente nula naquele corredor.

[...]

No dia seguinte, Wong sentia-se deveras cansada. Não sabia se era da carga horária, mas nem mesmo os remédios lhe deram energia para realmente atuar com toda a convicção, mas ainda assim deu o seu melhor, tomando vários remédios para a dor de cabeça assim como chás, pois se não, com certeza iria cair para o lado.

Sentia tanto calor como frio e isso estava a frustrando, pois tinha que estar de casaco por causa da cena, e mesmo não sendo notado pelos professores e quem dirigia, ela sentia-se frustrada e seu corpo mostrava cada vez mais fraqueza.

Foi até que se deitou no sofá, esperando as cenas de Jaehyun terminarem, assim sendo liberada. Nem deu por adormecer. Estava cansada e ainda notaram que ela não estava bem. Estava fervendo. Estava com febre e só descobriram quando lhe mediram a temperatura com um termómetro que bastava apontar na testa ou no pulso, revelando a temperatura alta.

— A febre está aumentando. Vamos levá-la para o dormitório dela, ficará bem melhor lá do que na enfermaria. Alguém, por favor, pode carregar ela? Irei buscas aos arquivos rapidamente o código do dormitório.

— É só mesmo febre? — Jaehyun questiona, se aproximando dela e colocando sua mão na sua testa. — Não precisa passar na enfermaria? É que realmente está escaldado.

— Apenas febre. Iremos falar com a enfermeira para lhe passar remédio, e assim ela descansará. Ela ficará mais confortável em seu dormitório.

— Chenle sabe o código do dormitório dela. Estarei encarregado de levá-la se me permitirem.

— Claro. — Colocaram-na com cuidado nos braços de Jaehyun, que saiu do local e se deparou com Chenle, que arregalou os olhos, já com a preocupação a subir-lhe pelo corpo.

— Ela está com febre. Preciso que me abra a porta do dormitório dela e esperar também por uma enfermeira. — Chenle nada o disse, apenas assentindo positivamente, caminhando em passos rápidos para o dormitório da sino-portuguesa, onde colocou o código discretamente, assim abrindo a porta para o Jung.

— Agora me dê ela e vá embora. Sua namorada não vai gostar de ver você assim.

— Ex. — Corrigiu. — Pegue uma toalha e uma bacia de água, por favor.

— Você é surdo ou se faz?

— Faça o que eu mandei e cale a boca. Ela pode piorar, e eu sei bem que não quer que ela pare no hospital. — Chenle assentiu, mas antes respirando bem fundo, se dirigindo até ao banheiro, onde pegou uma toalha pequena. Jaehyun a levou até à cama, deitando-a. Wong estava meio acordada e meio a dormir. Sentia sua cabeça latejar e seu corpo tanto frio como quente. Definitivamente ela não poderia ficar doente logo agora. Raramente ficava de cama, sempre conseguia melhorar a tempo, mas parece que desta vez tinham-na pegado de jeito.

— Pode ir embora. — Jaehyun apenas assentiu. Já tinha feito sua parte e não iria insistir mais. Olhou uma última vez Wong e saiu do dormitório, indo para o seu, pegando seu celular e vendo várias mensagens de Minyoung, que apenas ignorou ao apagá-las e desativar as notificações de mensagens dela de todas as redes sociais que ela tinha em comum com ele, deixando o celular de lado e se jogando na cama, fechando os olhos.

Estava cansado, seus braços doíam por mais que Wong nem pensasse assim tanto, mas praticamente ter um corpo morto em seus braços era doloroso depois de um tempinho, e era exatamente assim que se sentia.

Nem deu conta por adormecer tão rápido, sequer tomando banho antes de se deitar, acordando completamente atrapalhado e deveras suado, olhando todo seu corpo, lembrando-se de cada detalhe do sonho, mas o que ele fez própriamente de inicio, foi se certificar se ele realmente estava sonhando, já que no sonho fora interrompido. Mas não, nada daquilo estava acontecendo e acordou atrapalhado por ter sido interrompido e apanhado, e ainda de brinde com um belo problema por resolver.

Esse tal problema que uma certa pessoa resolveria só quando os porcos voassem e galinhas tivessem dentes. 

Your kiss is treacherous | jung jaehyunOnde histórias criam vida. Descubra agora