05. Bendito Gorky.

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Quinta-feira, 23 de Janeiro.


César fitou o homem por alguns segundos e então tentou passar novamente. Ele foi retribuído com outro empurrão, dessa vez mais bruto.

- Não fode, porra. Eu tenho coisa pra resolver.

- Do jeito que cê tá acelerado, deve estar querendo resolver comigo. - Gorky ainda debochava.

- Que isso em, Capitão América. Tá querendo o que, uma medalha?

- Você metendo o pé daqui já está de bom tamanho.

César riu.

- Eu só saio daqui com ela. - Ele apontou para a garota que assistia tudo aflita no balcão.

- Você tá sonhando muito, campeão.

- Liz, entra no carro.

A garota ainda continuava estática, tendo Gorky entre eles e uma multidão que fazia o bar inteiro ficar em silêncio assistindo o show.

- Liz, entra na porra do carro. - Ele repetia cada vez mais bruto.

Algo nela não batia bem, ter um homem louco a defendendo de outro homem três vezes mais louco. Lhe causava sensações indescritíveis. De fato, ela queria que tudo ali se acalmasse, mas no fundo ela tava adorando toda aquela disputa.

- Ah, cara... - Gorky dizia numa compreensão simulada. - Pega leve vai... Ela não vai entrar no seu carro...

- Dá um tempo, Superman. Já fez sua parte, vai. Já pode escolher a buceta que quiser comer aqui dentro.

Gorky gargalhou.

- Entra no carro. - O homem se dirigiu a ela novamente.

- Olha, eu tô tentando ser legal com você, mas não tá dando... E eu acho que você não quer arrumar um problema maior comigo. - O defensor mudou completamente o semblante, ele tinha um olhar frio que acompanhava sua mão erguendo a barra da camisa. Uma pistola grudada em sua cintura era revelada.

César sorriu em negação.

- Eu sabia que de homem pra homem você não aguentava.

- Homem não faz o que você tá fazendo. Você é moleque e eu não bato em criança. Rala daqui, seu merda.

César saiu em disparada atropelando tudo e todos que estavam em seu caminho, poucos segundos depois ouviu-se o barulho do carro queimando pneus.

- Acabou o show, vadias. - Gorky batia palmas espantando a cambada de homens que assistiam. - Voltem a encher o cu de pinga e falar merda.

O homem se aproximou das duas amigas.

- Acho que eu poderia saber pelo menos o nome de vocês depois dessa...

- Liz... Liz Zabbot e Édra Bernnadi. - Ela estendia a mão para o homem, que retribuiu.

- Acho que o ponto mais calmo da minha noite seria ver vocês dois brigando. - Édra riu para o homem.

- As últimas horas foram tão agitadas assim?

- Pode ter absoluta certeza.

- Meu deus... Aliás, é Adam. - Ele completava. - Ou Gorky, Adam Gorky. Tanto faz.

Adam traçava todos os detalhes de Liz com os olhos, ele observava faminto cada ponto. Liz era interessante demais. Um semblante forte e angelical, lábios tentadores e um olhar que marca até a alma. Ele tinha um novo alvo.

PERSONA: Jogos De Dominação.Onde histórias criam vida. Descubra agora