Capítulo 2

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Um teclado preto simples, um mouse minúsculo para sua não sob um Mousepad longo, na frente dele uma tela de aproximadamente 27 polegadas, uma xícara de café ao lado direito da tela e uma foto de Rosa ao lado esquerdo. Esse era sua visão ao decorrer da semana.
Flávio não amava o que fazia, mas com certeza estava a longe de ser algo que ele detestava.
Ele sempre foi extrovertido e conseguia conquistar as pessoas, por isso ele queria ser ator. No passado ele até pensava que isso era possível, quando não tinha conhecido a mulher dele, mas agora seu maior objetivo era ser rico para garantir o futuro dos filhos deles, e ele sabia que ser ator no Brasil não tem muito futuro.

-  Já bateu a meta dos 100 mil? - Flávio ouve de  sua direita.

Ele se vira para olhar para Lucas, seu melhor amigo ali na empresa, que estava mexendo no computador.
Lucas foi um dos únicos amigos de Flávio na empresa, na verdade, o único. Eles andavam bem juntos, principalmente nas festas, uma aproximadamente vista como estranha por alguns, mas Flávio nunca ligou pra isso.

Estou quase lá, e você? - Responde.

- Estou um pouco longe, será que eu vou ser o culpado de não ter o churrasco?

Flávio olha pra ele e da uma risadinha, que logo desaparece ao perceber a cara exaustiva e preocupada de Lucas.
As vezes, e empresa fazia uma meta para os vendedores, e se todos batessem, o chefe iria dar um churrasco para todos, 0800, e o culpado de não ter esse churrasco, é claro, é exilado dos demais.

- Consegue sim. - Responde Flávio, concentrado na tela do computador.

É claro que essas palavras não ajudaram muito Lucas. Ele de mexer no computador e escorrega sua cadeira de rodinhas até perto de Flávio.

- Como vai a sua meta, especificamente? - Diz Lucas, apoiando seu cotovelo ao lado da gabinete do computador.

Flávio olha pra ele, então sai da rede social que ele estava vendo e foi pro site da empresa.

- 23 mil!? Em cinco dias!? Meu Deus. - A cabeça de Lucas cai para frente.

Flávio da uma risadinha.

- Qual seu bruto?

Lucas levanta a cabeça, mas ainda cabisbaixo.

- Nove mil. Na verdade, oito mil e uns quebrados.

Flávio se vira para Lucas.

- Por favor, não me deixe sem o churrasco.

Lucas olha para a cara cínica de Flávio e abaixa de novo.

Flávio cai nos risos.

- Mas eu confio em você, cara. - Flávio pareceu sincero. Ele coloca as mãos no ombro de Lucas.

Lucas abre um sorriso de agradecimento e volta para seu computador. Eles ficam lá, com sons de tecla e as vezes cliques do mouse no ar, até que alguém quebra o silêncio.

- Lucas, como vai?

Flávio olha pro lado e vê Fernando apertando a mão de Lucas. Fernando é um amigo de todos ali, muito gente boa, é um dos mais velhos, Flávio nunca perguntou pra ele sua idade, mas seu rosto acabado e sua barriga redonda confirma isso. Ele vai a direção de Flávio.

Sem Razões para o PerdãoOnde histórias criam vida. Descubra agora