Capítulo 5

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Depois de um tempo Flávio acorda, com uma pequena dor de cabeça e preguiça de sair da cama, ele tenta raciocinar o que aconteceu nas últimas horas, e ele se lembra de Rosa indo embora com Clarisse, então decide ir lá embaixo ver se ela está lá.
Enquanto ele vai descendo ele vai lembrando de como ele agiu, aquilo martelada em sua cabeça, suas atitudes arrogantes e suas mentiras frequentes, ele fica envergonhado de como agiu e tenta pensar em o que fazer para ter o perdão de sua amada, mas pela dor de cabeça, ele não consegue pensar direito.
Lá embaixo ele não vê ela, só Fernando, Clarisse e Lucas. Quando eles vêem a silhueta de Flavio, param de conversar e ficam caladas, até Lucas ir em direção a ele

-- Como você tá? -- Indaga Lucas.

-- Estou mais ou menos. Cadê Clarisse?

Lucas não gostou da pergunta, ele não queria saber de Clarisse.

-- Ela já foi.

-- Tenho que ir também.

-- É melhor você ficar, pelo menos descanse mais um pouco -- Lucas o olha de cima a baixo.

-- A quanto tempo ela foi?

Lucas franze a sombrancelha.

-- Não sei -- Lucas soa seco.

Eles ficam em um breve silencio, quebrado por Flávio insistindo em ir embora, e Lucas segurando ele.

-- Você realmente acha que consegue ir? -- pergunta Lucas.

-- Eu só preciso de um Uber e chego lá.

Lucas pensa um pouco.

-- Olhe, eu não gostaria que você fosse, mas vou chamar um Uber pra você.

Flávio agradece e Lucas leva ele para dentro de casa para ficar deitado um pouco, e quando estão lá, ele pergunta sobre o celular a e a chave de Flávio, ele mostra o celular mas não acha a chave, provavelmente tava com Clarisse.

-- Tem certeza que está com ela? -- fala Lucas.

-- Sim... Acho que sim. -- Flávio estava com o braço encima do olho, aquela luz da sala estava quase cegando ele.

-- Não quer ligar pra ela pra garantir? -- Lucas demonstrava estar preocupado.

Flávio abre o olho e lembra de todas as coisas que ele fez e que falou, pensou que talvez ela estivesse muito irritada e que não iria querer atender, então ele recusa ligar e Lucas vai embora, voltou apenas para avisar que o Uber chegou.

(⌛)

A viagem foi quieta, a dor de cabeça persistia, mas agora menor, e ele chegou lá por volta das 23:30.
A casa deles era murada com duas câmeras nas extremidades dos muros, então ele apertou a campainha, mas nenhum sinal de Rosa. Ele pressiona mais uma vez, espera um pouco e nada, então ele tenta empurrar o portão da casa, mas estava trancando. Então ele começa a gritar, para talvez ela escutar.

-- Estou aqui, Rosa! Sou eu, me deixe entrar, por favor!

Silêncio

-- Eu estou melhor, é sério, eu só quero entrar, não precisamos conversar hoje se você não quiser.

Silêncio.

-- Por favor, você vai me deixar aqui de fora mesmo?

Silêncio.
Flávio começa a ficar irritado. Ela não tem direito de deixar o dono da casa aqui fora, mesmo ela estando brava.
Flávio aperta mais uma vez a campainha, e dessa vez tenta pular para ver se ele percebe algo da janela, então ele vai para quase o meio da rua, mas percebe que as luzes estão desligadas. Ou ela tá dormindo ou não está em casa, mas se ela tivesse saído de casa, para onde?
Flávio volta para frente de casa e pressiona várias vezes em sequência a campainha, mas novamente, nada aconteceu.
Ele, sem opções, olhou para o muro de casa, que, apesar de ser alto, não amedrontava os 1,79 que ele tinha. Ele tentou escalar algumas vezes e não conseguiu, a embriaguez e o cansaço estavam tomando conta dele.

-- Eu sei que você está aí, e tô muito chateado com sua atitude, mas vou ficar aqui de frente, espero que você abra o portão. -- Grita Flávio, desesperado.

Longos segundos se passaram e nada, então ele percebeu que iria ficar ali até que sua amada quisesse deixar, como vingança pelo o que ele fez.
Ele olhou para uma das câmeras muito irritado, e se sentou com as costas encostadas no portão.
Odeio essa mulher, odeio amar essa mulher, odeio o amor.
Ele fecha os olhos, confiante que em algum momento sua mulher vai abrir, mas, ele cochila de repente e acorda minutos depois com uma luz forte de um carro se aproximando.
Era um Corolla preto. Naquela rua não passava muitos carros a essa hora, ele já tinha observado antes pelas câmeras, mas ele não se importou, a não ser pelo fato dele parar basicamente de frente a casa que ele estava tentando entrar.
Até aí ele pensou em um assalto, e logo se levantou para entregar seu celular, mas o carro demorou para sair alguém, e sua ansiedade e medo ficaram aumentando.
Eu tento pular o muro? Correr? Será que eles estão com medo de me assaltar?
Do nada, ele percebe o barulho da porta se abrindo, e de lá sai uma pessoa que assustou ele mais do que qualquer assaltante no mundo: Rosa de Amaral, sua esposa.

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⏰ Última atualização: Oct 22, 2023 ⏰

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