Capítulo 4

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Flávio fala que vai procurar a mulher para ir embora, mas não chega a se despedir de verdade dos amigos. Então ele entra na casa, se depara com uma sala espaçosa com azulejos brancos na parede e no chão, com dois sofás grandes, uma poltrona e um smart tv na parede, perto dos sofás tinha uma pequena mesa de vidro, com um jarro no meio, o controle da tv e três copos. Clarisse estava só no sofá, mexendo no celular.

-- Você viu a Rosa? -- fala ele, demonstrando clara embriaguez.

-- Eu acho que ela foi banheiro. -- reponde Clarisse.

Antes de ir saindo, Clarisse fala:

-- Você está bem, Flávio?

-- Claro que estou -- responde ele, irritado com a "pergunta óbvia"

Ela olha pra ele, com um ar de seriedade.

-- É sério, você está bêbado, melhor deixar ela quieta.

-- Eu só vou chamar ela pra ir embora, eu posso? -- ele fala com agitação.

-- Por favor.

Ao lado esquerdo da sala tinha um corredor que levava a cozinha, e lá estava lá Matheus com sua mulher, Flávio cumprimenta eles e pergunta se alguém está no banheiro, eles respondem que não. Ele para um pouco para pensar e volta para a sala, para ir nos banheiros do andar superior.
O andar superior era um longo corredor de ponta a ponta, com varias portas que davam a quartos, depósitos, áreas de lazer, e no final do corredor tinha dois banheiros, ele foi naquela direção com a mais rápida velocidade que conseguia.
O banheiro era totalmente branco, igual a parte inferior, tinha 3 cabines, um mictório, três torneiras com um longo espelho, e uma cabine de vidro, com uma banheira dentro.
Ele olhou pro espelho e via seu reflexo um pouco distorcido, então ele começou a ir nas cabines e abri-las uma por uma, sem intenção de aviso prévio. Após a terceira, percebeu que não tinha ninguém lá, e saiu do banheiro irritado e desorientado.
Foi então, voltando vagarosamente para a escada, que ele escutou um barulho em um dos quartos, ele parou de frente a este quarto e colocou o ouvido na porta, e começou a escutar uma conversa.

-- Não sei, talvez daqui a pouco... Faz uns 10 minutos, (barulhos inaudíveis)? Ah, não sei... Hahahahaha... (Barulhos inaudíveis) do Alan, deixe ele pra lá...

Ele, convicto que aquela voz era de Rosa, tentou abrir a porta ferozmente, que estava trancada. Nesse mesmo instante, Rosa deixou de falar.

-- Rosa?? -- exclama Flávio. -- Abra isso.

-- Tenha calma -- A voz de Rosa se aproxima da porta.

Ele desiste de tentar abrir e se afasta da porta, até ela se abrir e ele entrar, ignorando a presença de Rosa.
Ele olha ao redor, procurando alguém, e ela fica confusa, olhando para ele.

-- O que você está procurando? - diz a esposa.

-- Com quem você estava falando? -- Responde o marido, olhando para ela.

-- Com a Raíssa, por que? -- Ela fica com um pouco de medo do olhar dele.

-- Cadê? Me mostre -- ele se aproxima dela no nível dela conseguir sentir seu bafo de álcool.

Ela afasta-o com o braço.

-- Estou falando sério, com quem mais séria?

-- Eu ouvi um Alan, eu tenho certeza que eu ouvi -- ele aumenta o tom de voz.

-- Você estava me ouvindo de trás da porta!? -- ela olha com nojo pra ele.

-- Eu só estava procurando minha amada esposa, não posso?

Ela desaprova com a cabeça e vira o rosto, ele se aproxima e pede para ela olhar pra ele. Eles se encaram, mas rapidamente ela desvia o olhar e se afastou.

-- E de novo você bebendo até não aguentar mais, né? Do mesmo jeito que da última vez. -- fala Rosa, evitando olhar para Flávio.

Ele fica calado, pensando no que falar. Ela começou a andar pelo quarto, com irritabilidade e certa decepção.

-- O que você quer, afinal? -- fala Rosa, olhando para ele de longe.

-- Vamos embora.

-- Vamos? Desculpe, mas eu vou sozinha.

-- O que!? Não! Eu vou com você -- ele fica agitado.

-- Você não estava bebendo lá embaixo? Fique lá, mais tarde você pega um Uber e vai pra casa.

-- Não vou, vou com você.

-- Não vai, não. -- ela começa a ir pra porta e flavio vai atrás dela e segura o braço dela.

Ela olha pra mão dele com fúria, e pede para ele soltar.

-- Você vai comigo. -- Ordena Flávio, de maneira que dava medo de ela recusasse.

-- Não vou, me solta! -- Ela grita e balança o braço com força, mas não consegue soltar.

Ele, muito irritado e achando aquela atitude infantil, segura sua outra mão, que tentava abrir seus dedos.

-- O que você vai fazer indo sozinha? Pra onde vai que eu não posso ir também? -- gritou Flávio.

Ela não responde e tenta se soltar, gritando para ele soltar também, até que Clarisse bate a porta e entra.

-- O que está acontecendo? -- fala Clarisse, colocando a cabeça para dentro do quarto.

Nesse momento Flávio solta Rosa, e ela vai aos braços de Clarisse e começa a chorar. Clarisse olha pra ele, decepcionado, e ele com confusão e vergonha.

-- Eu vou descer com ela, por favor, deixe ela um pouco sozinha -- diz Clarisse, enquanto sai do quarto.

Flávio não sabe bem como processar tudo aquilo, ele estava com raiva e com vontade de ir atrás delas, mas decidiu não causar mais alvoroço e deitou na cama, para dormir um pouco.





Sem Razões para o PerdãoOnde histórias criam vida. Descubra agora