"A vida não dá nada, somente toma. Vale a pena lutar pelas coisas que mais desejamos."
Assim que o elegante ômega Wei Ying entrou no bar do lado errado da cidade, o alfa Lan Zhan sabia não só que o ômega era problema, como também o tipo de ômega q...
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Capítulo 4
COMO PREVIRA, Lan Zhan franziu a testa em uma expressão desgostosa ao reparar nos trajes do ômega.
– Esta roupa é velha. – Wei Ying justificou, sem jeito, parecendo arrasado, enquanto entrelaçava os dedos e o encarava com expressão repleta de tristeza.
Lan Zhan enfiou as mãos nos bolsos da calça comprida cinza que combinara com uma blusa branca e um blazer azul. Um boné preto se encontrava inclinado na cabeça, lhe sombreando um dos olhos, e os pés estavam calçados com tênis da mesma cor. Tinha uma aparência deslumbrante, mas longe de parecer sofisticado. As roupas de Wei Ying parecia apontar todas as diferenças entre o estilo de vida dos dois.
– Está muito bonito – disse ele com voz calma.
– E sofisticado. – Wei Ying acrescentou com uma risada breve. – Desculpe-me.
– Por que?
– Não quero que pense que vesti isso de propósito – disse ele, hesitante.
Lan Zhan ergueu uma das sobrancelhas, com um sorriso debochado a lhe curvar os lábios. – Vou levá-lo apenas a um restaurante de comida chinesa. Isso não implica um pedido de casamento.
Um rubor intenso se espalhou pelo rosto de Wei Ying . – Sei disso.
– Então, por que se importar com as aparências? – perguntou ele, dando de ombros. – O fato de jantarmos juntos não significa assumirmos um compromisso sério. – Os olhos dourados se estreitaram. – Vamos deixar as coisas bem claras. Não tenho nada permanente ou sério em mente. Mesmo que esta noite acabe em uma aventura quente sob os lençóis, ainda assim um compromisso está fora de questão.
– Eu já sabia disso – retrucou Wei Ying, forçando-se a não reagir às palavras provocativas.
– Ótimo. – Lan Zhan olhou ao redor do apartamento e franziu de leve a testa. – Um ambiente bem espartano, não acha? – perguntou ele, de repente se dando conta do modo frugal como Wei Ying parecia estar vivendo.
– É tudo que meu salário me possibilita – respondeu ele, cruzando os braços sobre o peito e sorrindo. – Mas não me importo. É apenas um lugar para dormir.
– Rouhan não está lhe dando nenhuma ajuda financeira? – Lan Zhan insistiu.
– Ele não pode – explicou Wei Ying. – Meu tio tem seus próprios problemas financeiros. Ficarei bem quando ele liberar minha herança para o sr. Holman para que eu possa recebê-la.
Lan Zhan nada disse, mas de repente lhe ocorreu o que Wei Ying parecia não perceber. Se Rouhan estava com problemas financeiros, certamente o controle que tinha sobre a herança de Wei Ying lhe possibilitaria resolvê-los, mesmo que depois tivesse de ressarci-lo. O fato de o tio estar em apuros não lhe parecia um bom presságio, mas era óbvio que Wei Ying não estava se dando conta disso. Talvez, como a maioria dos ômegas herdeiros, não se importasse em administrar o dinheiro que possuía. Ciente de que permanecera calado por um longo tempo, ele retirou as mãos dos bolsos, segurou as do ômega e percebeu que os dedos delicados tinham a mesma temperatura de um iceberg.
