Capítulo 8
QUANDO Wei Ying desembarcou no
aeroporto com o tio, ficou perplexo ao encontrar Lan Zhan os aguardando.
Relanceou um olhar a Ruohan e percebeu que ele também estava surpreso.– Não precisava se incomodar, poderíamos pegar um táxi – disse ele com uma calma na voz que em nada
entregava o turbilhão de emoções que o invadiram à simples visão de Lan Zhan.– Não é incômodo algum – disse ele em tom gentil.
Lan Zhan estava fumando um cigarro e se encontrava em trajes de trabalho limpos e impecáveis. O chapéu lhe ocultava um dos olhos, tornando impossível lhe captar a expressão. Era melhor assim, pensou ele, porque não queria que Wei Ying percebesse como estava feliz em vê-lo. Os últimos dias haviam sido intermináveis e a consciência o estava torturando. Fora frio e rude em um momento em que ele precisava de compaixão e um ombro amigo.– Muito gentil de sua parte. – Ruohan disse, atirando a bagagem ao ombro e seguindo Lan Zhan na direção do carro.
– Detesto ter de pegar táxi.Wei Ying não fez nenhum comentário.
Apertou a bolsa contra o corpo e pegou a mala, sem sustentar o olhar calmo e intenso do marido. Não se importava mais com o que ele fazia ou dizia, afirmou para si mesmo. Lan Zhan o magoara pela última vez.Lan Zhan deixou Ruohan em casa e um silêncio pesado os acompanhou durante todo o trajeto até a fazenda.
– Shizui está na escola – informou ele, quando Wei Ying pareceu notar o silêncio repentino na casa. Apenas Bee, a gatinha, se encontrava à vista quando Lan Zhan retornou, após ter colocado a bagagem de Wei Ying no quarto que ele estava ocupando. Com o esboço de um sorriso lhe curvando os lábios, ele ergueu a gata e colocou sobre o assento de uma cadeira.– Então, matriculou Shizui em uma escola daqui? – perguntou Wei Ying.
– Sim. – Lan Zhan estacou diante dele. Os olhos dourados perscrutadores enquanto o observava. Wei Ying estava usando o conjunto bege com que se casara e aquilo lhe trouxe lembranças dolorosas.
– Como você está? – perguntou ele.– Ainda abalado. – Wei Ying respondeu, conciso. – Mas não estou inconsolável, portanto não precisa se preocupar comigo. Não quero ser um problema para você. Agora, se me der licença, vou desfazer minha mala e trocar de roupa.
Depois, verei o que posso fazer para o jantar.– Não precisa… – começou ele, irritado.
– Não me importo em cozinhar. –
Wei Ying virou de costas, cortando-o, antes que ele pudesse dizer algo que lhe abalasse a determinação. – Você já disse tudo que tinha a dizer acrescentou, sem encará-lo. – Vamos deixar as coisas como estão. Teve notícias do seu advogado sobre a audiência da custódia?– Sim – respondeu ele, após um minuto de silêncio pesado. – Está marcada para a semana que vem.
Sem saber o que dizer, Wei Ying anuiu e se afastou em direção ao quarto. Não deixava de ser um consolo o fato de Lan Zhan parecer tão pouco à vontade quanto ele. Aquele casamento findara antes mesmo de ter a chance de começar. Gostaria que fosse possível um recomeço entre os dois, mas da mesma forma que ele, duvidava que L.Z. acreditasse em segundas chances.
O jantar transcorreu quase em silêncio. Shizui alternava o olhar entre os dois, sem conseguir disfarçar a curiosidade e um leve traço de desconforto.
– Sinto muito por sua tia-avó – disse o menino, quando estavam comendo o pudim que ele fizera para sobremesa.
– Sei que ainda está triste.– Sim. – Wei Ying concordou. – Minha tia-avó Yu era muito especial. Era uma mulher que se rebelava contra os costumes conservadores em uma época em que isso não era comum.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Adorável Alfa
Fanfiction"A vida não dá nada, somente toma. Vale a pena lutar pelas coisas que mais desejamos." Assim que o elegante ômega Wei Ying entrou no bar do lado errado da cidade, o alfa Lan Zhan sabia não só que o ômega era problema, como também o tipo de ômega q...