[Série: Método Abramović.]
Svetlana Rusak é a mulher mais forte do mundo, mais forte que todas as mulheres, maior que todos os homens, bom, exceto quando o assunto é Max Verstappen.
Quando criança, aprendeu que tudo o que quisesse poderia cair aos...
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"Vênus é o segundo planeta do Sistema Solar em ordem de distância a partir do Sol, orbitando-o a cada 224,7 dias. Depois da Lua, é o objeto mais brilhante do céu noturno, atingindo uma magnitude aparente de -4,6, o suficiente para produzir sombras. A distância média da Terra a Vênus é de 0,28 AU, sendo esta a menor distância entre qualquer par de planetas. Como Vénus se encontra mais próximo do Sol do que a Terra, ele pode ser visto aproximadamente na mesma direção do Sol (sua maior elongação é de 47,8°). Vênus atinge seu brilho máximo algumas horas antes da alvorada ou depois do , sendo por isso conhecido como a estrela da manhã (Estrela-d'Alva) ou estrela da tarde (Vésper); também é chamado Estrela do Pastor."
LONDRES, INGLATERRA, EUROPA.
Lana Rusak nunca teve ótimas noites de sono.
Durante a missão, se tornou um pouco pior, seus remédios foram barrados, pois nunca foram testados para aquela ocasião e ela não poderia morrer ou sofrer uma overdose fora do planeta casa. Raras são às vezes que consegue sonhar, não se lembrava do último sonho que teve, fora há tanto tempo que nem a recordação restou. Acordava com qualquer coisa, o som do vento tocando o prédio, com seu próprio corpo movendo-se sobre a cama ou sob os cobertores, uma vez se acordou com uma torneira que gotejava. Por um tempo, tentou imaginar o motivo de ser assim, mas nem tudo tem uma explicação.
Algumas coisas apenas acontecem.
Seu lema de vida era esse, deixar as coisas se acertarem de alguma maneira e depois tentar resolver o que restava. Poderia ser organizada com certas coisas e completamente perdida em outras, mas Lana acreditava na teoria de que até a bagunça precisa existir para uma vida coerente ocorrer. Era o tipo de coisa que ninguém mais acreditava, apenas ela. Nas noites em que o sono se fazia ainda mais desaparecido, ela tinha duas opções: ler um livro ou trabalhar. Leontine havia dado um crachá especial e agora ela conhecia o zelador que cuidava da fábrica durante a noite, ninguém mais estava ali dentro, apenas a bielorrussa e o homem simpático.
Sua mesa era uma mistura de chás, cálculos e desenhos, estava trabalhando em uma equação quando Nora ligou. Elas se falavam quase todos os dias, Nora Patel havia voltado para a Índia, não quis aceitar a proposta da Red Bull, queria tirar um tempo considerável de folga e precisava dele, nem todo mundo tem a sede por trabalho que Lana Rusak tem. Além disso, a indiana até chegou a auxiliar no projeto que a amiga criou no espaço, mas seu coração sempre foi voltado para a equipe vermelha e italiana do grid. Sempre seria uma torcedora da Ferrari.
— Estive pensando em muita coisa nos últimos dias, Rusak. Não em muita coisa importante, óbvio, minha cabeça não é tão ligada quanto a sua. Mas você, melhor do que ninguém, sabe que tenho me esforçado para não me preocupar com nada, mas tenho dormido tão pouco. Tenho pesadelos.
— Você sabe que a culpa disso é sua, Patel. Temos problemas que não serão resolvidos de maneira simples e você deixou de ir ao psiquiatra. Conversar com o médico te ajudaria a lidar melhor com esses teus pesadelos, sempre sonha que está na nave, às vezes sem oxigênio, em outras, solitária no universo, sabe que isso não é normal. O medo não é normal.
