capítulo 01

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                                       HELENA

Para uma formanda em psicologia a vida poderia contribuir de uma outra forma para a minha felicidade, quando digo isso estou me relacionando ao fato de estar desempregada no momento atual e a vida financeira indo de mal a pior.

Meus pais não possuem na atualidade uma boa condição financeira, então tento ajudá-los da melhor forma possível, contribuindo com os alimentos de casa e ajudando-os a pagar algumas contas, além de manter o meu apartamento no qual possuo o atraso de um mês no aluguel.

Essa semana fui notificada pelo dono do local que deveria efetuar o pagamento em no máximo sete dias e cá estou eu andando pelas ruas de São Paulo, e colocando currículos até mesmo na tentativa de exercer uma profissão que não tem nada haver com minha área em formação, posso ser atendente, diarista ou qualquer outra coisa que me faça receber um salário digno do meu trabalho.

Passo em vários locais e sinto a sensação de que estão pegando meu currículo apenas por educação. Precisava de dinheiro pra pagar o aluguel do apartamento e o desespero começava a me consumir naquele momento, aparentemente não existia uma saída para aquilo, não sabia como lidar.

Chego na minha "casa", se é que possa chamar de minha, já que possivelmente daqui a poucos dias poderia ser despejada. Sento no sofá e começo a despejar lágrimas pelo meu rosto, a ansiedade toma conta de mim, minha cabeça vira uma completa turbulência até que escuto a campainha tocar, tinha certeza que poderia ser Brendha ,a minha melhor amiga, que morava aqui no prédio também.

Já havia alguns dias que não estávamos nos vendo, acredito que pelo fato da loira ter passado alguns finais de semana na casa do namorado Gabriel. Abro a porta e não posso conter meu choro, apenas abraço minha amiga desesperadamente sem saber contornar a situação.

— Amiga o que houve? — Brendha parecia preocupada, não olhava pro rosto da minha amiga e apenas a abraçava chorando, posicionando meu rosto na curva de seu ombro, me sentia uma criança em busca de seus pais como se eles tivessem desaparecido de sua vista.

— Amiga, calma, eu tô aqui! — Brendha me afasta um pouco de seus ombros e me olha nos olhos. — O que aconteceu? Eu não tô entendendo nada.

— Brendha, eu vou ser despejada, estou tendo meus últimos dias aqui no apartamento e ainda por cima não consigo um emprego, parece que tudo na minha vida virou um inferno do dia pra noite! Não posso voltar a morar com meus pais do nada, eles já estão cheios de dívidas e gastar comigo agora só iria piorar isso. — começo a desabafar me sentando no sofá e vejo Brendha se ajoelhar olhando nos meus olhos.

— Helena, calma, eu já tive uma ideia pra tudo isso. — ela fala rindo e se levanta do chão sentando ao meu lado, acariciando minhas mãos.

— Não tem jeito, Brendha, acabou! — Falo tentando conter os soluços que saiam em meio às lágrimas.

— Helena, eu já falei que tive uma ideia é só confiar em mim que vai dar tudo certo! — ela continua com um sorriso no rosto como se tivesse algo brilhante pra solucionar todos os problemas.

— Qual é essa ideia milagrosa, Bre? — olho nos olhos da garota balançando a cabeça em negação.

— Olha, você tá devendo apenas um mês do aluguel né? Por que pelo que sei até mês passado você estava com o aluguel em dias. Eu te empresto o valor e depois você me paga. — ela fala como se eu tivesse dinheiro pra pagar ela depois.

— Amiga, eu sei que você está tentando me ajudar, mas o aluguel é o menor problema no momento, preciso ajudar meus pais com despesa e nem trabalho tenho pra te pagar o possível empréstimo que você está me oferecendo.

A psicóloga do meu clube - Joaquín Piquerez Onde histórias criam vida. Descubra agora