Capítulo 08

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                                       HELENA


Estava muito cansada do trabalho, mal cheguei e me deitei sobre o sofá tentando descansar um pouco a cabeça. As consultas com os jogadores era o reflexo de tanto cansaço, alguns demoravam para se abrir e resistiam até o último momento porque não sabiam expor suas emoções, outros iam na sala com o intuito de jogar conversa fora e passar o tempo sem falar sobre os seus problemas e outros faziam questão de se negarem a ir, mas especificamente um uruguaio cretino que se negava.

Tomei um bom banho pra relaxar o meu corpo e logo depois me alimentei de forma breve. Recebi algumas ligações que estavam me deixando incomodada e fazendo com que eu rejeitasse todas elas, meu ex era o responsável.

O pior não parou por aí, o mesmo avisou que viria até meu apartamento para que pudéssemos reatar o namoro, eu o avisei para não vir, pois não iria abrir a porta pra ele, mas o desgraçado insistiu aos gritos e a minha única solução foi ouvi-lo para não ser realizado um escândalo maior diante da vizinhança.

— O que você quer, Marcos? — questiono abrindo a porta logo em seguida para que ele pudesse entrar.

— Falar com você. Estou com saudades, Helena. — Ele diz se aproximando e faço questão de manter uma certa distância.

Marcos era cínico, havia me traído um milhão de vezes e sempre tentava se redimir com suas desculpas esfarrapadas, isso me gerou traumas e muitos problemas psicológicos.

— Sai daqui, por favor, não quero discussão e também não quero ouvir todas as suas ladainhas outra vez. — me direciono a porta para que ele saisse, sou tão idiota, agora a pouco abri pra que ele pudesse entrar e agora tô expulsando esse projeto de Arthur Aguiar.

— Você sabe que te amo, Lena. — puxa meu braço aproximando nossos corpos na tentativa de rolar um beijo, mas faço questão de me distanciar dele.

Acabo esbarrando no sofá e sendo encurralada pelo homem. No meio disso escuto a campainha sendo tocada, tento sair de perto dele para abrir a porta mas o idiota me prende.

— Você não vai lá, eu vou. — Ele fala como um susurro na intenção de ninguém escutar.

A campainha era tocada mais uma vez, Marcos me jogou sobre o sofá e pediu que eu fizesse silêncio, pois ele iria despachar quem quer que estivesse atrás daquela porta.

Todas as vezes eu permanecia em silêncio, passei dois anos ao lado desse mostro sempre debaixo de ameaças que ele direcionava aos meus pais, eu tinha muito medo, ele já tinha me agredido uma vez mas parou quando começou a fazer terapia, eu havia perdoado ele, sim foi a maior burrice da minha vida na época.

Agora ele se encontrava como antes, furioso, agressivo e ameaçador. Fiquei em silêncio esperando que quem quer que estivesse ali pudesse me ajudar.

— Que é? — Ouço Marcos falar e continuo em silêncio.

— Helena está? — Eu sabia exatamente de quem era aquela voz, era Piquerez, o maldito uruguaio.

— Minha mulher esta dormindo, posso saber o que quer com ela? — maldito. Minha vontade era correr e desmentir tudo isso, mas eu sabia que se fizesse minha vontade iria sofrer as consequências depois.

— Sua mulher? — podia imaginar o sorriso sarcástico no rosto do jogador.

Me salva Joaquín, por favor.

— Sim, minha mulher. Algum problema? — eu te odeio Marcos, te odeio.

Escuto um riso nasal do jogador, certeza que agora o bicho iria pegar.

A psicóloga do meu clube - Joaquín Piquerez Onde histórias criam vida. Descubra agora