Capítulo 18

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                                        HELENA


Acordei cedo hoje para realizar os tais exames que a enfermeira que trabalha no Palmeiras disse que seria necessário, fala sério, quem é que gosta de ir a um hospital sem se alimentar? Só porque tenho que tirar um pouco de sangue...

Fiz faculdade em outra área da saúde já que a psicologia não tem muito a ver com medicina, justo por isso nunca vou entender o motivo do cidadão não poder comer para realizar a coleta de sangue, se alguém souber eu peço do fundo do coração que me explique.

Brendha disse que viria me buscar, falei pra ela que poderia muito bem ir sozinha, mas por conta do acontecimento do desmaio em que Raphael me ajudou, ela ficou preocupada. É claro que o cabeça de roblox foi falar pra ela, mas ainda assim amo a amizade que tenho com o camisa vinte e três, ele tem se mostrado preocupado comigo e têm sido incrível nos conselhos, as vezes acho que ele faz uma função de psicólogo melhor que eu.

Talvez seja por isso o grupo do Palmeiras ser tão unido e mesmo com algumas eliminações eles se mantém fortes em outros campeonatos.


Escuto uma notificação soar no meu celular, Bre me mandou mensagem avisando que já tinha chegado e me esperava no estacionamento do hotel. Peguei minha bolsa e mais alguns acessórios necessários, tranquei tudo em casa e saí do meu apartamento. Logo observei o veículo da minha amiga, assim adentrei o local e cumprimentei a mesma. Ela estava usando um perfume um tanto quanto enjooso, credo, horrível até.


— Oi, amiga, tá melhor? — ela me pergunta dando partida no carro.

— Tô sim, só tô mal por não ter tomado café da manhã quando saí. — Falo passando a mão na barriga enquanto faço uma cara triste, Bre ri pra mim.

— Mas tá sentindo algo sério? — pergunta.

— Nada demais, só um enjoo, acho que é porque não comi nada hoje. — esboço um sorriso fechado.

— Deve ser mesmo, você sempre fica enjoada quando não se alimenta bem.

— Sim, meu estômago é de tristeza. — nós duas caímos na risada.

Fomos o caminho inteiro conversando, Brendha me falou que Gabriel a pediu em casamento e eu fiquei muito feliz por ela. Por um momento fiquei me imaginando como seria casar e era inevitável eu não imaginar que seria com ele.

— Ficou estranha depois que eu falei que ia casar... — ela diz despretensiosamente.

— Não é nada. — Abaixei a cabeça encarando meus pés naquele carro.

— Sério isso? Anos de amizade e você acha que não sei quando você fica triste com alguma frase que você escuta e te dá gatilhos de alguma forma.

É, ela estava certa. Brendha me conhecia como quase ninguém, sabia exatamente quando eu estava triste, feliz, emburrada, mal e qualquer outro tipo de sentimento que eu deixasse transparecer.

Eu ainda não havia contado pra ela que estava namorando o jogador bipolar, ah que saudade de chamar ele assim. Provavelmente ela me mataria por não ter falado, mas antes tarde do que nunca não é mesmo?

— Se eu te contar você promete não ficar brava? — pergunto fazendo bico.

— Depende. — ela diz com as sobrancelhas arqueadas.

— Joaquín me pediu em namoro e eu aceitei, mas agora a gente terminou porque a Liz me ameaçou e ameaçou ele de forma indireta.

— É O QUE, PORRA? VOCÊ TAVA NAMORANDO E NÃO ME FALOU?

A psicóloga do meu clube - Joaquín Piquerez Onde histórias criam vida. Descubra agora