Capítulo 17

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                                       HELENA



Abri meus olhos aos poucos e vi Raphael e a enfermeira do clube a minha volta. Comecei a ficar confusa com a situação já que não me recordava de nada naquele momento, olhei confusa pra Raphael que estava ao meu lado e logo o meia quebrou o silêncio que estava na sala.

— Você desmaiou, sua pressão caiu e eu te trouxe até aqui. Se lembra disso?

Observo Raphael com um semblante calmo o que o mesmo se reproduzia em sua voz. Tentei me recordar de alguma coisa e aos poucos me lembrei de estar em minha sala pensando alto sobre um certo alguém, logo Raphael entrou na sala. Comecei a ligar os pontos e obtive uma resposta.

— Sim. — Falo pro jogador enquanto tenho um sorriso fechado nos lábios.

Ficamos mais alguns minutos, esperando que a enfermaria se pronunciasse de alguma forma, ela parecia estar anotando alguma coisa na sua folha de papel.

— Anda se alimentando direito, Helena? — a mulher perguntou.

Sim, eu estava me alimentando direito, nunca pulava as refeições e talvez fosse por isso o mal estar que estou sentindo nessa manhã, pela primeira vez saí ao trabalho ser ter comido a refeição mais importante do dia.

— Sim, mas hoje ainda não me alimentei.

Ela me olha de relance e logo me entrega um papel com algumas coisas anotadas.

— Como não sou médica não posso te receitar medicamentos para o caso, mas aí estão alguns exames que você precisa fazer dentre eles o exame de sangue também.

Nem vejo motivo pra fazer vários exames, só foi um mal estar que até já passou inclusive.

— Já passou, doutora, não preciso de exames. — Falo tentando manter uma boa educação.

— Só estou fazendo o meu trabalho e o que é certo, Helena, faça o que bem entender.

Ela balança os ombros pra cima e pra baixo como se estivesse pouco interessada no assunto e logo sai do local pra fazer sabe-se lá o que, que mulherzinha chata e sem educação viu.

— Você viu o quanto ela é mal educada? — pergunto para Raphael enquanto ele me ajuda a levantar da maca.

— As vezes é necessário ser mal educada com pacientes chatos e teimosos. — ele fala dando os ombros.

— Raphael. — solto o tapa em seu braço de leve e ouço uma risada nasal do meia.

— É sério, você sabe que precisa fazer os exames e quer se negar a isso.

Já estávamos no corredor indo em direção a minha sala, não estava mais escorada em Raphael como antes e agora comia uma barra de cereal muito boa que ele havia me dado.

— Não vejo necessidade nesses exames, sei que estou bem. — Falo.

— Tá tão bem que desmaiou. — Ele fala entrando na minha sala junto comigo. — Você vai fazer esses exames sim nem que seja preciso eu ir junto. — me alertou.

— Relaxa, vou fazer e chamo a Bre pra ir comigo.

Termino de comer a barra e jogo o papel plastificado na lixeira ao lado da minha mesa.

— Tem certeza? — ele pergunta.

— Claro, Rapha. — depois dessa barra parecia que a fome de uma pessoa que não se alimentava há dias resolveu despertar em mim. — Tem mais barras aí? — pergunto com um olhar pidão e fazendo um bico nos lábios parecendo uma criança.

A psicóloga do meu clube - Joaquín Piquerez Onde histórias criam vida. Descubra agora