A psicóloga do meu clube - Joaquín Piquerez

Capítulo 16

                                     PIQUEREZ

Eu estava parecendo aquelas pessoas depressivas após um fim de relacionamento, não tinha alegria pra nada, felicidade nenhuma e ainda tinha que ouvir alguns dos jogadores do elenco falando sobre quão bom estavam a sua vida amorosa. Que legal!

— Cara, tô sinceramente pensando em pedir a Bre em casamento, ela é a mulher da minha vida.

Escuto Gabriel conversando com Veiga no refeitório. Era sempre assim pelas manhãs, sempre conversávamos sobre o nosso dia a dia e é claro que em um desses assuntos sempre havia mulheres presentes.

— Rápido hein, Gabriel, se eu fosse você iria mais devagar, tem pouco tempo que vocês namoram.

Endrick fala como se fosse o melhor conselheiro amoroso, um moleque de apenas dezesseis anos querendo ensinar os mais velhos, fala sério. As vaias se fazem presente na mesa em repreensão as palavras do garoto.

— Já passei da fase dos dezesseis anos moleque, já sou homem pra casar. — Menino fala arrancando gargalhada dos jogadores, eu encarava aquilo com puro tédio, só estava ali porque era obrigado.

— Isso aí, Gabriel. — Raphael agora quem fala.

— Conselho seu não vale, Rapha, tu tá apaixonado pela enteada do técnico e detalhe, só beijou a garota uma vez. — O mais novo da roda volta a falar.

— Eu não controlo minhas emoções não tenho culpa se acabei me apaixonando por ela. — o meia levanta as mãos em rendição, era um baita emocionado mesmo.

— Ei, Jacó, tá sossegado. Aconteceu algo, amiguinho? — Sim Scarpa, terminei meu namoro e esse bando de sem o que fazer só sabe falar de mulher.

— Não. — respondo seco.

— Tá chatão esses dias hein, mano. — Menino fala.

— Cuida da sua vida, Gabriel, que do meu humor cuido eu.

Levantei da mesa e saí andando por aquele maldito corredor, sim, o mesmo corredor que eu havia esbarrado de propósito com a garota que eu nem sabia que seria a futura psicóloga do time. Aquele dia eu a observava de longe, olhava seus longos cabelos e com o olhar fixo no celular. Me interessei de cara pela mulher e acabei batendo meu corpo no seu propositadamente.

Se eu soubesse que um simples esbarrão iria acabar na fase atual que estamos eu teria evitado aquilo, seguiria com minha vida normal, cada dia com uma mulher diferente em minha cama sem saber o significado do que é amor.

Agora me encontrava sentado no chão do gramado e escorado nas traves que se encontravam atrás de mim. Ouço um barulho de notificação no meu celular, era a insuportável da Liz me mandando mensagem perguntando se poderia ir na minha casa mais tarde.

Eu queria pegar qualquer mulher pra tentar esquecer a Helena, mas com certeza não seria a Liz, já que ela vivia falando que estava grávida e tenho certeza que o filho não é meu. Apenas marquei a mensagem como lida e não lhe enviei uma resposta.

— Ei, Joaquín, a gente não conversou sobre aquele dia.

Vejo Veiga se aproximar e sentar ao meu lado. Apesar dos poucos anos de diferença, ele parecia um pai, sempre me dava os melhores conselhos e se fazia presente sempre que eu precisava.

— Agora não, Raphael.

Encaro fixamente o campo de treinamento a minha frente, não estava a fim de dialogar com ninguém neste momento.