Onde Hye tem o poder da criação, e seu irmão o poder da destruição. Ambos embarcam em uma aventura ao lado do bando do chapéu de palha, onde Hye conhece Zoro, e consequentemente, o tão famoso amor.
[𝐥𝐢𝐯𝐞 𝐚𝐜𝐭𝐢𝐨𝐧.]
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Doze anos atrás
𝐖𝐚𝐧𝐠 𝐍𝐚𝐥𝐢
Observava meus filhos brincando no quintal de casa, e por incrível que pareça, ambos não aparentavam estar tristes com a saída do pai. Hye era a que mais sofria com isso, e Lucca protegia ela sempre que via ela triste ou passando por algo. Percebi que após esses anos com Mihawk sumindo, Lucca havia criado um ódio do próprio pai, e isso me preocupa pelo fato de que ele ainda não sabe controlar seus poderes, tenho medo que ele se descontrole e acabe criando algo maior do que consegue lidar.
Eu sou a bruxa mais poderosa existente, filha de Zeus, ou seja, uma semi-deusa. Conheci Mihawk há dez anos atrás, quando ainda éramos jovens, e parece que ele se encantou pelo meu jeito de ser. Não vou negar, eu me apaixonei por ele assim que coloquei os olhos naquele homem, e aquilo me fez questionar se ele que não era o semi-deus.
Hye tem sete anos de idade, e Lucca nove, ambos são crianças inteligentes, e parecem ficar cada dia mais próximos. O amor que sinto pelos meus filhos me faria dar a vida por eles, e em qualquer situação que eu precise, o farei sem pensar duas vezes.
Papai nunca havia conhecido os dois, já que eu acabei fugindo dele ao começar a me encontrar com Mihawk, e isso resultou em uma briga enorme com o Zeus. Mamãe morreu assim que nasci, e eu acabei herdando seus poderes, e boa parte dos de papai junto. Minha mãe era a maior bruxa, seu posto foi passado para mim ao completar dezessete anos de idade, e papai não aceitava aquilo, porque não queria que eu fosse igual ela, já que minha mãe era uma bruxa das trevas, e por mais difícil que fosse, acabei conseguindo lidar com os poderes.
Quando Hye nasceu, descobri que seu poder era o da criação, mas além disso, seu poder pode ser ainda maior quando ela crescer, podendo ser mais poderosa que eu e papai juntos. Lucca herdou o poder dos nossos antepassados, o da destruição, e isso me deixou ainda mais preocupada, já que Hye controlava a criação, e ele a destruição, o medo que eles entrem em conflito contra um ao outro ao entrar em estado de reconstrução da alma só se faz maior a cada dia. Ao entrar nesse estado, o ser em si não reconhece nada ao seu redor, e acaba fazendo coisas que não controla. Meu medo além desse, é que quando Hye conseguir controlar seus poderes, ela não consiga usá-los totalmente, tendo uma limitação, por causa de seu corpo frágil.
— Mamãe! — ouço a voz de minha filha, me tirando dos pensamentos que me deixavam em conflito comigo mesma.
— Oi, minha pequena bruxinha! — sorrio, pegando a garotinha no colo, fazendo cócegas nela, que começa a rir.
— Lucca foi treinar, mamãe! Eu estou com sono, a senhora pode me levar pra cama? — perguntou, coçando os olhinhos ao parar de rir.
— Claro que sim, minha pequena. — ando com a garotinha para dentro de casa, me perguntando onde Lucca havia ido treinar seus poderes. Coloco a garota pequena em sua cama, dando um beijo em sua testa. — Eu te amo, mamãe.
— Eu também te amo, querida. — acaricio seus cabelos até que ela durma, e ao vê-la pegar no sono, observo o rosto angelical de minha filha, ela era idêntica à mim.
Me levanto, saindo de casa e indo até o local onde costumava treinar com meus filhos. Ao entrar na pequena casa, vejo Lucca sentado no chão, recitando alguns feitiços em latim, me aproximo do garoto, e ao tocar seu ombro, vejo seus olhos vermelhos como sangue. Lucca havia entrado em estado de reconstrução de alma.
— Filho, escuta a mamãe! Eu vou te ajudar a sair disso. — começo a balançar seu corpo, tentando fazer com que ele acorde. Meu desespero era nítido, e o meu medo maior ainda. — Filho, por favor! — grito, e sinto meu corpo ser arremessado contra a parede. Lucca vira sua cabeça em minha direção, dando um sorriso que me fez estremecer. Eu poderia enfrentá-lo, mas eu não iria conseguir fazer isso contra meu próprio filho. Sinto lágrimas descendo por meu rosto, e Lucca se aproxima, gritando ainda mais altos seus feitiços em latim. — Filho, por favor.. eu vou te ajudar, escuta a mamãe. — e em minha garganta não se passava mais ar, Lucca havia jogado um feitiço em mim que prendia meu pescoço.
— Eu não preciso de ajuda! Eu não preciso de você, não preciso daquele homem, não preciso de ninguém! — gritou, e aquilo me fez chorar ainda mais. Eu havia perdido meu filho?
— Nali.. — ouço a voz de meu marido na porta, e balanço a cabeça, em negação, como sinal para que ele saísse dali o mais rápido possível, mas ele não o fez, apenas se aproximou de Lucca, que encarava seu pai ferozmente. — Filho..
E então Mihawk voou até a parede, rachando ela, o que fez meu marido gritar. A pequena casa começou a pegar fogo, e eu sabia que aquele era o meu fim. Sinto meu corpo descer, e cair no chão, busco o ar, mas nada entrava em minha garganta, começo a tossir, e tentar me arrastar até Lucca, que parecia gostar do que via. As chamas se juntaram ao meu corpo, e eu ouço Mihawk gritar. Aquele era realmente o meu fim.
— Cuide deles.. eu te amo. — falo em meu último sussurro, e me entrego para as chamas, deixando para trás meu marido, meus filhos, e meu pai.
𝐃𝐫𝐚𝐜𝐮𝐥𝐞 𝐌𝐢𝐡𝐚𝐰𝐤
O corpo de Nali estava estirado de bruços no chão, em chamas, e eu não conseguia me manter de pé, sentindo a dor de ter perdido minha mulher. Lucca estava longe, parecendo acordar de seu transe. O garoto olha ao redor, assustado pelo fogo, e começa a gritar.
— O que eu fiz?! O que eu fiz?! — começou a chorar, e aquilo me quebrou ainda mais.
— Papai? — ouço a voz de Hye, trêmula. Viro minha cabeça em sua direção, e então ouço as palavras que me destruíram totalmente. — Você matou a mamãe..
Aquilo me fez vacilar e fechar os olhos, mas abro rapidamente, vendo Lucca puxando Hye para longe, enquanto ambos choravam. Forço meu corpo para levantar, mas minhas costelas foram esmagadas quando fui arremessado por Lucca.
Volto a olhar o corpo de Nali, que em boa parte já estava em cinzas, e então percebo que realmente havia perdido dela, e agora, meus dois filhos.
