X. A fuga de Branca do hospício

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Dias atuais...

Enganar um homem como o soldado Guimarães estava sendo muito fácil para uma mulher arisca, sedutora e ardilosa como Branca Villela. Ou seja, mesmo acometida pela demência, Branca ainda era uma mulher belíssima, como nenhuma outra daquele sanatório, e o sargento Guimarães via isso muito claramente.

Rodrigo estava mais do que enfeitiçado pela beleza e sensualidade de Branca, tanto que, o mesmo não cabia em si, de tanto desejo, que sentia por ela.

- Vosmecê está me deixando louco, senhorita Branca - Diz isso após gozar dentro dela, e sair de cima da mesma, ofegante e cansado - Eu a quero só para mim. Te desejo muito. Demais.

- Me desejas tanto assim, Rodrigo? Me desejas, a ponto de fugir comigo para bem longe de Campos? Tens certeza disso?

- Sim, por Vosmecê, eu mataria e daria a minha própria vida - Diz ele, com o coração acelerado - Eu a amo.

- Me amas mesmo, Rodrigo?

- Vosmecê sabe que sim.

- Então só me tire daqui, para que, assim possamos ser um do outro para todo o sempre - Ela começa a simular um choro muito convincente - Eu o amo Rodrigo, e quero passar o resto dos meus dias ao seu lado.

- Não se preocupe, vou te tirar daqui, e Vosmecê será só minha - Começa a ae vestir, após se levantar de cima da mesma - E farei isso amanhã mesmo.

- Jura?

- Sim, juro o que Vosmecê me pedir, e mais... Muito mais - A ajuda a se levantar do chão e se vestirn com muita ternura - De amanhã por diante, seremos um só, e nada e nem ninguém, há de nos separar.

- Este é o meu maior desejo Rodrigo, nada vai nos separar mais - Ela então, o abraça - "Há não ser, a morte, já que, de amanhã, Vosmecê não passará".









Na manhã seguinte...

Na sua casa, naquela que foi de seu senhor e algoz, Isaura não parava de se preocupar com suas filhas, o Pedrinho, a Maria, o Tiãozinho, e até mesmo com o Leopoldo, mesmo ele sendo filho de quem era. Isaura temia pelo dia em que Branca tentasse fugir do hospício somente para os fazer mal. Já havia se passado mais ou menos uma meia hora logo após o almoço, Juliana e Júlia estavam tirando uma pequena siesta, e Álvaro estava visitando os cafezais com o André, que estava os visitando.

Enquanto bordava na sala, Isaura acaba recebendo a visita de Tomasia, Alberto e Maria, Pedrinho estava em casa estudando, e Miguel cuidava da lavoura junto com os criados. R justamente por isso, ambos não estavam ali junto dos demais.

- Que surpresa maravilhosa - Diz Isaura recebendo suas visitas - Amei a visita de Vosmecês.

- Folgo muito em saber disso, Isaura, minha querida - Diz Tomasia - E as minhas netinhas do coração? Onde estão elas, que não as vi ainda?

- Elas estão fazendo uma pequena siesta - Diz Isaura - Mas logo mais estarão aqui conosco.

- Vejo que está grávida de novo - Diz Alberto - Tomara que seja um menino dessa vez, adoro minhas primas, mas gostaria de ter um priminho com quem pudesse cavalgar pelos campos, e aprontar as minhas travessuras. Sinto falta do Pedrinho, ele estuda demais, e logo viajará para a Corte, onde estudará administração.

- Não seja indelicado, Alberto - Diz Maria - A Júlia e a Juliana são excelentes amigas, e Vosmecê sabe disso, muito bem.




Dona Estela não tinha um minuto de paz em sua vida, e tudo isso por causa de sua filha, e da demência da mesma, que piorava a cada dia, sem que a mesma pudesse fazer nada por ela. Mas pelo menos, ela tinha uma alegria agora, a gravidez de sua nora, e também a companhia de seu neto primogênito, que era como um raio de sol em meio a escuridão que havia se tornado a sua parca existência.

Branca Vilella, a verdadeira assassina de Leôncio Onde histórias criam vida. Descubra agora