Dias atuais...
Branca estava prestes a atirar em dona Perpétua, quando a alucinação de sua mãe apareceu - lhe bem na frente da mãe de Álvaro.
Apesar de estar com o semblante cadavérico, sua fisionomia estava deveras tranquila, e isso era o que mais, irritava Branca.
- Vosmecê não fará mal a minha amiga, Branca - Diz a alucinação de dona Estela, vestida em uma espécie de roupa de dormir azul celeste - Eu não vou deixar que isso aconteça.
- Pare de me atormentar maldita infeliz! - Branca tapa os seus ouvidos, tensa - Vosmecê está morta! Morta! Morta! Morta, entendeu?
- Branca - Diz Perpétua tentando chamar a atenção de Branca - O que está acontecendo com Vosmecê?
- Saia daqui mamãe! - Branca já havia largado sua arma sabe - se lá onde, e estava de joelhos na grama, tapando os seus ouvidos e de olhos semicerrados - Vá embora daqui agora mesmo, sua desvairada!
Aproveitando - se dos delírios de Branca, Perpétua pega arma dela, dando uma coronhada na nuca da mesma, que acaba perdendo a consciência. Perpétua ainda estava em estado de choque, sua respiração estava irregular e o seu coração descompassado, mas ela estava bem menos nervosa e tensa.
- Mamãe! - Era o Álvaro, ele apareceu do nada - Logo senti que Vosmecê não estava bem, e que tinha de vir para cá, minha mãe - Ele olha de sua mãe e da mesma para Branca e vice versa, preocupado - Como Vosmecê está?
- Agora até que bem - Diz Perpétua abraçando seu filho - Mas antes passei por um momento deveras complicado, por conta da senhorita Branca, temos de chamar a milícia agora mesmo, antes que ela fuja novamente, meu filho. Ela não pode fugir de novo, Álvaro. Não pode, e isso, pelo bem de todos nós.
- Vocês não vão me levar de volta pra aquele inferno! - Diz Branca voltando a si, ainda meio tonta - Eu não vou deixar. Álvaro, Vosmecê deveria me amar e ser meu marido, e pagará muito caro por ter escolhido a escravinha roceira matuta ao invés de mim! Juro que vai me pagar por tamanho acinte! Juro que vai, ou então, não me chamo Branca Vilella.
- Branca, seja razoável, por favor, em nome do amor que Vosmecê diz que sente por mim - Nisso, Branca saca mais uma arma se calibre vinte e dois, que estava escondida em sua crinolina - O que pensa em fazer? Pense bem no que vai fazer para não se arrepender depois - Nisso, Branca quase acerta Álvaro no braço esquerdo dele, conseguindo assim, fugir dele e de sua mãe - Ela conseguiu fugir, sinto muito por isso, minha mãe, fiz o possível para que ela não fugisse de nós.
- Sei que Vosmecê fez o que pôde para evitar a fuga da Branca - Ela estava verificando todos os membros do corpo de seu filho, para ver se ele estava ferido - Vosmecê está bem? Ela conseguiu te ferir?
- Não, graças ao bom Deus, ela não conseguiu me atingir, minha mãe. Mas temo ainda pelo mal que a Branca ainda pode e há de causar a nossa família, principalmente com as minhas filhas e a Isaura.
Horas mais tarde...
Malvina já não aguentava mais guardar repouso, seu marido era atencioso e cuidadoso com ela, no entanto, a mesma sentia falta d ter intimidades com o seu marido. Sendo que, ele quase não a procurava mais, por medo de a machucar. Por medo de machucar o filho deles.
- Não aguento mais ficar deitada, isso me amofina por demais - Começa Malvina - Quero passear nos nossos jardins, sinto falta das minhas queridas e amadas rosas.
- Logo Vosmecê irá passear de novo nossos jardins, assim que, o doutor Diogo, seu cunhado, lhe der alta de seu repouso - Diz ele, acariciando o rosto dela com as pontas dos dedos, com muito amor - Não imaginas a falta que sinto do seu corpo. Do seu cheiro. Da suavidade da sua pele nua na minha, mas tenho de esperar pelo seu bem e a segurança do nosso filho.
- Também sinto sua falta, e morro de desejo de o sentir dentro de mim novamente - Ele sempre beijava a flor do seu desejo, e a fazia suspirar usando sua língua em seu centro de feminilidade e sedução - Sei que Vosmecê sempre faz o que pode para me dar prazer, se esquecendo até mesmo de si mesmo e do seu próprio desejo, mas ainda assim, sinto bastante a sua falta, Geraldo.
- Isso logo vai passar - Diz Geraldo se sentando ao lado de sua esposa na cama deles, a colocando por cima dele, por precaução - Mas agora vamos dormir, que já se faz muito tarde, e está quase amanhecendo.
Em casa, Perpétua ainda se sentia um pouco assustada com tudo o que havia acontecido com a Branca e ela. Ou melhor dizendo, com o que quase aconteceu. Branca quase a matou premeditadamente, e a sangue frio, estando cada vez mais louca, o que só aumentava as suas preocupações.
- Soube do que houve mais cedo, o Álvaro me contou - Começa Gabriel, ambos já estavam em sua alcova, deitados em seu leito - Por que não me contou nada, meu anjo?
- Não queria te preocupar - Nisso, ela sente uma pontada forte em seu peito, uma má intuição - Meu Deus, não estou nada bem, Gabriel.
- O que houve, meu bem? - Pega um copo de água da moringa que estava na mesa de travesseiro deles e entrega a sua amada - Beba um pouco, um copo de água há de te fazer bem. Ao menos, mal não vai te fazer.
- Muito obrigada, meu querido, Vosmecê é um anjo em minha vida. Eu o amo muito, assim com sei que Vosmecê também me ama - Ela bebe um gole de sua água, e imediatamente pensa nas suas netinhas - Mas apesar disso, estou muito preocupada.
- Com o quê? Ou melhor, com quem?
- Ah Gabriel, com as minhas netas, tenho medo de que a louca da Branca cometa algum desatino contra elas.
- Nada há de acontecer com elas, que Deus é pai, não padrasto.
- Tomara que sim - Faz uma pequena pausa antes de continuar - Só não quero que, nada de mal aconteça com as minhas netas, o meu filho, a minha nora, e todos os demais, que eu amo.
- Basta ter fé, que nada de ruim vai acontecer a nenhum deles. A nenhum de nós, Perpétua.
Na manhã seguinte...
Isaura foi olhar como estavam suas filhas e o jovem Leopoldo, que estava dormindo em sua casa em um dos quartos de hóspedes, quando se deu conta de que, nenhum deles estava no quarto, ou em qualquer outro lugar da casa, tendo os procurado até mesmo nos jardins com o novo jardineiro, o senhor Beltrão. Ela estava tão preocupada que acabou indo até o seu marido, que ainda estava na lavoura com o André.
- Isaura? - Pergunta Álvaro - Está tudo bem, minha fada?
- Não... Não está...
- E por que não?
- As crianças...
- O que aconteceu com as crianças?
- Elas... Elas... Elas...
- Elas o quê?
- Álvaro, as crianças sumiram da fazenda, e não faço a mínima ideia de onde elas estejam...
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Branca Vilella, a verdadeira assassina de Leôncio
FanficUma fanfic, baseada na novela, a escrava Isaura, de 2004, escrita por Tiago Santiago e Anamaria Nunes, onde a verdadeira assassina de Leôncio é a Branca Vilella, mas que começa, a partir do nascimento de Leopoldo, filho da vilã com o Leôncio Almeida.