XXII. Epílogo: o tempo que passa e muda sempre

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Catorze anos antes...

Quinze anos se passaram desde a trágica morte de Branca, a antiga casa grande dos Almeida havia sido reformada, só que agora ela pertencia ao Pedrinho e sua esposa Maria. Ambos haviam acabado de se casar nos jardins da casa da condessa de Campos, e ainda estavam na festa de seu casamento com todos que amavam perto de si. Pedrinho havia se formado em administração de fazendas, ao passo que Maria estava dedicando sua vida aos órgãos largados na roda dos enjeitados que ficava na frente da igreja principal de Campos, a catedral. Tiãozinho estava estudando para ser médico como o seu pai, ao passo que as suas três irmãs mais novas, Giovanna, Gabriela, e Gioconda, essas mal sabiam o que queriam da vida, cada qual com os seus problemas de suas idades. Júlia dedicava - se a música, sendo uma pianista e compositora de mão cheia, na sua tenta idade de quinze primaveras. Juliana por sua vez, seguia em seu sonho de se tornar médica, apesar de algumas duras críticas de conhecidos e desconhecidos pela sua escolha de carreira. O irmão mais novo delas, André Miguel, esse planejava ser modista, mesmo essa sendo uma profissão meio que exclusiva das mulheres. Ao passo que, Leopoldo seguia firme em seus estudos de advocacia, sem no entanto, deixar de lado, a abolição, apesar de algumas conquistas da causa abolicionista ao longo dos anos, e dos seus versos sempre tão inspirados. Os três filhos de Malvina, Sebastiana, Antônio e Estela, esses, assim como suas primas, também não sabiam lá muito o que fazer de sua vida, mas tentavam ao máximo sempre lutar pelos seus sonhos, e isso independentemente de qualquer coisa, e contanto que não burlassem a lei, ou fizessem mal a quem quer que fosse, de modo intencional ou não, estava tudo bem, por assim dizer.

Henrique e Aurora estavam de volta a Portugal com os seus filhos, Rosa e André estavam morando no quilombo com os seus filhos, o Bernardo, a Moleca, as crianças deles e os demais quilombolas. O garimpo continuava a pleno vapor, sempre muito bem protegido pelos quilombolas, para que, garimpeiro nenhum tomasse para si, o rio de diamantes do Bernardo. Perpétua, Gabriel e seus filhos adotivos agora moravam na França, junto com o coronel Sebastião, que recentemente havia ficado viúvo, dona Gioconda havia falecido durante o sono, tal qual um lindo passarinho. Isaura e Álvaro continuavam se amando, tal qual, Malvina e Geraldo, Helena e Diogo, Tomásia e Miguel, e muitos outros casais apaixonados de Campos. Infelizmente a praga do senhor Coqueiro, conhecido no passado, como a fera de Macabu, pegou, e toda a região de Campos e Macaé, se encontrava no mais absoluto atraso industrial e socioeconômico.

- Tudo está sempre mudando, a única coisa realmente imutável, é a mudança em si, de um modo geral. E de muitas maneiras, isso é maravilhoso, apesar de tudo.

Começa Isaura, Álvaro, Malvina, Geraldo, Helena, Diogo, Tomásia e Miguel estavam ao seu lado, todos observando Maria e Pedrinho em sua festa de casamento.

- Sim, não poderia concordar mais com vosmecê - Diz Malvina, sorrindo, já pensando no casamento futuro de seus filhos e a chegada dos seus netos - Mas a mudança em si, até mesmo quando é ruim, de certa forma, também pode acabar se tornando em uma coisa bastante agradável. Não podemos mudar muitas coisas que queremos, mas algumas coisas, em sua maioria sim, as que realmente valem à pena.

- Exatamente, minha querida - Diz Geraldo, sorrindo - Concordo plenamente com você, minha adorada e amada Malvina.

- Sabe, já passamos por muitas coisas, antes de chegarmos até aqui, onde nós estamos agora - Começa Helena - E tudo isso serviu apenas para nos fortalecer, nos deixando ainda mais fortes, naquilo que éramos fracos, sobretudo com relação as nossas crenças e convicções.

- Concordo com vosmecê, Helena - Diz Diogo - Pois, agora mais do que nunca, estamos mais fortes em tudo, sobretudo no nosso amor, que cresce a cada dia a olhos vistos.

- O amor como um todo, é a força mais poderosa da natureza - Diz Miguel - Pois é ele quem torna o homem digno de todas as graças do céu e da Terra.

Branca Vilella, a verdadeira assassina de Leôncio Onde histórias criam vida. Descubra agora