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Lorena Menezes

- Oi vô, trouxe seu café da manhã. - Ele me olhou e deu um sorriso. - Você ta ficando fraco, eu prometo que vou conseguir dinheiro pra pagar tratamentos melhores pra você. - Dei um beijo na cabeça dele e saí do quarto.

Meu avô tem paralisia muscular, o que faz ele não ter os movimentos, a única coisa que ele consegue fazer é mexer o braço, que por um milagre os tratamentos ajudaram. Sem contar as outras doenças de idoso que ele tem.

Meu avô tem 74 anos e desde que me conheço por gente ele cuidou de mim aqui na rocinha, ele e minha avó, que trabalha horrores pra conseguir me ajudar a comprar remédios e pagar os melhores médicos pro meu vô. Minha avó ja é de idade tem 65 anos, ja deveria ta aponsentada a muito tempo, mas ela deixa de tentar ajudar meu vô? deixa nada. O que eu mais queria era da tudo o que eles merecem, a aposentadoria da minha vó, os tratamentos mil vezes melhor do meu vô, e outras coisas.

Mas eu sou "favelada" po, é o que o povo do asfalto pensa quando eu dou meu currículo, ninguém ta nem ai se tu é boa pessoa ou não, só de tu vir de uma comunidade tu ja é favelada e ja quer roubar, principalmente se tu for preta/preto que nem eu. Mas eu vou conseguir, nem que eu tenha que da minha vida, mas eu vou conseguir da a vida que eles merecem.

Minha única opção era ir fazer a tal "Visita intima" que o Cobra me ofereceu, eu queria? não, eu seria praticamente uma prostituta, mas ou era isso, ou era tchau tchau vovó e vovô.

(...)

- Quanto tempo, Lorena. - Me olhou com um sorriso de canto.

- Nem começa, Cobra. Vim apenas aceitar sua proposta, eu vou fazer a visita íntima. - Falei de cabeça baixa.

- Eu te imaginei de todos os jeitos Lolo, menos marmita de bandido. - Ele riu.

- Eu não sou e nunca vou ser marmita de bandido Cobra, tô fazendo isso por necessidade, assim como você fez quando entrou pra essa vidinha ai. - Ele fechou o sorriso, ficando sério.

- Amanhã, cinco e meia da manhã. sem atraso, sem desculpa. - Concordei e ele me deu o pagamento adiantado 30 mil reais.

enquanto saia da boca ouvi vários elogios ridículos, nojentos.

Sai e fui direto pra casa da Rafaela. como hoje era domingo nem eu e nem minha avó trabalhava, então ela ficou com meu avô pra eu poder sair um pouco de casa.

- RAFAELAAA. - Gritei, mas vocês escutaram? por que a maluca não.

O portão tava aberto então sai entrando, entrei na sala e não tinha ninguém, até ouvir barulho do chuveiro, sentei no sofá e fiquei mexendo no celular até ouvir o barulho do chuveiro sendo desligado.

- Ai que susto caralho, ta querendo me matar vagabunda? - Disse saindo do banheiro e eu fui seguindo ela até o quarto.

Casa dela era bem humilde, na verdade todas daqui da comunidade, não é pique Wattpad que as casa das comunidades são tudo de 2 andares ta ligado? aqui é um andar só, um quarto, uma cozinha, uma sala e um banheiro, poucas tem mais de um quarto. Mas também não vou exagerar tem umas cazinha sim que são maiores, tem dois andares e pá, mas são bem poucas, e só pra quem tem uma condição maneira, ela tem, mas como mora sozinha, nem liga pra essas coisas.

- Ta fazendo o que aqui? - Falou tirando a toalha e colocando a calcinha, a gente tem mo intimidade po, sem malícia nenhuma até por que o que eu e ela gosta nenhuma tem kkkkkkkk.

- Tava sem nada pra fazer e vim te perturba. - Falei vento ela colocando conjunto de renda. - Vai pra casa de macho? - Ela só colocava renda quando ia transar, por que vamos ser sinceras, calcinha de renda não é nem um pouco confortável.

- Vou daqui a pouco sair com o Cobra.

- Ai logo com ele Rafa? sabe que ele não presta.

- E eu também não. - Não mentiu. - Eu só quero transar amiga, posso? - Falou me olhando com deboche. Ela fala isso mas depois ta igual uma tonta apaixonada, e ele? ta pouco se fodendo pra ela. Conheço eles não é de hoje.

- Tu que sabe, a buceta é sua. - Ela riu. - Tenho um bagulho pra te contar.

- Fala piranha.

- Vou fazer uma Visita intima pro Pesadelo. - Falei mordendo o lábio e ela me olhou com mo olhão.

- Ta de sacanagem né? - Neguei. - Amiga, poxa eu disse que eu te ajudava.

- Rafa, você tem condições mas não tanta pra ficar bancando isso, e eu quero conquistar o tratamento do meu pai, mesmo que seja da forma mais suja que existe.

- Vendendo seu corpo? - Abaixei a cabeça. - Não vou brigar com você amiga, sei que você ta fazendo isso por que quer o bem do seu avô, mas você tem que pensar bem se é isso mesmo que você quer. Você ja parou pra pensar que é isso que o seu avô iria querer? - Continuei olhando pra baixo, brincando com meus dedos. - Seu avô ja é de idade, ele ja sofreu tanto, talvez tudo que ele mais quer é descansar.

As vezes parece até que Rafaela é minha mãe, por mais que ela seja quase da minha idade, ela tem uma maturidade absurda.

- Se ele quiser ir, Deus vai levar ele, mas enquanto não for a hora eu vou lutar pta ter ele do meu lado. - Ela apenas concordou e foi terminar de se arrumar. Posso ta sendo egoísta, mas meu avô lutou por mim, e agora é meu momento de retribuir.

 Posso ta sendo egoísta, mas meu avô lutou por mim, e agora é meu momento de retribuir

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Rafaela silva24 anos

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Rafaela silva
24 anos

Matheus Pereira (Cobra)27 anos

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Matheus Pereira (Cobra)
27 anos

A Visita IntimaOnde histórias criam vida. Descubra agora