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Eu já sentia minha perna, não estava totalmente recuperada, mas já era um enorme progresso. Passei o dia anterior inteiro tentando fazer com que voltasse a ter vida própria, tive pouca evolução. Já era manhã, logo Lexa viria até aqui ver se eu já conseguia andar, mas ainda não tive forças para levantar da cama. Minha mente girava em torno do meu pessoal, em como eles estavam, se sentiram minha falta, se Wells ou Finn já teriam me procurado... A levar as circunstâncias, creio que sim. O que me deixava mais nervosa era pensar no que eles estariam ou já estão fazendo algum plano maluco para me procurar, pois se eu sumi, significa que algo de bom não aconteceu e todos correm perigo.

Eu precisava voltar para meu povo.

A porta do quarto foi aberta e a mulher que ajudou a me salvar com Luna entrou trazendo uma bandeja de comida. Olhando suas feições agora a luz do dia constatei que ela era bonita; loira, alta, pele bronzeada, olhos claros. Ela fechou a porta com o pé e veio até mim, colocando a bandeja encima da mesa de canto da cama.

—Bom dia, menina Skaikru. Trouxe seu café. — Ela disse sorrindo e sentando na cadeira a minha frente. Seu sorriso era bonito. 

—Obrigada por ter me ajudado...?

—Niylah — completou minha frase — Supus que não se lembrasse mesmo daquela noite nada agradável. 

Sorri como resposta tentando puxar a perna, que por um milésimo de segundos moveu um pouco. Abri a boca surpresa e tentei de novo, mas saiu sem progresso. 

—Ainda não consegue andar? — Ela perguntou, neguei com a cabeça — Deixa eu te ajudar a melhorar isso. 

Niylah veio até mim e sentou na beira da cama, em seguida pegou minha perna machucada com cuidado e a ergueu até meu joelho chegar perto do meu rosto.

—Exercícios ajudam a trazer os movimentos mais rápido, a cicuta que a Luna colocou na flecha não foi numa quantidade que te matasse imediatamente, mas que iria te fazer sofrer até a morte.

—Sua amiga com certeza não bate bem da cabeça — Falei para Niylah enquanto ela fazia movimentos de vai e vem na minha perna — Ela simplesmente me acertou sem eu estar fazendo nada, apenas andando em direção ao riacho. A propósito, nem sua casa eu tinha visto.

—Eu e Luna não somos amigas, apenas a conheço por conta que ela frequenta meu posto de troca para negociar algo raras vezes. Ela não é nem daqui da floresta.

—Como assim? — Interessei-me.

—Ela é a rainha dos floukru, do povo do mar, aquele povo que tem um castelo construído no meio do oceano. Fugiu do conclave da Lexa por não querer mais viver na violência e fazer diferente. Ela é uma guerreira forte, por isso se tornou a líder dos floukru rápido. 

—E o que ela faz aqui? — Eu não conseguia controlar minha curiosidade, os floukru eram pouco mencionados nos livro do meu pai.

—Lexa precisava da sua ajuda para resolver o problema com os ceifadores, viu que seu povo estava cada vez mais sendo deteriorado por eles e que Luna era a única mais eficaz para o trabalho, já que ela própria, heda, não podia caçá-los. 

—O que são ceifadores? — Perguntei.

Uma sombra leve de dor passou pelo rosto de Niylah, vi que foi uma péssima ideia perguntar. 

—Nunca queira saber quem são — foi apenas o que disse — Tenta mexer sua perna sozinha agora.

Puxei a perna e quase por instinto ela obedeceu meu comando. Sorri feliz.

—Como assim? Foi apenas uma pequena sessão de fisioterapia. — Questionei ainda feliz.

—Meu pai é curandeiro, aprendi muito com ele. 

Universo The 100 - Clarke e Lexa (livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora