Aviso: As palavras em valiriano podem estar incorretas.NAS CANÇÕES que ecoavam pelos corredores das tavernas, as melodiosas vozes dos trovadores frequentemente entoavam histórias de destemidos guerreiros, majestosos reis e talentosos poetas. Eram narrativas de suas grandiosas conquistas, longos reinados e notáveis descobertas, preenchendo o ar com o encanto das realizações épicas.
Contudo, entre as canções, um questionamento persistia no coração de Aegar. Seriam capazes de entoar baladas sobre os bastardos e os desafortunados? Seriam capazes de celebrar figuras como ele, cuja existência parecia ser o próprio erro da futura rainha e um sombrio presságio para o reino? Ele se perguntava se as melodias ressoariam em sua honra.
Enquanto Aegar contemplava o olhar analítico do meistre, que o observava como se fosse um animal selvagem ou até mesmo uma aberração, sua mente mergulhava nessa questão. Era inegável o julgamento que pesava sobre seus ombros: ele era o bastardo Targaryen, o flagelo de Rhaenyra, uma suposta maldição que pairava sobre o reino. E, no entanto, uma parte dele ainda ansiava por ouvir as canções que talvez nunca fossem compostas em sua homenagem.
Mas sobre o que eles entoariam suas canções? Aegar não tinha ilusões de que sua vida seria longa; talvez sequer vivesse o suficiente para testemunhar sua própria mãe ascender ao trono. Ele sabia que não realizaria feitos notáveis, nunca reinaria sobre terras ou povos, pois ninguém desejava um aleijado no cobiçado Trono de Ferro. Era a sina de um bastardo aleijado, uma combinação de desvantagens que fazia questionar se os Deuses poderiam ser ainda mais cruéis em sua ironia.
O Meistre Orwyle ousou cutucar a perna de Aegar, como quem tenta cutucar um gato arisco. O rosto do jovem se contorceu em uma careta de dor, e um gemido involuntário escapou de seus lábios em resposta à sensação incômoda.
Sentada em uma cadeira ao lado do filho, na cama, Rhaenyra dirigiu-se ao Meistre com uma expressão preocupada.
━━ O que você acha, Meistre Orwyle? ━━ indagou ela.
A resposta do Meistre veio na forma de um lento balançar de cabeça em negação.
━━ Não posso afirmar com certeza, princesa ━━ explicou ele com cautela ━━, mas posso enviar corvos à Cidadela para buscar orientação.
━━ Mas ele terá alguma chance de andar um dia? ━━ indagou Rhaenyra, com uma esperança trêmula em sua voz.
O Meistre dirigiu seu olhar para o jovem príncipe de seis anos e, após uma breve contemplação, balançou a cabeça em negação.
━━ Seria uma improbabilidade, princesa. Francamente, não vislumbro um futuro muito longo para sua vida. ━━ As palavras do Meistre pesaram no ar, lançando uma sombra sombria sobre o destino de Aegar.
Aegar lançou um olhar para sua mãe, e seu coração apertou ao ver Rhaenyra apertar os lábios, formando uma linha fina, enquanto abaixava o olhar com os olhos marejados. Era evidente que sua condição estava causando sofrimento a ela, e Aegar desejou intensamente ter nascido sob circunstâncias diferentes.
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The End - House Of The Dragon
FanfictionAᴇɢᴀʀ, ᴏ sᴀɴɢʀᴇɴᴛᴏ, ᴀ ᴍᴏʀᴛᴇ, ᴀ ᴅᴏᴇɴᴄ̧ᴀ. Aegar, primogênito da herdeira do trono, Rhaenyra Targaryen, veio ao mundo em uma noite mergulhada na mais profunda escuridão que já havia coberto King's Landing. A lua derramou seu sangue, como se os deuses e...