TRÊS: Garoto Forte

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Aegar não quer viver temendo a morte, mas ele se recusa a aceitá-la como destino tão cedo

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Aegar não quer viver temendo a morte, mas ele se recusa a aceitá-la como destino tão cedo. A presença da morte parece uma inevitável brisa negra, pairando sobre ele, ameaçando consumi-lo em um abismo que o afasta da verdadeira essência da existência. Esse lúgubre espectro o paralisa, minando sua força e transformando-o em um mero vulto, uma sombra insignificante de si mesmo, onde a angústia e a incerteza tornam-se companheiras constantes em sua jornada.

Uma mera sombra sem substância.

Sabe que está destinado a morrer cedo, à medida que sua doença avança progressivamente, debilitando-o pouco a pouco. O inevitável final se aproxima, e, lamentavelmente, sua mãe terá que testemunhar a precoce morte de seu filho, um destino cruel que ele busca desafiar a todo custo, ansiando por momentos de vida plena e significativa apesar da sombra da morte que o cerca.

Cedo demais.

Daemon matara Vaemond e o príncipe vislumbrou a ação ele mesmo, ver o sangue jorrar e a cabeça ser dividida, acendeu uma coisa estranha no fundo de si. Era isso que ele deveria fazer para se tornar forte? Ele mataria e um dia sua morte chegaria, uma encruzilhada sombria que o fez questionar o preço que estava disposto a pagar por poder e a que profundidades estava disposto a descer para alcançá-lo.

━━  Aegar ━━  Uma voz o interrompeu.

A densa névoa de pensamentos se desvaneceu no instante em que ouviu o chamado de sua mãe, trazendo-o de volta à realidade. Nesse momento, ele recobrou a consciência de seu entorno: a sala de jantar.

A antecipação pela refeição que tardava a começar havia permitido que sua mente vagasse por um turbilhão de pensamentos, com a morte sendo um tema constante em suas reflexões.

Rhaenyra sorriu calorosamente enquanto afagava as bochechas do filho, traçando com seus olhos cada contorno do rosto dele.

━━  O que o mantém tão pensativo, meu filho, enquanto fita a taça?

Aegar soltou um suspiro e se recostou confortavelmente na cadeira.

Na morte.

━━  Em nada. ━━  Um sorriso brotou em seus lábios enquanto ele beijava a mão da mãe, movendo-a com ternura até a barriga dela e acariciando-a suavemente. ━━  Em nada.

A expressão no olhar de sua mãe era claramente cética, com as sobrancelhas franzidas e um olhar inquisitivo voltado para o filho.

Aegar não desejava prolongar a conversa; apenas ansiava pelo término daquele jantar e pelo retorno a Dragonstone, onde esperava aliviar o peso opressivo que o castelo carregava sobre seus ombros.

Contudo, antes que Rhaenyra pudesse retomar a palavra, o som das portas duplas do salão se abrindo reverberou pelo ambiente.

Enquanto Viserys adentrava o salão, carregado em uma cadeira por seus guardas, todos os presentes se ergueram de seus assentos em respeito. No entanto, Aegar permaneceu na sua cadeira, com o olhar fixo no seu avô, observando em silêncio enquanto ele era cuidadosamente acomodado em seu lugar, entre Alicent e Rhaenyra.

The End - House Of The DragonOnde histórias criam vida. Descubra agora