CINCO: A herdeira e o mentiroso

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Dezenove anos antes

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Dezenove anos antes.

━━ Força, princesa! ━━ clamou a parteira, encorajando-a. ━━ Força!

Rhaenyra se esforçou para empurrar, seguido por um grito angustiado. Uma nova onda de dor a envolveu, emanando do âmago, contraindo seu ser como se algo a despedaçasse internamente. O tempo parecia estirar-se infinitamente, seu primogênito resistindo a nascer, e a agonia persistia, tornando insuportável tanta dor.

O suor escorria incessantemente por sua testa, os olhos fixados em um horizonte invisível, ansiando por uma força além da própria compreensão. Na sala, a tensão desesperadora impregnava o ambiente, e o tempo parecia desacelerar, transformando cada segundo em uma eternidade agonizante. A luz pálida das velas dançava nas paredes, refletindo a irregularidade dos batimentos cardíacos acelerados de Rhaenyra.

E se…

O bebê…

Não!

━━ Algo está errado! Oh Deuses! ━━ Sua voz saiu em um lamento falho. Lágrimas inundaram seus olhos, enquanto o suor escorria de sua testa, colando seus cabelos emaranhados em seu rosto. O desejo desesperado de escapar pulsava dentro dela, mas para onde poderia fugir?

━━ Aguente firme, vossa graça! ━━ Disse a parteira, enquanto as outras compartilhavam uma expressão preocupada.

Sob as cobertas, ela sentia-se como se estivesse afundando em um abismo de desespero, onde correntes invisíveis apertavam seu corpo, cada elo representando uma responsabilidade que a aprisionava. O quarto escuro parecia um labirinto sem saída, e a cama, um campo de batalha onde suas angústias travavam uma guerra silenciosa.

Cada movimento era uma luta contra o peso avassalador que esmagava sua essência. Cada fibra do seu ser pulsava com uma dor lancinante, transformando o simples ato de levantar-se em uma provação hercúlea. No silêncio sufocante, ecoava a voz da sua mãe, como um sussurro assombrado pelo tempo.

"Um dia você também estará em meu lugar", as palavras reverberavam no fundo da sua alma, ecoando como um presságio sombrio. Em um momento de desespero, suas súplicas preenchiam o quarto.

"Mãe, eu não posso morrer aqui. Me dê forças. Por favor", pensou ela, como se suas preces pudessem romper as correntes que a mantinham cativa. Contudo, o quarto permanecia impiedosamente cruel.

Ali, no cumprimento forçado de seu dever, ela se via mergulhada nas expectativas alheias. Entretanto, a dor penetrava tão profundamente que questionava a lógica por trás desse sacrifício.

Uma das garotas segurou firme sua mão. Rhaenyra encontrou seu olhar.

━━ Conta comigo, princesa! Olhe nos meus olhos. Um. Dois. Três e empurra, tudo bem? ━━ Rhaenyra assentiu freneticamente ━━ Tudo bem, estamos com você. Um. Dois. Três. Empurra!

The End - House Of The DragonOnde histórias criam vida. Descubra agora