Cinco.

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10 de março/2019

  Era um sábado bem ensolarado e Bruna estava contente, faltava apenas um dia para seu aniversário e seus pais voltariam hoje para que pudessem comemorar.

  Bruna conversou com Pedro a semana inteira, ele era tão gentil e generoso, além de ser lindo e educado. Bruna estava começando a sentir uma coisa diferente por aquele rapaz que lhe dava tanta atenção e fazia questão de conversar com ela, mas sabia que aquilo era um amor impossível, Pedro com certeza não olharia pra ela com outros olhos.

  Bruna tinha feito amizade com duas meninas de sua classe e elas combinaram de passar a tarde na casa dela vendo uns filmes e comendo pipoca, foi muito divertido, Bruna estava feliz que pela primeira vez tinha amizades verdadeiras.

  Elas conversavam sobre coisas do dia a dia, maquiagem, garotos, escola, música, hobbies, e tudo aquilo era muito divertido. Um dia foi perguntado se Bruna gostava de alguém, a garota respondeu que gostava de um menino, porém ele não estava disponível. Elas insistiram em saber quem era, mas Bruna não quis contar. Também perguntaram o porquê ele não estava disponível, a garota respondeu que ele era bem mais velho e não olharia pra ela daquela forma. Suas amigas a aconselharam a não se envolver com pessoas mais velhas, poderia ser perigoso, além de ser contra a lei.

  Bruna não achava aquilo errado, achava que amor era amor e não tinha idade, se os dois se gostassem poderiam ficar juntos.

                                  🕒

  Às 21:37h da noite, Bruna recebeu uma ligação de seus pais dizendo que tiveram um imprevisto e não conseguiriam voltar a tempo de seu aniversário, a garota ficou destruída por dentro, porém disse que estava tudo bem e que depois poderiam comemorar.

  A garota se afundou nos travesseiros de sua cama e começou a chorar, seus pais sempre foram ausentes, mas pelo menos nos aniversários eles estavam, agora nem nisso vão estar.

  Nem viu as horas passando, já eram 23:44h quando olhou no relógio. Só queria que aquilo fosse mentira e que eles estariam lá com ela.

  De repente se assustou quando algo bateu em sua janela, achou ser algum galho batendo por conta do vento, mas bateu de novo e a garota foi ver o que era.

  Quando olhou pra rua era Pedro jogando pedras em sua janela, estranhou, não havia falado com o garoto durante o dia, não achou que ele lembraria dela.

  Foi até o andar inferior e abriu a porta pra ele.

  —O que você está fazendo aqui essa hora? — perguntou a garota.

  —Nem um "oi" eu recebo?

  Bufou.

  —Oi, o que você está fazendo aqui?

  —Olá, Bruninha. Vim ver você, posso entrar?

  —Claro.

  Eles subiram para o quarto da garota e começaram a conversar, Pedro se desculpou por não conversar com ela durante o dia, disse que o trabalho foi puxado hoje.

  Bruna comentou sobre seu dia com as amigas e a conversa estava fluindo muito bem, eles conseguiam se entender muito bem.

  —Já são 23:55h — Pedro disse.

  —E?

  —Como e? Seu aniversário, esqueceu?

  —Você lembrou? — disse rindo.

  —Claro que eu iria lembrar, vim aqui por isso — Bruna ficou contente em saber que Pedro lembrou do seu aniversário — tenho uma coisa pra você.

  —Sério? O que é?

  Pedro tirou do bolso um gloss sabor morango.

  —Uau, um gloss? — disse rindo —Não sabia que você entendia dessas coisas de maquiagem — disse enquanto passava o gloss na sua boca.

  —Não entendo muita coisa, apenas escolhi o gosto que eu queria sentir na sua boca.

 

      PARA TUDO
  BRUNA ESTAVA EM CHOQUE, nem sabia o que responder.

 
  Apenas ficou olhando para a cara de Pedro, imóvel.

  —Olha, meia-noite — disse Pedro — feliz aniversário, Bruninha.

  Sussurrou. Em seguida foi pra cima de Bruna e a beijou.

  Pedro percebeu que a garota tremia e foi bem calmo com ela, mexendo sua língua devagar enquanto tinha sua mão na nuca da garota.

  Quando se separaram Bruna não tinha reação.

  —Esse foi seu primeiro beijo? — Pedro perguntou.

  A garota apenas balançou a cabeça em resposta.

  —Foi muito bom e o gosto de morango estava ótimo, acho que eu tenho bom gosto — eles riram.

  Pedro começou a falar sobre outras coisas pra distrair a garota, percebeu que tinha deixado ela com vergonha por conta do beijo. Eles riram muito, Pedro era tão divertido.

  —Acho que já vou, já está bem tarde — disse Pedro.

  —Nossa, nem vi a hora passar.

  —Não se preocupe, amanhã estou de folga.

  Eles levantaram da cama e foram até a porta no andar inferior.

  —Mereço um beijo de despedida? — Pedro perguntou.

  Bruna concordou e eles se beijaram. Dessa vez Pedro foi mais ousado e passou a explorar o corpo da garota, apertando sua cintura e passando a mão pelas suas costas. Aquilo tinha feito o corpo de Bruna pegar fogo. Eles se despediram e Pedro foi embora.

  A garota foi até a cama e deitou com um sorriso que não cabia no rosto.

   É, minha filha. A pegada do anticristo é boa mesmo.

 

 

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